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Destinados a Amar

Destinados a Amar

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Sinopse

Índice

Ela vive uma vida perfeita, rodeada de amigos e família. Mas esconde um segredo que a fez se tornar reclusa. Ele é um rico, CEO, que vive cercado de mulheres. Jurou que nunca se deixaria apaixonar por ninguém. Até que conhece a irmã do melhor amigo, ele nunca quis tanto uma mulher e está disposto a tudo para tê-la. Ela não queria um homem em sua vida, era a última prioridade no momento, mas quando conhece o amigo do seu irmão até seus pensamentos a traem. Mas os segredos que ela escondem podem por um fim nesse relacionamento.

Capítulo 1 I

"Hoje é o aniversário de 25 anos de casamento dos meus pais, então decidi escrever sobre eles aqui no blog.

Tudo começou em 1994, na viagem que meu pai fez após sua formatura. Ele conheceu Marta, minha mãe e naquele verão se amaram intensamente.

Roberto e Marta se entregaram sem nenhuma cobrança e quando o verão acabou ele voltou para São Paulo e ela seguiu sua vida ali em Santos.

No ano seguinte quando ele tratava de negócios com a dona de uma floricultura os dois se reencontraram. Para resumir a história ela havia se mudado e trabalhava lá agora.

Chame de sorte, destino ou Deus, o que importa é que uma força no universo conspirava em favor deles.

Voltaram a sair e quatro meses juntos decidiram se casar, mesmo que os pais fossem contra um casamento tão rápido eles seguiram em frente.

Um mês depois de casados veio à notícia, mamãe estava grávida de mim, Emma. Três anos mais tarde veio meu irmão Cristian.

E vinte e cinco anos depois de terem se conhecido ainda estão apaixonados e em lua de mel, como sempre dizem. Então para esse casal que adora celebrar o amor: meus parabéns, que venham mais e mais anos de felicidade!".

Fechei meu notebook e fiquei pensando como o tempo passava rápido, há sete anos estávamos acabando o ensino médio, eu, Caio e Jenny montamos este blog "junto e misturado", porque era assim que chamavam nosso trio, foi uma tentativa de nos manter unidos mesmo com toda a loucura das nossas vidas.

Fizemos planos para a faculdade e sobre como organizar todo o nosso futuro sem nunca deixar de lado nossa amizade. Afinal Caio estaria em Campinas cursando medicina, Jenny viajando pelo mundo fazendo reportagens importantes para a revista de seu pai e eu em São Paulo fazendo arquitetura, usaríamos o blog para nos manter informados sobre os acontecimentos da vida um do outro, não importando quanto tempo passássemos sem nos falar, poderíamos simplesmente entrar e atualizar nossas fofocas.

Poucas coisas ainda permaneciam de pé depois de todos esses anos.

— Chega de nostalgia por hoje! — murmurei jogando às cobertas para o lado, pronta para me levantar e encarar o dia.

Tomei um banho rápido, escovei os dentes e peguei a roupa mais confortável para o dia na loja. Depois de uma maquiagem rápida desci às pressas, queria passar um tempo com meus velhos antes de correr para a floricultura.

Logo Cris chegaria e junto com ele a nossa surpresa para o casal.

— Bom dia família! — gritei animada, após jogar minha bolsa e os sapatos na porta da cozinha.

Meu pai estava passando café e impregnando a casa com aquele cheiro maravilhoso, o bom café. Eu sabia que ele já tinha levado o café na cama para mamãe, pois já era uma tradição de aniversário.

Ela agora o observava caminhando pela cozinha com sorriso de orelha a orelha. Não queria nem imaginar o motivo do sorriso, mas tinha certeza de que não era pelo simples café na cama, mas algo que envolvia a cama definitivamente.

— Bom dia filha. — ela respondeu finalmente desviando os olhos do marido e estalando um beijo em minha bochecha quando me alcançou, só para voltar os olhos para seu homem a beira do fogão.

