O Acordo De Derick Drumond - Livro 1

Hoje o dia na empresa está estressante e eu estou sem paciência para tolerar incompetência de funcionários petulantes, já demiti três secretárias só essa semana e por mim eu deixaria como está, mas o problema é que se não tiver quem organize a minha agenda nada sairá como eu quero.

Ando de um lado para o outro nervoso pois a reunião das duas horas já devia ter começado a meia hora, mas a secretária temporária que a agência mandou simplesmente se esqueceu de me avisar, não aguentei e tive que mandá-la embora por causa da sua falta de competência, mas felizmente meu irmão Maycon mandou sua secretária me ligar para avisar que eu estava atrasado para reunião, só assim fiquei sabendo da existência dessa bendita reunião com os executivos de Dubai.

Me apresso para chegar a sala de reuniões e assim que entro nela todos me encaram desapontados pelo meu atraso, e eu no lugar deles já teria cancelado essa reunião.

— Boa tarde senhores... Peço desculpas pelo meu atraso... Podemos começar a reunião? — Sigo até a minha poltrona na ponta da mesa e me sento ainda recebendo os olhares de insatisfação dos executivos.

Mas enfim, a reunião começou e graças a Deus deu tudo certo, os executivos de Dubai fecham contrato com a nossa empresa e em breve terei que ir até a sua cidade para conhecer melhor os seus projetos, eu sou presidente da empresa construída pelo meu pai e hoje eu e meus irmãos, Noah e Maycon estamos à frente de tudo, meu pai continua sendo o cabeça de tudo e nada é decidido sem antes ouvirmos a opinião e os concelhos dele, temos uma empresa de combustível, a Petrointer Drumond, fazemos importações para todos os países e com isso nos tornamos uma das empresas mais ricas do mercado, tudo que construímos até hoje se deve ao esforço do Sr. George Drumond, não tem como não me orgulhar do pai que eu tenho e mesmo sendo um cara bastante controlador ainda sim, ele é o meu exemplo.

A reunião finalmente chegou ao fim e eu posso respirar aliviado. Volto para minha sala com Noah e Maycon resmungando em meu ouvido por eu ter demitido a secretária temporária, mas enfim, eles me deixam em paz e eu posso me sentar e relaxar despreocupado. Ouço o meu celular tocar mas quando pego para atender vejo que é Raquel, uma de nossas amigas me ligando pela centésima vez, então atendo.

— Fala Raquel! O que você quer agora? — Pergunto já impaciente pois já sei o que ela quer.

— É simples seu chato, eu quero saber se você já tem uma resposta para o meu convite de ontem? Acho bom ser um sim ou eu vou continuar ligando. — Pergunta ela tão impaciente quanto eu.

— Você já sabe a minha resposta então para de me ligar... Você consegue ser ainda mais chata que eu, sabia? Eu não vou sair com você e aquele bando de delinquentes, eu tenho mais o que fazer Raquel... Era só isso que você queria saber? Se continuar ligando vou desligar o celular. — Digo um tom ríspido e logo ouço ela gritar comigo.

— O que deu em você hoje Derick? Precisa falar comigo desse jeito? Qual é o seu problema hein? Poxa é só uma balada com os seus irmãos e alguns dos nossos amigos... Vai faz um esforcinho para ir com a gente? — Esbraveja alterada mais uma vez tentando me convencer.

— Hoje não Raquel! Eu estou sem paciência para nada hoje, estou estressado e não estou afim de sair ok? Na próxima eu vou... Eu prometo. — Respiro fundo e ela faz o mesmo do outro lado da linda.

— Ok eu desisto... Você me fez perder duzentas prata sabia...? Eu apostei com Maycon que eu conseguiria te arrastar para uma boate com a gente hoje mas me ferrei por sua culpa! — Diz ela em um tom de voz zangada e eu gargalho.

— Eu não acredito que você deu esse mole com Maycon... Ele sabia que não estou com saco para sair hoje por isso se deu bem, como foi confiar nele já que o conhece tão bem? — Digo ainda gargalhando pois sei que Maycon fez isso de propósito.

— Filho da mãe! Eu vou acabar com a raça dele... Mas se mudar de idéia me avisa ok? Nós vemos no jantar beneficente depois de amanhã, beijo! — Diz ela também gargalhando e logo se despede encerrando a ligação, só então me lembro que amanhã também terá um jantar na mansão.

— Merda...! Como eu fui me esquecer desse maldito jantar? — Digo mais uma vez suspirando frustrado por ter me esquecido do jantar.

Meu pai convidou um de seus amigos e sua família para jantar na mansão amanhã, mas disse que teria uma conversa séria comigo antes do jantar, eu não entendi o motivo desse jantar e muito menos o motivo dessa conversar, não sou mais criança para o meu pai ficar me chamando atenção e sei que essa conversa não tem nada haver com a empresa, pois tudo por aqui está indo perfeitamente bem, ele não quis adiantar o assunto mas não estou preocupado pois não deve ser nada demais.

