A noite de abertura da galeria de arte, fruto de meses de trabalho árduo, deveria ser o coroar de um legado, a celebração do sucesso de Sofia como anfitriã e alma do lugar, herança de seu renomado pai. Contudo, em um canto escuro de seu próprio domínio, o mundo de Sofia desmoronou: seu namorado, Pedro, beijava e tocava sua ambiciosa assistente, Mariana, em um ato de traição flagrante e humilhante. A cena, testemunhada em público, transformou a dor pessoal em escárnio, intensificada pela insolência de Pedro, que, alcoolizado, a acusava de ciúmes, e pela audácia de Mariana em insultar um cliente vital para o futuro da Sofia. Como pôde a mulher que amei me trair tão descaradamente, e ainda por cima, com sua assistente, transformando meu trabalho e minha casa em palco para sua infidelidade? Sofia não permitiria que sua paixão e seu império se tornassem vítimas da mediocridade alheia: a mulher que herdou uma galeria sabia o valor de cada peça, inclusive as quebradas, e estava pronta para reavaliar, demitir e reconstruir o que fosse necessário, custe o que custar.