No meu nono aniversário de casamento, a casa cheia de gente e o cheiro de trufas no ar, a única coisa que eu queria era que a verdade por trás do envelope branco na minha gaveta de lingerie nunca viesse à tona. Grávida. Não eu, mas Clara, a assistente do meu marido, Leo, o chef famoso que o mundo adorava e que, para mim, era a personificação da traição. Naquele dia fatídico, ele me humilhou publicamente, me chamando de fria e vazia, e me expulsou da "nossa" casa, na frente de todos os nossos amigos. Pior, ele me arrastou de volta para me forçar a pedir desculpas por "decepcioná-lo" e, em seguida, me atirou na cama, revelando seu plano sádico. Ele precisava do meu sangue para salvar o feto de Clara, que tinha uma condição sanguínea rara. Sim, meu corpo, antes amado, agora era apenas um recurso para salvar o filho dele com outra. Enquanto o meu sangue era drenado, ele namorava Clara ao telefone, e eu percebi: a dor da traição era mais aguda do que a agulha no meu braço. Prometi a mim mesma que sairia dali, custe o que custar. Trancada, eu assistia a ele fingir preocupação, oferecendo-me comida para me manter forte para a próxima doação. O amor deu lugar ao gelo, e eu me tornei uma concha vazia, mas por dentro, um plano de vingança começava a se formar. No hospital, após a segunda transfusão, com Leo acreditando que ainda me controlava, eu liguei para meu pai. No dia seguinte, ele levou Clara, grávida, para a clínica de fertilidade ao lado do hospital, e ela exibia sua barriga e o sobrenome dele. Aquele sorriso malicioso dela, "Você está melhor? Viemos fazer um ultrassom. Quer ver as fotos do seu... do nosso sobrinho?" Mas eu, uma máscara de indiferença, apenas sorri e virei as costas, entrando no carro do meu pai, pronta para um novo começo. Ele ainda não sabia, mas o jogo tinha virado.