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Rendida ao Alfa Aleksander

Rendida ao Alfa Aleksander

5.0
18 Capítulo
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Sinopse

Índice

Aurora Morneau sempre foi perseguida por sonhos enigmáticos e uma conexão profunda com a floresta que a fascina. Tudo muda quando Aleksander Vargr cruza seu caminho - um homem tão enigmático quanto perigoso, cuja presença desperta algo primal dentro dela. Atraída por seu poder irresistível, Aurora se vê mergulhada em um mundo onde segredos ancestrais e forças místicas tecem seu destino. "Você pertence a mim, pequena," ele murmura, a voz suave e sombria carregada de uma promessa irresistível, despertando algo há muito adormecido em seu íntimo. Entrelaçada em uma trama de desejo e mistério, Aurora se vê diante de um chamado inevitável. Dividida entre o medo e a entrega, ela precisará escolher: abraçar o lado selvagem que a cerca ou fugir antes que seja consumida por ele para sempre.

Capítulo 1 Do pesadelo a realidade

Prólogo

"Aurora," ele rosnou, sua voz rouca ecoando no espaço carregado entre nós.

Eu tentei recuar, mas sua presença dominadora me mantinha cativa, seus braços formando uma prisão da qual eu não tinha força para escapar. A sensação de sua respiração quente contra minha pele fazia meu corpo tremer, uma confusão de medo e uma curiosidade inexplicável me consumindo.

Ele inalou profundamente, de uma maneira animal ele dilatou as narinas e um sorriso se formou em seus lábios, seus olhos tinham um brilho dourado que me prendiam.

"Me solte! Vou gritar..." Minhas palavras emergiram mais como um sussurro, a ameaça se perdendo na intensidade do momento. Embora tentasse me convencer de que o medo dominava meu ser, uma parte escondida de mim especulava sobre a sensação de se entregar àquela força avassaladora.

Ele me atraiu ainda mais para si, sua respiração se intensificando. Inclinando a cabeça, ele roçou os lábios suavemente na pele sensível do meu pescoço, inspirando fundo como se quisesse se embriagar com minha essência.

"Inebriante," ele sussurrou, sua voz entrelaçando admiração e um tom mais sombrio. "Seu cheiro me provoca.", rosnou.

O medo ainda estava lá, indubitavelmente, mas algo mais começava a se agitar dentro de mim. Meu corpo estava tenso, porém cada carícia dele despertava ondas de calor que percorriam minhas veias.

"Finalmente, você está em meus braços pequena.!" Sua voz, suave como veludo, carregava uma promessa enigmática. Era como se ele falasse diretamente com algo que jazia adormecido em meu íntimo.

Perdida em um mar de sensações, meu coração pulsava em um ritmo frenético. A lógica me instigava a fugir, mas um impulso mais primitivo e curioso me mantinha imóvel, presa em seus braços, capturada por aquele momento singular. Ele depositou um beijo casto na junção entre meu ombro e meu pescoço, um gesto tão surpreendente quanto perturbador. Eu deveria estar assustada, indignada, mas uma onda de excitação incontrolável me dominou. Sentindo seus dentes roçarem minha pele delicadamente, uma promessa velada precedeu uma mordida suave, porém decidida.

O mundo ao redor parecia girar, uma tempestade de sensações conflitantes inundando meu ser. Seu toque oscilava entre o aviso e o convite, navegando a tênue linha entre dominação e cuidado. Minha mente clamava por resistência, mas meu corpo traía cada pensamento racional, respondendo a ele de maneira inesperadamente fervorosa.

Capítulo 1

Janeiro 2024 Aurora Morneau

- Não corra! - Escutei alguém dizer.

Mas assim que ouvi os galhos estalarem próximos a mim, fiz o que qualquer pessoa faria: corri. A chuva não ajudava; eu escorregava a cada passo, sem entender onde estavam meus tênis e minhas roupas. Em um momento, eu estava no centro da cidade, no outro, nua, em pânico, fugindo de algo desconhecido.

Um uivo forte ecoou na floresta. Era de um lobo.

O medo me fez correr ainda mais. Sentia uma necessidade estranha de ir além, de correr mais rápido do que nunca. As batidas do meu coração pareciam querer literalmente saltar do meu corpo, que naquele momento parecia me aprisionar.

