Baixar App hot
Início / Bilionários / Uma noiva para o Bilionário
Uma noiva para o Bilionário

Uma noiva para o Bilionário

5.0
11 Capítulo
862 Leituras
Ler agora

Sinopse

Índice

Leonardo Arantes é conhecido tanto por sua fortuna quanto pelos escândalos envolvendo festas luxuosas e mulheres deslumbrantes. Contudo, após anos de irresponsabilidade e manchetes polêmicas, seus pais decidem impor uma condição: ele só herdará a presidência da empresa familiar se provar que tem maturidade suficiente para liderar, o que inclui estar em um casamento estável. Enquanto isso, Isabela se encontra em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Forçada a participar de um leilão para quitar as dívidas deixadas por seu irmão, ela se torna a solução perfeita para o problema de Leonardo. Determinado a vencer a disputa contra o primo Augusto, que também quer tomar o controle da empresa, Leonardo arremata Isabela sem pensar duas vezes. Mas o que começa como um acordo frio e calculado logo se torna algo mais complicado. Isabela, com sua personalidade forte e valores, desafia Leonardo de formas que ele nunca imaginou, enquanto ele luta contra os próprios sentimentos, dividido entre o dever e o desejo. No meio de uma guerra de poder, segredos do passado e uma relação que nenhum dos dois planejou, Leonardo e Isabela terão que decidir se o amor é uma fraqueza ou a chave para vencerem juntos.

Capítulo 1 O Começo do Pesadelo

Meu nome é Isabela e tenho 23 anos. Moro com meu irmão mais novo, Lucas, desde que nossos pais morreram em um acidente de carro há três anos. Naquele dia, minha vida desmoronou. Eu me lembro de cada detalhe como se fosse ontem: o toque do telefone, a voz embargada da pessoa do outro lado da linha e o silêncio ensurdecedor que tomou conta da sala quando desliguei. Eles se foram, e eu fiquei com a responsabilidade de cuidar de Lucas, que na época tinha apenas 16 anos.

A transição foi dura. Eu precisei abandonar meus sonhos para assumir um papel que eu não estava pronta para desempenhar. Trabalhei em dois empregos enquanto concluía minha faculdade de pedagogia. Lucas, por outro lado, parecia estar sempre brigando contra as regras que eu tentava impor. Ele era impulsivo, inquieto, e eu sabia que ele carregava muita raiva por dentro – raiva de ter perdido nossos pais, raiva de viver uma vida cheia de limitações.

Ultimamente, as coisas estavam piores. Lucas andava estranho. Ele saía à noite e voltava cada vez mais tarde, cheirando a cigarro e com os olhos cansados. Quando eu perguntava o que estava acontecendo, ele sempre respondia com evasivas ou fingia que não me ouvia. Mas o que mais me preocupava era o olhar perdido que ele tinha às vezes, como se estivesse carregando o peso do mundo nos ombros.

Naquela noite em particular, eu estava sentada à mesa da cozinha, corrigindo provas dos meus alunos. Sou professora em uma escola pública, e minha rotina é exaustiva, mas sempre faço o possível para manter as coisas em ordem. Lucas ainda não tinha voltado para casa, e, como de costume, meu coração estava apertado. O relógio já marcava quase meia-noite, e cada minuto que passava parecia um golpe na minha ansiedade.

Foi então que ouvi o barulho. Primeiro, um som abafado, como um rangido, seguido por um estrondo que fez o chão vibrar. A porta da frente foi arrombada com tanta força que quase saiu dos trilhos. Meu corpo congelou. Antes que eu pudesse sequer processar o que estava acontecendo, três homens invadiram a casa.

O primeiro era alto, com ombros largos e uma cicatriz que atravessava o rosto, indo do canto do olho até o maxilar. Ele parecia ser o líder, e seus olhos frios me fizeram estremecer. Os outros dois eram tão intimidadoras quanto ele: um careca com tatuagens pelo pescoço e outro magro, mas com um sorriso cruel que me deixou aterrorizada.

- Cadê o Lucas? – o líder rosnou, sua voz cortante como uma lâmina.

Eu me levantei devagar, as mãos trêmulas.

- Quem são vocês? O que querem com ele?

O homem com a cicatriz deu um passo à frente, e meu coração disparou.

- Meu nome é Carlos. Talvez o Lucas tenha mencionado meu nome. Sou a pessoa que ele achou que podia enganar.

Meu sangue gelou. Eu sabia que Lucas estava devendo dinheiro, mas nunca imaginei que fosse algo assim tão sério. Ele havia se metido com gente perigosa, e agora esses homens estavam na nossa casa, prontos para cobrar.

- Ele... ele não está aqui – consegui dizer, minha voz fraca, mas determinada. – Por favor, vão embora.

Carlos soltou uma risada amarga, sem humor algum.

- Não está aqui? Que conveniente. Mas alguém vai pagar a conta.

Antes que eu pudesse reagir, senti as mãos de um dos capangas agarrando meus braços. Eles eram fortes, muito mais fortes do que eu, e todo o meu esforço para me soltar foi em vão.

- Por favor, não façam isso! – implorei, minha voz quebrada pelo desespero. – Eu não sei onde ele está!

Carlos se abaixou, ficando cara a cara comigo. O cheiro de cigarro misturado com suor fez meu estômago revirar.

- Seu irmão me deve uma quantia que ele não pode pagar. Você acha que pode simplesmente desaparecer sem consequências?

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, mas ele não demonstrava um pingo de empatia.

- Eu não tenho dinheiro! – gritei, minha voz quase falhando.

- Não é de dinheiro que eu tô falando – ele respondeu, com um sorriso cruel. Então se levantou e deu ordens aos seus homens. – Levem ela.

A sensação de impotência me atingiu como uma onda. Fui arrastada para fora da casa, meus gritos ecoando pela rua vazia. Os vizinhos provavelmente estavam se escondendo atrás de suas cortinas, com medo de se envolverem.

Fui jogada na traseira de uma van. O cheiro de mofo e metal enferrujado enchia o ar, e meus pulsos ardiam com as amarras apertadas demais. Meu coração batia tão rápido que eu sentia que ele poderia explodir a qualquer momento.

Carlos entrou na van, mas antes de fecharem a porta, ele me olhou uma última vez.

- Se o Lucas quiser você de volta, ele sabe o que tem que fazer.

As portas se fecharam com um estrondo, mergulhando-me na escuridão. O veículo arrancou, sacudindo enquanto percorria uma estrada que eu não conseguia identificar. A cada minuto que passava, minha esperança diminuía.

Minha mente estava em caos. Onde estava Lucas? Ele sabia que tinha me colocado em perigo? Será que ele entenderia o tamanho do problema que havia causado? Mais do que isso, eu não conseguia parar de pensar no que Carlos havia dito. Ele não estava pedindo dinheiro. Então o que ele queria?

A van finalmente parou, e eu ouvi o som de portas sendo abertas. Meu coração parecia querer sair pela boca. Eles me arrastaram para fora, e a luz fraca de um poste revelou que estávamos em algum lugar isolado. Era um galpão abandonado, com janelas quebradas e paredes descascadas.

Fui empurrada para dentro, e o som de correntes ecoou pelo espaço vazio. Senti as amarras sendo soltas apenas para que pudessem me prender em uma cadeira. Minha mente estava girando com medo e incerteza, mas uma coisa era certa: minha vida nunca mais seria a mesma.

Ali, sentada naquele lugar frio e sombrio, uma única pergunta ecoava na minha mente: como eu, que dediquei minha vida a proteger meu irmão, cheguei até aqui?

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY