Numa noite de bar com as amigas, um vídeo da mãe de Gabriel, meu namorado de anos, virou meu mundo do avesso. "Laura, querida, Gabriel está aí com você? Ele não atende o celular, estou preocupada." Minha resposta sincera de "Não, tia, ele disse que estaria com os amigos da faculdade" foi recebida com um perturbador "Ah, é mesmo? Ele me disse que estaria com você." A dúvida se instalou, seguida de um frio na espinha quando vi Patrícia, minha amiga, apontar para a entrada. Lá estava ele, Gabriel, o homem que eu amei desde a infância, de braços dados com uma loira deslumbrante, rindo e agindo como um casal apaixonado. O ar sumiu dos meus pulmões, o barulho do local se silenciou, e o mundo se resumiu àquela cena dolorosa. E então, o celular vibrou com a mensagem dele: "Amor, desculpa não poder te ver hoje. A reunião com o pessoal da faculdade está demorando mais do que eu pensava. Te amo." A mentira descarada me atingiu como um soco, tirando o chão dos meus pés. Minhas amigas me abraçaram enquanto eu tremia, incapaz de chorar ou gritar, sentindo a traição me consumir. A dor era física, um tsunami que ameaçava me afogar em arrependimento e humilhação. Como pude ser tão cega? Como permiti que ele me transformasse em uma sombra, enquanto ele me descartava como um fardo? Mas essa dor, essa raiva de mim mesma, acendeu uma chama. Eu não seria mais a vítima. Levantei-me, lavei o rosto e dirigi até a casa dele, sabendo que precisava encará-lo e ouvir a verdade. Eu buscaria as respostas, não por ele, mas por mim.