— Bom dia. — papai disse se juntando a nós e colocando a garrafa de café cheia na mesa. — Sente-se e coma. — ordenou sorrindo e indo abraçar sua amada.

Vocês devem pensar que esse grude seja apenas pelo aniversário de casamento, mas não se enganem, é assim o bendito tempo todo. Eu e Cris crescemos no meio de toda essa babação e demonstrações de afeto. Às vezes até publicas de mais, como na vez que eles foram pegos transando em um banheiro nas bodas do nosso avô, mas sempre fomos ensinados que se tem amor não tem do que se envergonhar.

Claro que essa parte Cris entendeu totalmente o contrario, no caso dele está mais para: se tem tesão não tem do que se envergonhar.

— Como se precisasse implorar. — murmurei já me servindo, só o cheiro delicioso estava fazendo meu estômago roncar.

— Bom dia! — Cris exclamou feliz fazendo uma entrada sorrateira pela porta dos fundos. Era só pensar no rabudo que ele aparecia. — Feliz aniversário de casamento. — murmurou jogando seus braços em volta dos dois e os abraçando apertado.

— Pelo menos um de nossos filhos não é um completo esquecido! — meu pai resmungou me assistindo devorar o pão.

— Ora ora, eu não esqueci, vocês deveriam dar uma olhada no blog e... — olhei para o relógio na parede. — Seria bom que fossem abrir a porta.

— Mas não tocaram a campainha... — foi tudo o que mamãe teve tempo de falar, poucos segundos antes do som solene da campainha a deixar intrigada.

Ergui as sobrancelhas ao ouvir o som e sorri para o meu irmão de forma conspiratória. Fazia algumas semanas que planejávamos aquela surpresa para os dois e tinha certeza que iriam adorar.

— Como você está, princesa? — Cris perguntou se sentando ao meu lado e cutucando meu prato.

Se havia algo que ele amava fazer era roubar comida dos pratos alheios, mas coitado de quem usasse tocar na comida dele, o bicho se manifestava. E isso não se aplicava a pratos apenas, se é que me entendem.

— Eu estou ótima e você? — respondi enquanto comia o mais rápido que conseguia, antes que ele pegasse o resto do meu café.

— Bem também. — ele já estava com a boca cheia e se preparando para colocar um pedaço de bolo inteiro na boca.

Era a educação em pessoa.

Lhe dei uma cotovelada gargalhando de seus hábitos animalescos na mesa, mas já estava acostumada, e antes que ele revidasse escutamos os gritinhos de euforia da mamãe e sorrimos sabendo que tínhamos acertado em cheio.

— Ai meus filhos como vocês são uns amores! — ela falou correndo para nos abraçar já com lágrimas nos olhos.

O presente deles estava no colo de papai, um cachorro que estava há um bom tempo para adoção e que por meses mamãe estava namorando-o na vitrine da petshop.

Além do bichinho havia duas passagens, meu pai, que agora seria obrigado a tirar às suas merecidas férias, nos olhava com um sorriso largo no rosto sabendo que fizemos aquilo para que ele não tivesse como rejeitar.

Tínhamos comprado passagens para Paris. Se quisesse fazer com que meus pais curtissem uma viagem sozinhos teria que ser na base da força, eles se privavam desses pequenos luxos por conta do trabalho e da família.

— Vocês não tem jeito! — papai murmurou entrando no meio do nosso abraço desengonçado. — Obrigado meninos.

— E o bolo? — Cris questionou pulando para fora do abraço e fazendo seu apetite desenfreado ser lembrado.

— O bolo fica por conta da Em. — minha mãe falou, lhe dando um prato para que ele parasse de comer com as mãos e se sentasse de uma vez.

Como se algum dia ele fosse deixar de ser o ogro que era apenas porque ela pedia.

— Apareça de noite e então terá o seu bolo. — murmurei pegando o novo integrante da família no colo. — Você pode trazer a Margo. — o provoquei apenas para vê-lo ficar vermelho.