— Está sonhando acordado Derick...? Eu vim trazer esses contratos para você assinar... Só falta esses aqui e os outros contratos do pessoal de Dubai está tudo ok. — Diz Matthew meu vice presidente parado em frente a minha mesa estendendo alguns documento na minha direção.

— Obrigado Matt, eu te devo uma por ter enrolado aqueles executivos até eu chegar... Eu não dou sorte com as minhas secretárias cara, deviam fabricar robôs para pôr no lugar delas, eles seriam bem mais eficientes. — Digo enquanto pego os documentos para dar uma olhada rápida antes de assinar, eu confio no meu amigo.

— O problema não está nas secretárias Derick, o problema é que você é exigente demais cara as coitadas tem até medo de olha pra você... Você precisa ser mais flexível porque você não pode ficar sem uma secretaria, ouviu? — Diz ele rindo da minha cara esse cretino.

— Eu não tenho problema nenhum com as secretárias, são elas que não sabem trabalhar direito, eu preciso ficar ensinando tudo e eu não tenho paciência para isso. — Volto a ficar sem paciência e Matt gargalha.

— Relaxa cara, eu vou mandar a minha secretária fazer uma seleção para uma nova secretaria pra você, mas acho que seria melhor arrumar logo outra assistente pessoal para ocupar o lugar da Pietra, assim você não precisa se preocupar com a secretária. — Diz ele sorrindo e eu ergo uma sobrancelha o encarando sério.

— O culpado por eu estar sem a minha assistente é você Matthew, ninguém mandou você se casar com a melhor assistente que eu já tive até hoje... Agora trate de arrumar outra para mim com urgência. — Digo enquanto assino os documentos e mais uma vez o infeliz gargalha.

— Se eu não me casasse com ela outro iria se casar e você iria ficar sem a sua assistente do mesmo jeito... Mas pode deixar que eu vou tentar te arrumar outra tão boa quanto ela, ok...? Eu já vou indo, nos vemos amanhã. — Diz ele na maior cara de pau se afastando da minha mesa e logo já está na porta se despedindo para sair.

Apenas aceno com a cabeça e ele sai me deixando sozinho. Pietra foi minha assistente por dois anos até esse cara de pau do Matt conquistá-la e roubá-la de mim, mas aceitei numa boa já que eles se apaixonaram e se tornaram meus melhores amigos, não vai ser fácil encontrar outra assistente a altura de Pietra, mas Matt vai ter que se virar para encontrar outra tão boa como era a sua esposa.

Termino de assinar os documentos e os deixo na minha gaveta trancada a chave, arrumo as minhas coisas na minha mochila e saio da minha sala indo para o elevador, passo pela mesa da secretária de Matt no final do corredor e ela abaixa a cabeça assim que me vê, não me importo que tenham medo de mim pois só assim os meus funcionários mantém o respeito e o profissionalismo para comigo. Entrei no meu elevador pessoal e desci até a garagem subterrânea do prédio, entro no meu carro uma McLaren MP4-12C e saio da garagem ganhando as ruas da Flórida rumo a minha cobertura no edifício central no centro de Miami.

Em poucos minutos de pista já estou adentrando no estacionamento do edifício estacionando na minha vaga exclusiva, entro no elevador que dá acesso a cobertura e subo os trinta e dois andares até o elevador se abrir dentro da minha sala, uma cobertura de dois andares com uma vista incrível.

Assim que entro atravessando a minha sala vou em direção as escadas na intenção de ir direto para o meu quarto, estou exausto e ainda estressado louco para me desligar do mundo mas sei que isso não será possível, então só o que me resta é apreciar uma boa dose do meu bourbon. Encho bem o meu copo e degusto o seu maravilhoso sabor, subo para o meu quarto mas quando chego na metade da escada a empregada me chama.

— Com licença Sr. Drumond... Eu só queria avisá-lo que a Sra. Paola esteve aqui um pouco antes do senhor chegar, ela pediu para não deixá-lo se esquecer do jantar de amanhã, e o senhor seu pai pediu para que o senhor chegue mais cedo para conversar com ele. — Diz dona Mary parada no pé da escada e eu suspiro frustrado, minha mãe e esses malditos jantares. Droga!

— Obrigado Mary eu não vou me esquecer, afinal ninguém me deixa esquecer esse maldito jantar... Bom, eu vou subir e não estou para ninguém, ouviu...? Nem mesmo para os meus pais, não estou afim de me aborrecer e nem aborrecê-los também. — Digo já subindo sem esperar a sua resposta mas consigo ouvi-la concordar.

