O médico disse-me que o meu filho tinha morrido. As suas palavras ecoaram, mas eu via apenas Pedro, meu marido, ao meu lado. Ele segurava a minha mão, não para consolar a perda do nosso bebé, mas para defender a mulher que me empurrara escada abaixo: Sofia, a sua amante. "Ela não teve intenção", sussurrou ele, enquanto minha sogra, Dona Elvira, entrava no quarto, preocupada apenas com a "pobre da Sofia". Aquela mulher, que vitimou o meu filho, estava a ser mimada por eles, ignorando a minha dor. A raiva ferveu quando vi a foto dela, a chorar no ombro do meu marido no hospital, com a legenda: "A família apoia-se nos momentos difíceis." Família? Eles tinham escolhido o lado deles. Eles pintaram-me como a "mulher grávida ciumenta" que "atacou a amante do marido" . A mentira deles, espalhada nos jornais, transformou-me na vilã. Como pude ser culpada pela morte do meu próprio filho? Como o meu mundo se tornou este inferno de traição e calúnia? Mas eu não ia deixar. Peguei no telemóvel e liguei ao meu advogado. Era tempo de lutar, não só por mim, mas pelo futuro que me foi roubado. Chega de ser vítima.