Mas não se enganem, não havia nada de vergonha ali e sim irritação, ele fugia de contar sobre qualquer um de seus casos, em especial para nossa mãe.

— Margo? O que têm a Margo? — meu pai questionou um tanto desinteressado, preparando seu prato.

— A secretária do seu pai? — nossa mãe entrou na conversa falando mais alto, já o encarando com vários questionamentos se formando em sua cabeça.

Já era de conhecimento geral que não agradava ela nenhum pouco que seus dois filhos, eu com vinte e cinco anos e Cris com vinte e dois, não estivéssemos em nenhum relacionamento sério e muito menos que não parecíamos inclinados a ter um.

— Mãe, pai, não deem atenção a essa maluca. — ele rosnou me fuzilando com os olhos.

Nós dois sabíamos que a qualquer sinal de envolvimento mamãe se meteria e faria de tudo para que o relacionamento desse certo. Em especial com ele que sempre estava trocando de mulheres como quem troca de roupa, nenhuma parava na vida dele por muito tempo.

— Sim, ela mesmo mãe. — continuei entregando-o de bandeja para meus pais. — Vai negar, Cris? — o provoquei mais uma vez antes de ir embora, adorava tripudiar em cima daquele safado sem coração que adorava usar às mulheres ao seu bel prazer.

— Negar o que Emma? — a voz baixa soou como um aviso, mas eu nem me preocupava, Cris era inofensivo.

— Que você e a margo estão saindo! — soltei a bomba, já tinha calçado os sapatos e pegado minhas tralhas, pronta para fugir do ataque de perguntas de mamãe e da raiva de Cris.

— Quem te falou isso? — seus olhos arregalados não escondiam que era verdade, mas seu rosto vermelho mostrava que mais um pouco e ele pularia em cima de mim.

— Eu não preciso de ninguém para me contar, vi como você ficou quando ela chegou no último jantar aqui em casa, como vocês se olhavam. — resmunguei já preparada para correr a qualquer movimento dele. — E também ouvi uma conversa sua com ela outro dia. — contei todos às pequenas coisas que percebi sobre esses dois nas últimas semanas.

Meu pai brincava com o filhote peludo, enquanto minha mãe me encarava fascinada, como se eu estivesse explicando algum segredo complexo do mundo.

E se tratando do meu irmão saindo com alguma mulher mais de uma semana era quase isso.

— Você é uma pessoa horrível sabia? — ele bufou desanimado já lançando seu olhar de "pobre coitado" para nossa mãe.

— Por que vocês acham que tem que esconder às coisas de nós? — meu pai nos questionou sorrindo, já sabendo qual o real motivo do desconforto do filho.

— Porque são meus pais? Não acho que precisem saber de tudo da minha vida. — Cris reclamou amuado.

O desgraçado era cheio de truques para fazer qualquer um cair em sua lábia. O encarei balançando a cabeça diante de sua cara de pau em se fazer de vítima.

— Não vejo nenhum problema em vocês saírem, desde que não misturem nada com trabalho. — meu pai finalizou o assunto, já que os três trabalhavam no mesmo escritório às coisas poderiam sair do controle.

— Pode deixar pai. — Cris pigarreou enquanto me lançava um olhar altivo, de quem tinha vencido.

Céus! Como éramos infantis.

Desde pequenos sempre fomos competitivos um com outro, mas se nos juntássemos contra alguém éramos imbatíveis, ninguém conseguia nos vencer em nada que decidíssemos fazer unidos.

— Emma, por favor, fique longe dele ok? — mamãe disse pegando o cachorrinho do meu colo e sendo super protetora como sempre. — E com você converso depois rapazinho. — falou encarando Cristian, ele não se livraria tão rápido dessa, ela não ia deixar passar.

