Hoje era nosso terceiro aniversário de casamento, mas a mesa de jantar estava fria e silenciosa, esperando por Vítor. O relógio marcava dez da noite quando ele finalmente chegou, exausto e frio, interrompendo minhas palavras sobre nosso aniversário para dizer que estava cansado e sem fome. Sua rejeição foi tão clara e humilhante que me senti despedaçada, observei enquanto ele subia as escadas, deixando-me sozinha na escuridão. Mais tarde, sem conseguir dormir, decidi ir ao escritório dele. Foi então que o vi, o celular de Vítor, vibrando com uma mensagem de Camila: "Vitor, querido, já estou com saudades. A noite foi maravilhosa." Abri a conversa e um mar de mensagens íntimas e fotos inundou a tela: "Eu te amo", "Você é a única para mim", "Mal posso esperar para me livrar dela." Meu coração parou. A dor rasgou minha alma quando percebi que era tudo uma farsa, um plano. Aquele resgate heroico? Outra mentira. Eu não era uma esposa, mas uma peça em um jogo de interesses, um útero de aluguel. Por que eu nunca vi isso? Como pude ser tão cega? A raiva me consumiu, e eu sabia que não podia mais ficar ali. Chega! Peguei meu celular e liguei para o meu pai. "Pai, eu quero ir para casa." Eu havia sido usada, enganada, e agora, renasceria.