O meu filho morreu no dia do seu primeiro aniversário. Foi um acidente de carro. Eu estava ao volante, e ele na cadeirinha no banco de trás. No hospital, ainda em choque, a minha sogra, Helena, arrancou o corpo frio do meu filho dos meus braços e gritou: "Assassina! Tu mataste o meu neto! Porque é que não foste tu a morrer?" O meu marido, Léo, com o braço partido, abraçou a mãe e disse-me: "A Helena está apenas perturbada, Sofia. Não leves a mal." Não levar a mal? Ele pediu-me para não levar a mal enquanto eu era acusada da morte do nosso filho. Eles excluíram-me do funeral, enviando-me os papéis do divórcio pelas mãos da minha sogra, que me disse: "O Léo quer apagar-te. Não fazes parte dos planos." Eu estava sozinha. Completamente sozinha, com o vazio no peito. Mudei-me para Lisboa, reconstruí a minha vida e carreira do zero, mas a cicatriz da perda nunca desapareceu. Agora, um ano depois, a Clara ligou-me com uma notícia chocante: o Léo e a prima dele, Joana, esperam um bebé. Eles tinham seguido em frente. Tinham substituído o meu filho. Tinham-me substituído a mim. Como ousavam construir uma nova família feliz sobre as cinzas da minha, como se eu e o Alex nunca tivéssemos existido? Será que a verdade virá à tona? Serei apenas uma memória distante, apagada e culpada, ou Sofia encontrará a sua própria forma de justiça e paz?