— Mamãe eu estou bem. — murmurei contrariada com seu cuidado extremo. — E por favor dê um nome à ele. Já vou indo, alguém tem que trabalhar nessa casa. — os beijei e beijei Cris sorrindo do seu bico de menino mimado. — Sabe que te amo. — sussurrei e segui para porta, mesmo querendo passar o dia em casa com eles.

— Até a noite Pandinha! — o ouvi gritar antes que fechasse a porta e sorri ao ouvir me chamar assim, pelo meu apelido de criança.

O tempo estava como que por um milagre limpo, dificilmente em São Paulo se vê algo assim, mas nunca podia faltar um guarda chuva e uma blusa de frio no kit de sobrevivência paulista.

Um dia e três estações, era quase mágico se não fosse trágico.

— Bom dia Lise. — cumprimentei Elizabeth, a morena maravilhosa que estava encostada a porta da loja me esperando, com uma cara não muito boa.

Elizabeth tinha trabalhado com minha mãe na outra floricultura, até que abrimos mais uma e ela veio me ajudar.

Nossa amizade tinha começado aos poucos, mas ela era agora a primeira pessoa que eu contava qualquer coisa e confiava plenamente. Apesar de não ser cem por cento recíproco, já que ela tinha segredos bem guardados

— Bom dia Em, como você está? Lembre-me de dar os parabéns aos seus pais. — resmungou me ajudando a levantar a pesada porta da floricultura para começar nosso dia.

— Hoje à noite faremos uma festinha, está convidada. — isso era mera formalidade, já que era de praxe todos os amigos e afins fazerem parte de qualquer comemoração na nossa casa, por menor que fosse.

Batizado, estavam todos lá; aniversários, todos enchiam a casa; velórios, não era diferente; formaturas, feriados, comemorações sem sentido algum, não importava o motivo, se convidássemos um ou dois sabíamos que todos viriam também.

— Ótimo, adoro as festas na casa de seus pais. — ela riu cheia de insinuações sacudindo as sobrancelhas e já voltando para a calçada com vasos cheios de flores nos braços.

Como disse meus pais não sabiam ser nada discretos, imagine então os amigos desses dois. Pare para pensar que mamãe era de uma época hippie, então a maioria dos tios postiços que tenho também são da mesma pegada. Musica alta, dança, comida e sem hora para acabar.

O dia passou rápido, por algum motivo as pessoas não estavam dadas a comprar flores hoje. Na verdade homens, em sua maioria. O movimento maior eram nas sextas e sábados, nada como conquistar alguém com um belo buquê.

Dei graças aos céus que assim pudemos fechar mais cedo e eu corri para casa a fim de fazer o bolo da noite.

Era sempre assim desde que havia aprendido a fazer bolos deliciosos, qualquer desculpa era válida para me fazerem ficar na cozinha e eu não reclamava, era realmente uma terapia cozinhar.

Já passava das sete quando os convidados começaram a chegar e eu já estava morta, meus pés pediam por descanso depois do dia em pé na floricultura e depois na cozinha. Mesmo assim eu não podia deixar de curtir a noite com todos os tios e tias que eu tinha ganhado bem antes de nascer.

Eu adorava todos eles, éramos como uma família enorme, meio maluca e cheia de nuances. Era perfeita.

A música alta nos embalava levando todos a dançar, não importava se tocasse Beatles ou Beyonce, todos se apertavam para cantar ou balançar o corpo ao som.

Como sempre a "festinha" virou um festão, mais e mais pessoas chegavam, pessoas além do que prevíamos como sempre. Mas o que podíamos fazer se a cada ano às famílias amigas cresciam, para infelicidade da minha mãe isso não se aplicava à nossa.

Como se sentisse responsável por mudar aquilo assim que ela avistou a pobre Margo, fez questão de não perdê-la de vista. Agora seria só questão de tempo para Cris fugir da garota, apenas para tirar da cabeça de nossa mãe a ideia de um possível casamento.