- Volte! É inútil tentar escapar. Ele sabe que você existe. Correr fará apenas com que desperte o instinto caçador dele. - A voz feminina rosnou.

- Quem é você? - Gritei, em pânico.

Esperava resposta da voz ou do que me perseguia, mas não obtive nenhuma. Depois que um trovão ecoou, eu caí.

Um barulho se aproximou, e uma presença imponente me atingiu. Em pânico, girei para me deparar com um lobo enorme. Ele rosnava e parecia pronto para me atacar.

Diante dos olhos brilhantes e ameaçadores, fechei os meus pelo medo e fiz a única coisa que podia: gritei.

A força do grito foi tamanha que, em seguida, abri os olhos, aliviada por ter sido apenas um pesadelo. Embora se tornasse algo frequente, ainda assim, era apenas um maldito pesadelo.

Houve batidas apressadas na porta do meu quarto.

- Ei, Aurora, você está bem? Posso entrar? - A voz de Serena parecia assustada.

- Entre!

Serena, ainda de pijama, entrou no quarto e me abraçou.

- Você chorava e gritava. A porta estava trancada; tentei empurrar e não consegui abrir. - Serena disse.

Poderia achar estranho este fato, visto que a porta não estava trancada, mas o apartamento era velho, precisava de reformas e poucas coisas funcionavam, principalmente o aquecedor.

- Não tranquei a porta, mas acredito que seja mais uma coisa a ser colocada na lista de consertos. - Dei um sorriso fraco quando minha amiga se afastou.

Serena me olhou com preocupação, seus olhos refletindo a luz fraca que se infiltrava pelas cortinas desgastadas. Ela segurou minhas mãos, ainda trêmulas.

- Aurora, isso está acontecendo com muita frequência. Talvez devêssemos considerar outra opinião médica, algo mais... especializado.

Forcei um sorriso, tentando aliviar a tensão que crescia entre nós.

- Eu estou bem, realmente. Só um sonho ruim que se repete. Nada que um bom café não possa ajudar. - Disse, tentando convencer a mim mesma tanto quanto a ela.

Serena não parecia convencida, mas concordou em deixar o assunto de lado por enquanto. Ela se levantou e foi até a cozinha. Eu ouvi o som da chaleira sendo colocada no fogão. O aroma do café logo começaria a se espalhar pelo pequeno apartamento, uma tentativa de trazer normalidade ao nosso dia.

Sozinha em meu quarto, olhei para o espelho sobre a cômoda. Os olhos que me encaravam de volta estavam marcados pelo cansaço, e uma sensação de estar sendo puxada para uma realidade que eu não entendia completamente me assaltou. Foi então que ouvi novamente, mais fraco, o eco de um uivo distante, tão real que me fez arrepiar.

Sacudindo a cabeça, tentei descartar a sensação de que algo ou alguém me chamava de fora da realidade deste mundo. Vestindo-me rapidamente, desci para me juntar a Serena, decidida a não deixar que meu estado abalasse mais o dia.

Serena serviu minha xícara de café e sorriu para mim. Ela era uma grande amiga, sozinha assim como eu. Sempre me apoiou e, endividadas pelas parcelas da faculdade, alugamos juntas o velho apartamento onde estávamos.

Ela havia optado por não falar com sua família, que por sinal era bem abastada. Mas Serena se recusava a ceder ao luxo de seus familiares que sempre foram indiferentes com ela.

Eu, por minha vez havia perdido minha mãe no último ano de faculdade. Ela era tudo o que eu tinha; agora era eu contra o mundo.

Estava decidida a não me render aquele momento ruim que eu estava passando. Afinal, eram apenas momentos ruins, tentava pensar como mamãe tinha me ensinado.

- Vamos tentar sair hoje, que tal? Precisamos de um pouco de ar fresco e talvez um novo cenário. - Sugeri, enquanto tomava um gole do café quente que Serena havia preparado.

Ela me estudou por um momento, depois assentiu.

- Parece uma boa ideia. Há uma feira de artesanato na cidade; poderíamos dar uma olhada. E depois, talvez um filme?

