O meu voo atrasou. A cidade estava um caos devido a uma tempestade sem precedentes. Mas o verdadeiro temporal caiu quando liguei ao meu noivo, Pedro. Ele estava furioso, não por mim, mas porque o meu meio-irmão, Tiago, partira um braço e o cão se magoara. A minha avó, doente, estava ao meu lado, e tudo o que Pedro conseguia dizer era que estava "ocupadíssimo" e que eu não tinha compaixão. Naquele aeroporto caótico, percebi: era o fim. Eu propus terminar o noivado e ele desligou-me na cara. Mas a traição não parou aí. Ao voltar para casa, descobrimos as fechaduras mudadas. O meu pai, a minha madrasta Sílvia, o Tiago e o Pedro, risonhos, expulsaram-nos. "Esta casa é nossa agora", disse Sílvia, enquanto Pedro desviava o olhar. Levaram até as joias da minha mãe e as cartas do meu avô. Fomos forçadas à rua, na noite fria. Como puderam fazer isto? O meu pai, o homem que deveria proteger-me, e o Pedro, a quem eu ia casar! Mas antes que a raiva e a dor me consumissem, um vislumbre de esperança surgiu. A minha tia Clara, que não via há anos, atendeu o telefone e prometeu: "Não saiam daí. Estou a ir." A minha vingança começava agora.