No dia do meu casamento, o amor da minha vida, Pedro, simplesmente desapareceu. A igreja estava cheia, a música soava e eu estava lá, no altar, sozinha, com o meu vestido branco. O meu telemóvel vibrou. Uma mensagem de um número desconhecido. Uma fotografia. Pedro estava numa cama de hospital, pálido, com a minha melhor amiga, Sofia, a segurar-lhe a mão. A legenda da foto dizia: "Ele escolheu-me. Desiste, Clara." O meu corpo gelou. O bouquet caiu das minhas mãos. Não bastava ele ter fugido, ela fez questão de me humilhar diante de todos. Pouco depois, a voz de Sofia surgiu do altifalante, vinda de uma chamada para o meu noivo. Ela revelou que Pedro tinha leucemia, que ela "sempre soube", e que era ela quem o "cuidava em segredo". "Ele precisa de alguém que o entenda de verdade. Tu não podes dar-lhe isso." Três anos de amor... tudo uma mentira? Fui enganada pelo homem que amava e pela minha melhor amiga. O meu noivo traía-me com a minha melhor amiga, enquanto escondia uma doença terminal! Mas o pior ainda estaria para vir. O pai de Pedro virou-se para mim, os olhos suplicantes. "Clara, sei que não tenho o direito de te pedir isto, mas... poderias fazer o teste de compatibilidade? Por favor. É a única esperança dele." Aquele homem que me humilhou, que me traiu, precisava de mim para viver? Eu podia deixá-los sofrer ou virar o jogo. Afinal, a vida dele estava nas minhas mãos.