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Entre a Lua e o Coração

Entre a Lua e o Coração

5.0
5 Capítulo
35 Leituras
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Sinopse

Índice

Após a morte de sua mãe, Elisa decide recomeçar sua vida em uma vila isolada cercada por uma floresta antiga e cheia de mistérios. Em busca de paz, ela encontra o inesperado: um lobo de olhos profundos e tristes, que parece observá-la com uma alma humana. O que começa como curiosidade se transforma em uma conexão inexplicável, até que Elisa descobre a verdade - o lobo é, na verdade, Cael, um homem amaldiçoado, preso em forma animal pelas forças da floresta há mais de um século. Enquanto Elisa se envolve cada vez mais na lenda e nos sentimentos que nascem entre eles, ela precisará enfrentar escolhas difíceis, perigos sobrenaturais e o próprio destino. Será o amor suficiente para romper a maldição? Ou estarão condenados a viver em mundos separados para sempre? Entre a Lua e o Coração é uma história intensa sobre amor, redenção e o poder de acreditar no impossível

Capítulo 1 A Floresta e o Olhar

A brisa fria cortava os ombros nus de Elisa enquanto ela caminhava pela trilha coberta de folhas úmidas. O silêncio daquela floresta era diferente. Não era vazio - era carregado de presença. Cada árvore parecia observar. Cada som parecia sussurrar seu nome.

Era sua terceira noite ali. A vila onde havia alugado a pequena cabana era cercada por lendas, velhas superstições que os moradores preferiam não comentar. Mas ela não se importava. Depois de tudo o que vivera, o que era um pouco de mistério comparado ao vazio que sentia por dentro?

Ao chegar à clareira, parou. O ar ficou mais denso. Ali, ele estava. O lobo.

Preto como a noite, de olhos dourados que queimavam em contraste com a névoa. Ele não rosnava. Não fugia. Apenas a olhava - com uma intensidade que a fez esquecer do frio e lembrar que ainda era feita de pele e desejo.

Seu coração acelerou. Elisa não sabia explicar por que não sentia medo. Ao contrário, algo dentro dela despertava, como se tivesse sido tocada por um fio invisível de energia crua. Aquela criatura não era comum. Havia inteligência naquele olhar, havia... fome. Mas não por carne. Por algo mais.

Ela deu um passo à frente, quase sem perceber. O lobo também se moveu. Lentamente. Com elegância. Com... propósito.

- Você não é só um animal, é? - ela sussurrou, sabendo que não esperava resposta, mas sentindo, de forma estranha e arrebatadora, que ele a entendia.

Então o lobo recuou, desaparecendo entre as sombras com o mesmo silêncio com que surgiu. E ainda assim, o calor que ele deixara nela não se apagou. Ao contrário, crescia. Pulsava.

Naquela noite, deitada em sua cama estreita, Elisa fechou os olhos, mas o sono não veio. Apenas lembranças do olhar do lobo. Do modo como ele a fazia sentir: viva, exposta, desejada.

Seu corpo, carente havia tanto tempo, agora ardia. Seus dedos buscaram o próprio ventre, e pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu tocar-se. Não como um alívio qualquer, mas como se evocasse aquele olhar. Aquele animal. Aquela alma selvagem.

E em meio ao prazer crescente, ela sussurrou um nome que ainda nem sabia: Cael.

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