Subo para o meu quarto e entro no mesmo já tirando a minha roupa e vou para o banheiro tomando o meu whisky, deixo o copo vazio em cima da pia do banheiro e entro no box ligando a ducha, entro em baixo da água quente e deixo os jatos fortes atingirem as minhas costas me aliviando do cansaço e isso era tudo que eu precisava, passo pelo menos uns vinte minutos no banho mas quando saio me sinto mais leve que antes.

Me seco e enrolo uma toalha no cabelo e outra na cintura, saio do banheiro indo até o meu closet e visto uma box branca e uma bermuda confortável, logo volto para o banheiro para secar os meus cabelos no secador e depois que o faço volto para o meu quarto e me deito na intenção de descansar um pouco, mas não consigo, meus pensamentos estão nessa tal conversar que meu pai quer ter comigo, não sei o que de tão importante ele tem para me dizer que tenha que ser a sós, eu sei que na empresa está tudo indo bem até demais então o problema deve ser comigo, e isso está me deixando preocupado, há dias ele está querendo conversar comigo mas sempre tem alguém para nos interromper, mas dessa vez sinto que teremos uma conversa tensa.

Me perco em pensamentos e nem vejo o sono me vencer, na manhã seguinte acordo com batidas insistentes na porta e isso já me deixa mal humorado, não gosto de ser acordado por ninguém além do meu despertador pois sei a hora que devo acordar.

Me levanto contra a minha vontade e vou até a porta pois sei que não é a minha empregada, ela tem juízo e não me acordaria se o mundo não estiver acabando. Assim que abro a porta me deparo com a minha mãe me encarando séria.

— Eu pensei que você estivesse morto aí dentro Derick... Porque a demora em atender essa porta? Por acaso você está com alguma mulher escondida nesse quarto? — Diz dona Paola já adentrando o meu quarto sem pedi permissão.

— Não mamãe, não tem nenhuma mulher aqui, até porque se tivesse eu não teria aberto a porta. — Fecho a porta novamente e vou em direção ao banheiro.

— Porque você não me atendeu quando eu te liguei? Eu estou desde ontem te ligando e seu telefone só chama e você não atende... Mary te avisou que eu estive aqui? Eu preciso que você esteja lá em casa mais cedo para receber a Hellen, ela vira para o jantar e quero que você a faça companhia... — Diz vindo atrás de mim mas eu a interrompo.

— Como é que é? Você só pode estar brincando mamãe, eu não vou servi de babá para ninguém, os convidados são seus e não meus... Hellen é muito pegajosa eu não quero ela no meu pé depois... Eu sinto muito mas você terá que pedir esse favorzinho para Maycon porque eu estou fora. — Digo enquanto escovo os meus dentes e ela se encosta na pia ainda me encarando séria.

— Derick a Hellen gosta de você meu filho, o que custa você dar uma chance a ela...? Eu faço muito gosto de que vocês se casem e me dê muitos netinhos. — Diz ela como se estivesse falando algo simples de se fazer e eu quase me engasgo com a pasta de dente na minha boca.

— Pelo amor Deus mamãe... Você ficou maluca...? Eu não quero me casar e muito menos com aquela oferecida da Hellen... Não precisa ficar arranjando casamentos para mim porque eu não estou interessado em me casar, ok? Se um dia eu quiser me casar eu mesmo quero escolher com quem vou me casar, não preciso da sua ajuda para isso. — Digo irritado e lavo a minha boca antes de sair do banheiro deixando ela para trás.

— Tarde demais para pensar assim filho, já passou da hora de você se casar mas eu queria que fosse com alguém que eu gostasse como nora... — A interrompo novamente.

— Presta bem atenção no que você está falando mamãe? Quem tem que gostar da mulher que eu escolher sou eu e não você ou o papai, quem vai dormir com ela sou eu e quem vai transar com ela sou eu então quem tem que gostar dela sou eu também, ou não? — Rebato visivelmente alterado pois não é a primeira vez que minha mãe vem com essa história de querer me juntar com aquela sem graça da Hellen.

— O que deu em você hoje Derick...? Eu sou sua mãe precisava falar assim comigo? Não foi essa educação que eu te dei menino! — Ela me repreende me encarando severamente e eu suspiro frustrado.

— Me desculpe mamãe, eu ando muito estressado ultimamente, não foi a minha intenção faltar com o respeito a senhora, me perdoe? — A encaro ainda frustrado mas mesmo assim me aproximo mais lhe dando um abraço.

— Está perdoado, eu sei que não está sendo fácil para você trabalhar sem uma secretária... Pietra me contou que você mandou mais uma secretária embora, não foi? — Ela retribui o meu abraço agora com um pequeno sorriso mas nos soltamos um do outro.

