Quando o médico me disse que o meu filho, o pequeno Leo, tinha morrido, o meu mundo desabou. Ele disse que a causa foi asfixia por um pedaço de noz. Noz. O meu filho era gravemente alérgico a nozes. Enquanto tremia, liguei ao meu marido, Pedro, para lhe dar a notícia devastadora. Mas antes que ele pudesse responder, ouvi a voz da sua irmã, Clara, em pânico ao fundo: "Onde está o meu bolo de nozes?". O meu coração gelou. Bolo de nozes. Perguntei ao Pedro onde ele estava, e ele confessou estar em casa da irmã, que tinha feito um bolo. Ele gritava que era um "acidente" e perguntava por que eu estava sempre a culpar a família dele. O meu filho estava morto, e para ele, era apenas um "acidente". Foi nesse momento que uma raiva fria e cortante perfurou a minha dor avassaladora. Decidi ali mesmo: "Eu quero o divórcio, Pedro." Eles pensam que podem encobrir um assassinato e chamar-lhe "acidente"? Eles pensam que podem subornar-me com compaixão falsa para quem matou o meu filho? Não. Não há dinheiro que pague, nem desculpa que aceite. Eu não queria a paz deles, eu queria justiça. E eu sabia que não tinha sido um acidente. Eu jurava que iam pagar o mais caro possível.