- Perfeito. Afinal, estamos livres hoje. - Sorrimos, lembrando que finalmente estávamos de folga juntas. O bar mal frequentado onde trabalhávamos era o nosso sustento. Não era fácil encontrar um emprego sendo recém-formadas, nos arranjávamos como podíamos.

Caminhávamos pelas ruas felizes pelo desconto que Serena havia conseguido em uma barraquinha. Ela era fascinada por corujas e conseguiu um bracelete por dois dólares canadenses ao invés de dez. Qualquer centavo para nós fazia uma grande diferença.

- Venha, já que economizei na minha compra, te ofereço um café e uma "Beavertail". O açúcar vai nos fazer bem. - Serena sorriu.

"Beavertail" (Cauda de Castor) era o meu doce preferido. O pastel frito em formato de cauda de castor, com coberturas doces, sempre me remetia à infância. Minha mãe fazia os melhores Beavertails que eu conhecia.

Suspirei de saudade e concordei com Serena. A rua estava movimentada quando nos sentamos em uma pequena mesa metálica na frente da pequena cafeteria.

Após fazermos nossos pedidos, continuamos nossa conversa sobre nossas expectativas do futuro. Bom, ao menos Serena tinha conseguido uma vaga para um estágio no maior hospital da cidade. Eu realmente estava feliz por ela.

Sentada à mesa, segurei a xícara de café quente entre as mãos, tentando absorver um pouco do seu calor. A conversa com Serena parecia o momento perfeito para desabafar as crescentes preocupações que me afligiam.

- Estou muito feliz por você, Serena. - Dei um sorriso, mas sabia que não conseguia esconder o meu temor diante do olhar preocupado de minha amiga.

- Por favor, não desanime, Aurora. Você mesma diz, são fases difíceis e elas não duram para sempre. - Ela acariciou minha mão.

- Sim, tento ser positiva, mas estou no limite, Serena - confessei em um sussurro, apertando o colar contra o peito. - Ainda tem a conta do hospital para pagar. Não faço ideia de como vou lidar com tudo isso.

Eu raramente usava aquele colar. Era a única lembrança que tinha de minha mãe, e, por mais que gostasse de imaginá-la com ele, sempre me parecia errado. Ela o deixava guardado em sua caixa de joias. Ainda assim, algo no amuleto me atraía. A pedra negra polida com a lua crescente esculpida era tanto linda quanto inquietante.

Serena se aproximou e pousou a mão sobre a minha, quebrando o meu olhar fixo no colar. Quando levantei os olhos, encontrei sua expressão carregada de empatia.

- Aurora, eu sei que está difícil, mas você precisa manter a fé. Lembra da entrevista de emprego na empresa de segurança que minha prima indicou? Estou com um bom pressentimento sobre isso. Ela me disse que estão realmente precisando de alguém, e sua experiência e qualificações são perfeitas para a vaga.

Seu otimismo era contagiante, e mesmo meu coração apertado se permitiu sentir um vislumbre de esperança.

BioNex Solutions é uma multinacional que lidera o campo da biomimética, desenvolvendo produtos e tecnologias inspirados por processos biológicos e estruturas encontradas na natureza. Para mim, era uma honra conseguir trabalhar naquele lugar, mas sabia que seria uma vaga disputada. Afinal, eu era uma recém-formada em Biotecnologia. Mas eu tinha esperanças.

- Eu realmente espero que você esteja certa - murmurei, tentando me agarrar à ideia de uma solução próxima.

- Eu estou certa, você vai ver. Tudo vai dar certo. Apenas vá para essa entrevista de cabeça erguida e mostre a eles o quanto você é incrível. Estamos juntas nessa, ok? - Ela sorriu, e algo em seu sorriso me fez acreditar que talvez, apenas talvez, as coisas pudessem realmente começar a melhorar.

Com um suspiro mais leve, acenei com a cabeça, grata pela presença de Serena. Seu apoio incondicional era a âncora que me mantinha à tona em meio às tempestades da vida. Agora, com um plano em mente e a promessa de dias melhores, senti uma nova determinação surgir dentro de mim. Eu iria para essa entrevista e daria o meu melhor, custasse o que custasse.

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