O cheiro de tecido novo e o som da máquina de costura eram meu refúgio, até que o telefone tocou. Era meu pai, sua voz ríspida anunciando o colapso da empresa, e me forçando a aceitar um casamento arranjado para nos salvar. Com Lucas, o homem que me odiava, que culpava minha mãe pela morte da dele. "Você é a filha da mulher que matou minha mãe. Você pagará a dívida dela. Será minha prisioneira" , ele cuspiu no altar, humilhando-me publicamente. A dor e a humilhação se tornaram meu cotidiano, um ciclo de crueldade que me esmagava. Fui tratada como serva, forçada a trabalhos degradantes, acusada de roubo, e punida de formas bárbaras que marcavam meu corpo e alma. Minha meia-irmã, movida por pura inveja, conspirava, plantando armadilhas e alimentando o ódio de Lucas com mentiras. Eu me perguntava por que tanto sofrimento, por que eu era o alvo de tanta maldade. Secretamente, eu carregava um fardo ainda maior: um câncer terminal, me dando apenas meses de vida. A vida estava me roubando tudo, mas então, uma centelha de esperança surgiu – um tratamento experimental na Suíça, minha única chance de viver. Meus próprios pais, a quem sacrifiquei minha vida, riram do meu pedido de ajuda, declarando meu sofrimento um "custo inconveniente". Mas a verdade, oh, a verdade era uma ferida ainda mais profunda: meu pai havia forjado provas, manipulado Lucas para acreditar que minha mãe era uma assassina. Toda a base do ódio de Lucas, toda a minha tortura, era uma mentira cruel e calculada. Minha raiva e desespero se transformaram em uma determinação fria. Eu não morreria por suas mentiras. Eu me salvaria. Com as joias de minha mãe, minha última esperança, eu tentaria comprar minha liberdade e minha vida.