O médico entregou o relatório, o rosto sem expressão. "A probabilidade de paternidade é de 0%. O feto não tem relação biológica com o Sr. Lucas." Lucas, meu marido, arrancou o papel da minha mão, um sorriso cruel espalhando-se pelo seu rosto. "Sofia, sua vadia mentirosa. Como te atreves a engravidar do filho de outro homem?" Inês, a minha sogra, gritava, acusando-me de envergonhar a família. Ela empurrou-me, e uma dor aguda perfurou a minha barriga de três meses. Perguntei a Lucas, implorando, "Não é o que pensas! Eu nunca te traí. Deve haver um engano." Mas ele riu sem calor. "O relatório está aqui preto no branco, Sofia. Os números não mentem." Inês anunciou friamente: "Vamos para o hospital agora. Vais fazer um aborto." O meu sangue gelou. "Não! Este bebé é teu filho, Lucas!" Mas ele olhava para mim como se eu fosse lixo. "Não me chames pelo meu nome," ele sibilou. "Tu perdeste esse direito." Depois, ele arrancou o telefone da minha mão enquanto falava com a minha mãe, contando-lhe a mentira, e cortando-lhe as esperanças sobre o neto. A dor de perder o meu bebé por causa de uma mentira inimaginável rasgou-me o coração. A ausência na minha barriga era um vazio insuportável, mas o acordo de divórcio na mesa da cozinha, frio e clínico, acendeu uma chama dentro de mim. Havia algo de errado, algo que não fazia sentido. A clínica de ADN que a assistente de Lucas, Clara, tinha recomendado. Seria possível? Alguém havia trocado a amostra de Lucas, e só havia uma pessoa com o motivo, os meios e a oportunidade. Clara. Ela queria Lucas, e para isso, precisava livrar-se de mim e do nosso filho. A raiva fria tomou conta de mim, transformando-se em determinação. Eu ia descobrir a verdade e ia fazê-los pagar.