— Eu quase perdi uma reunião muito importante ontem por causa daquela incompetente, eu preciso ligar para agência e reclamar, eles mandam qualquer uma para nossa empresa e eu não vou mais tolerar isso. — Digo enquanto escolho o que vestir mas como sempre minha mãe se intromete decidindo o que vou vestir.

Conversamos brevemente sobre o assunto secretária e esquecemos o assunto casamento graças a Deus, escolho uma muda de roupa extra pois sei que não vou consegui voltar em casa hoje depois que eu chegar na casa dos meus pais, e como vou ter que ficar para o jantar já vou prevenido.

Saio de casa com a minha mãe em uma das minhas maquinas preferida e logo estou ganhando a pista, daqui até a casa dos meus pais não é muito longe então com apenas quinze minutos já estou adentrando os portões da mansão Drumond, assim que paro o meu carro na entrada da casa vejo minha irmãzinha andado pelo jardim pendurada no telefone, saímos do carro e mamãe entra depois que aviso que vou falar com Brenda. Me aproximo da minha irmã e assim que percebe a minha presença desliga o celular e vem correndo na minha direção.

— Maninhoooo... Que bom que você veio mais cedo, eu preciso te pedir um favor. — Diz empolgada pulando em meus braços e eu sorrio por vê-la tão animada.

— Se precisava de mim porque não me procurou...? O que você quer pirralha? Em que posso ser útil para a irmã mais linda do universo? — Pergunto sorrindo enquanto ela se solta de mim me encarando de cara feia por eu tê-la chamado de pirralha.

— Eu já falei que não sou pirralha Rick...! Odeio quando você me chama assim. — Diz emburrada e eu pego ela no colo fazendo ela gargalhar.

— Está vendo só como você é uma pirralha? Eu pego você no colo como se fosse uma bebêzinha linda. — Gargalho girando ela no ar e a mesma não resiste em gargalhar também, mas logo a coloco no chão.

— Deixa de ser palhaço Rick... Não sou mais criança ok? Sou uma mulher de vinte e dois anos e já posso até me casar se eu quiser, ouviu? — Diz dando de ombro e meu sorriso desaparece na mesma hora.

— Como é que é? Que história é essa de casar? Brenda você ainda é muito nova para se casar, você não pode se casar agora você é minha irmãzinha e não está na idade de se casar! O papai já sabe dessa novidade? Você não pode estar falando sério Brenda? Eu não vou permitir isso ouviu bem? Não vou! — Esbravejo perplexo já me irritando por saber que a minha irmãzinha já pensa em se casar, eu mato aquele infeliz daquele namorado dela se ele insistir em querer se casar com ela.

— Eu já falei que não sou mais criança Derick! Você é meu irmão e não pode me impedir de fazer o que me der vontade... Poxa eu pensei que você fosse me apoiar e não reagir dessa maneira, esse seu ciúmes não tem cabimento Rick... E só para você ficar sabendo ele ainda não me pediu em casamento ouviu...? Ele perguntou o que eu acharia se nos casássemos. — Diz ela ainda me encarando incrédula e eu respiro mais aliviado.

— Se você quiser se casar daqui a uns dez anos por mim tudo bem, eu não vou me opor, mas se você fizer isso eu mato o seu marido antes dele consumar o casamento, ouviu bem...? Você não vai se casar agora e muito menos com aquele delinquente do seu namorado, ele não serve pra você e você sabe disso! — Aviso ainda irritado e ela me empurra com força para longe dela.

— Você não pode fazer isso comigo Derick! Porque você não pega no pé do Noah e do Maycon também? É só comigo que você faz isso droga! — Diz também irritada me encarando furiosa e sai batendo o pé.

— É diferente Brenda você é mulher... É minha irmã e é minha obrigação te proteger de moleques como aquele que se diz seu namorado. — Grito para que ela me escute de longe mas ela finge não me ouvir e continua a se afastar irritada.

— O que está acontecendo aqui filho...? Você e sua irmã brigaram? — Pergunta meu pai se aproximando atrás de mim e eu me viro para encará-lo.

— Você está sabendo que aquele moleque está falando de casamento com a minha irmã? Papai a Brenda é muito nova para se casar, você precisa conversar com ela. — Digo ainda meio irritado voltando a olhar na direção em que ela foi mas logo me surpreendo com o que o meu pai diz.

— E você meu filho? Não acha que já passou da hora de se casar? — Diz me encarando sério enquanto eu o encaro perplexo.

— O senhor também vai vir com esse assunto papai? O que está acontecendo com você e mamãe hoje? Ela veio com esse mesmo papo para o meu lago logo cedo. — O encaro confuso sem entender o que deu nesses dois hoje.

— Vem comigo filho...! Precisamos conversar e tem que ser agora. — Diz ele já indo na direção da casa e eu o sigo curioso para saber do que se trata esse assunto.