Não levem a mal, Cristian não era um canalha por completo, só não conseguia se comprometer com ninguém, além da família e amigos ninguém fica na sua vida por muito tempo.

Tirando a parte do mulherengo não tinha uma pessoa mais doce e sincera que ele. Nossa pouca diferença de idade nos fez crescer mais unidos do que qualquer irmãos que eu conhecia.

— Você pode pelo menos disfarçar Emma. — Cris sibilou no meu ouvido me assustando. — Mamãe está à noite toda como um urubu atrás da garota.

— Deus sabe que ela só precisava de um pouco de esperança para continuar vivendo. — debochei, gargalhando em seguida com sua careta.

Cris puxou meu corpo começando a dançar em volta da sala, me obrigando a controlar meu surto de riso assim que viu que tínhamos chamado a atenção de algumas pessoas, em especial das duas mulheres que ele estava evitando como se fosse o próprio diabo.

— Obrigado por fazê-la me notar aqui. — ele resmungou ainda balançando nossos corpos ao som de Treasure do Bruno Mars.

— Você não vai afastá-la só por causa da mamãe, certo? — perguntei mesmo já sabendo a resposta.

— Todos tem sua hora de ir Emma, sabe que detesto despedidas, então uma mensagem com um emoji quem sabe. — encarei o homem a minha frente que olhava para a bela mulher do outro lado da sala enquanto calculava o que fazer para afastá-la de sua vida, e meu peito doeu por ele, eu sabia o que tinha causado tudo aquilo e isso me magoava ainda mais.

Meu irmãozinho era lindos, os cabelos castanhos ondulados lhe davam um ar descontraído e molecão que eu sabia que ele era, quando estava de terno era a perdição das mulher, mas quando não usava nada além de shorts para correr causava problemas de torcicolo. Isso sem falar no sorriso, sabe aqueles homens que você olha e fala céus que lindo e assim que ele abre o sorrisão bonito e sexy você diz não vale nada, mas eu sentava? Esse é meu irmão.

Doía saber que ele nem ao menos se dava a chance de amar e ser amado. Deus sabe que se eu pudesse estaria fazendo isso.

— Cris, não precisa fugir sua vida toda. — murmurei chamando sua atenção de volta a mim.

Quando seu olhar encontrou o meu não precisou nenhuma palavra sobre o que se passava em nossas mentes. Cris apenas desviou o olhar, já tomando distancia e se fechando.

— Agora não. — falou batendo nos bolsos até achar às chaves do carro. — Essa é minha deixa para curtir a noite fora daqui. Tchau pandinha. — acenou já a caminho da porta.

Encarei minha mãe, que agora estava de cara feia do outro lado da sala, e só pude dar de ombros, não queria estragar a noite dela também com velhos problemas nossos, então o melhor era me fazer de desentendida, estávamos aqui para comemorar e não chorar.

E foi isso o que fiz, rodei pela casa conversando, comendo e dançando, não havia coisa melhor.

Depois de altas horas conversando, rindo e dançando eu me rendi ao cansaço e fui para a casa com Lise, a última coisa que precisava no dia era ouvir a festa obscena e nada discreta dos meus pais na noite de aniversário.

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Mais Novo: Capítulo 50 Epílogo   08-24 10:36
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1 Capítulo 1 I
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2 Capítulo 2 -
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3 Capítulo 3 -
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4 Capítulo 4 -
02/10/2022
5 Capítulo 5 -
02/10/2022
6 Capítulo 6 -
02/10/2022
7 Capítulo 7 -
02/10/2022
9 Capítulo 9 -
02/10/2022
10 Capítulo 10 -
02/10/2022
11 Capítulo 11 -
02/10/2022
12 Capítulo 12 -
02/10/2022
13 Capítulo 13 -
02/10/2022
14 Capítulo 14 -
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15 Capítulo 15 -
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16 Capítulo 16 -
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17 Capítulo 17 -
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19 Capítulo 19 -
02/10/2022
20 Capítulo 20 -
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