Luana e eu, Isabela, éramos inseparáveis em São Paulo, costurando sonhos no competitivo mundo da moda. Nossos planos foram dilacerados numa noite que começou no ateliê e terminou num barracão de escola de samba no Rio de Janeiro. Fui encontrada em busca de Luana, e eles miraram minhas mãos, a ferramenta da minha arte. "Você gosta de desenhar, não é?" A voz deles, puro veneno, perguntou antes de meus ossos se quebrarem. Achamos que Rafael e Lucas, dois reis do samba, eram nossos anjos salvadores no caos. Com o tempo, nos casamos, e a vida no Rio se tornou um conto de fadas de lantejoulas e samba por dez anos. Até que, numa noite, Luana feliz me contou que estava grávida de Rafael. Na mesma noite, ouvi Rafael e Lucas conversando no jardim da festa, lâminas frias cortando o ar. "Quebrar as mãos da Isabela foi arriscado." "Sofia está furiosa com essa história da gravidez." Meu coração estraçalhou ao saber que eles orquestraram toda a nossa dor, tudo causado por eles para agradar a Sofia. A dor nas minhas mãos recém-curadas voltou, misturada ao horror da alma. Eles não eram nossos salvadores, mas os monstros que nos prenderam em uma gaiola dourada para o deleite de Sofia. Luana e eu tínhamos que fugir daquele inferno antes que fosse tarde demais. A noite do desfile das campeãs seria nosso palco para a liberdade ou o desastre.