O médico entregou-me o relatório do teste de paternidade. "Senhora, o resultado mostra que a criança não é do seu marido." O meu mundo desabou. Eu, Eva, casada há três anos com Pedro, sempre fui humilhada pela minha sogra, Joana, por não conseguir dar um neto à família. "És uma galinha que não põe ovos!", ela dizia. Fui secretamente ao hospital para provar que o problema não era meu... e descobri que estava tudo em ordem comigo. Mas a mentira acabou por desmoronar-se. Aproveitei e fiz um teste de fertilidade ao Pedro. O resultado foi chocante: azoospermia. Infertilidade natural. E, como se não bastasse, o relatório do teste de paternidade do filho da sua "irmã adotiva", Sofia, estava na minha mão: 99,999% de probabilidade de Paternidade. Enquanto eu estava ali, com a minha vida virada do avesso, Pedro estava no corredor, a consolar a Sofia, cujo filho estava a morrer de leucemia. A voz dele era de uma preocupação que eu nunca tinha recebido, enquanto Joana exigia que eu, "a galinha infértil", doasse medula óssea para salvar o rapaz, ignorando a minha própria saúde. Senti-me ridícula. Casada há três anos, a aguentar a pressão por um filho que o meu próprio marido era incapaz de ter! E, para cúmulo, o filho da "irmã adotiva" era, na verdade, dele! A culpa não era minha, nunca foi! Era toda deles! Que piada mórbida! Não consegui conter o meu desgosto e a fúria. A minha vida inteira foi uma farsa! Chega de ser a tola da história. Que eles se preparem, porque a Eva que aceitava tudo morreu hoje!