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Conexão Perfeita

Conexão Perfeita

5.0
32 Capítulo
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Sinopse

Índice

Na trama envolvente de "Conexão Perfeita", conhecemos Alana, uma mulher corajosa que, recentemente libertada de um relacionamento abusivo, busca uma nova chance para a felicidade. Há três anos, ela ingressou no escritório de uma renomada multinacional, ansiosa por reconstruir sua vida. O destino, no entanto, reserva surpresas, e Alana se vê envolvida em um romance arrebatador com Eros, o magnata irresistível da empresa. Em meio a um ambiente corporativo desafiador, Alana e Eros descobrem uma paixão mútua que transcende as barreiras do profissionalismo. A intensidade do amor entre eles se revela, surpreendendo ambos com a força do desejo e a profundidade de seus sentimentos. Enquanto enfrentam os desafios da vida e do trabalho, Alana e Eros embarcam em uma jornada emocionante, explorando os limites do amor e da superação. "Conexão Perfeita" é uma história envolvente sobre redenção, recomeços e a descoberta de um amor verdadeiro que transcende as cicatrizes do passado. Prepare-se para se apaixonar por Alana e Eros, personagens cativantes cujas vidas entrelaçadas nos conduzem por uma trama repleta de emoções, reviravoltas e, acima de tudo, a promessa de um novo começo.

Capítulo 1 O inicio de tudo (Parte 1)

ALANA

Brasil, Rio de Janeiro, alguns anos antes, no ano de 2018.

Era uma tarde de sábado esplêndida. Eu acabava de deixar o prédio onde trabalhava, o sol brilhando alto e o céu sem nuvens. Naquela época, recém-formada na faculdade, ocupava uma posição em um escritório. Ainda compartilhava a casa com meus pais, e minha prima Bruna também fazia parte do nosso lar. Meu pai, dois anos antes, havia se aposentado após um acidente de trabalho que lhe custou o movimento de uma das mãos. Desde então, ele e minha mãe consideravam seriamente retornar a Minas Gerais, acreditando ser o local perfeito para viver, dada a tranquilidade. Eu compreendia completamente essa decisão, pois o Rio de Janeiro era, de fato, um lugar bastante agitado.

Naquele sábado, decidida a aproveitar o calor escaldante, resolvi ir à praia. Mesmo não sendo uma nadadora habilidosa, planejava ficar na beirada, sentindo as ondas suaves acariciarem meus pés. A praia ficava a cerca de meia hora de ônibus, e decidi convidar minha melhor amiga, Daniela, para me fazer companhia. Ao chegar em casa, imediatamente liguei para ela, pedindo que estivesse no ponto de ônibus onde eu estaria em breve. Apesar de sua hesitação inicial, indisposta pela preguiça, consegui convencê-la a me acompanhar.

Após me livrar do uniforme de trabalho, mergulhei sob uma ducha fria; o calor era tão implacável que mal havia saído do chuveiro e já estava suando novamente. Enquanto me preparava para a tarde na praia, minha mente divagava para lembranças de infância numa cidadezinha do interior em Minas Gerais. A ideia de meus pais considerarem retornar àquele lugar cheio de serenidade e calmaria me trazia uma mistura de nostalgia e curiosidade sobre o que poderia aguardar lá. Coloquei um maiô por baixo do vestido leve que escolhi e calcei meu chinelo de dedos.

Peguei uma bolsa, incluí algumas frutas e uma garrafa grande de água para levar, pois nas barracas de vendas tudo era muito caro. Antes de sair, deixei um bilhete na porta da geladeira, avisando aos meus pais, que haviam saído, para não causar preocupação a eles. Meu pai fazia fisioterapia diariamente na esperança de recuperar parte dos movimentos da mão. Caminhando até o ponto de ônibus, encontrei Daniela já à minha espera; corri até ela e depositei um abraço apertado, acompanhado de inúmeros beijos em sua bochecha.

— Você sempre tão animada! — Disse Daniela, retribuindo o abraço com um sorriso. — Eu quase não vim, mas sabia que você não me deixaria em paz.

— Ainda bem que veio! Precisamos aproveitar dias assim! — Respondi, rindo.

A Daniela era uma das pessoas que mais amava na minha vida. Sentamos em um dos bancos altos, nosso lugar preferido, e colocamos uma música no celular, dividindo o fone de ouvido. Tentávamos aproveitar o pequeno passeio e a companhia uma da outra. Pouco tempo depois, descemos no ponto próximo à praia, precisando andar apenas mais um pouco para chegar até lá.

Ao chegarmos, percebi que o local estava lotado. Rostos conhecidos estavam por toda parte, incluindo uma ex-colega de classe, Elisângela, que havia estudado comigo e Daniela no ensino médio. Elisângela cochichava algo com um rapaz muito bonito ao seu lado, que olhou na minha direção e sorriu. Seu sorriso era belo e encantador, fazendo-me liberar um profundo suspiro ao notar sua beleza. Elisângela se aproximou de mim, trazendo uma notícia inesperada.

— Oi, quanto tempo! Esse aqui é o Jonathan, ele estava comentando que gostaria de te conhecer! — Disse ela, apontando para o rapaz que ainda mantinha o sorriso no rosto.

Marcava-se, então, o início de uma nova e inesperada conexão. Jonathan se mostrou educado e encantador desde o primeiro instante. Passamos o restante da tarde conversando, trocando olhares e sorrisos. A praia, que antes parecia apenas um refúgio do calor, agora se tornava o cenário de um encontro inesperado.

Daniela, percebendo o clima entre nós, deu um espaço discreto, sorrindo para mim de vez em quando, como quem aprovasse a situação. Jonathan e eu conversávamos sobre tudo, desde nossos gostos musicais até sonhos e planos para o futuro. Sentia-me leve, como se o mundo ao meu redor tivesse parado.

— Você tem um sorriso lindo! — Disse ele, de repente, me pegando de surpresa.

Corada, agradeci, sem saber ao certo o que dizer. A tarde passou voando, e, no fim do dia, um beijo aconteceu entre nós, de forma natural, como se já estivéssemos destinados a aquele momento. Jonathan se mostrou bastante interessado por mim, e de certa forma, aquilo acabou inflando meu ego. Nunca havia escutado palavras tão doces e encantadoras vindas do sexo oposto. Meus relacionamentos anteriores não tinham dado certo, e eu acreditava que já estava passando da hora de me envolver com alguém.

Afinal, toda mulher tem o sonho de conhecer seu príncipe encantado e casar-se com ele, assim como nos contos de fadas da Disney. Enquanto o fim da tarde se aproximava e a praia começava a se esvaziar, Jonathan me abraçou, e caminhamos juntos até o ponto de ônibus. Senti um misto de emoções, entre a felicidade daquele momento e a curiosidade sobre o que o futuro nos reservava. Nos despedimos com a promessa de nos vermos novamente, e, ao entrar no ônibus, percebi que aquele sábado havia se tornado muito mais do que um simples dia de praia.

Era o início de algo novo, algo que poderia mudar minha vida de maneiras que eu jamais imaginaria. Naquela época, eu tinha vinte e cinco anos, e Jonathan era dois anos mais novo. No entanto, ao meu ver, isso não seria um problema, pois ele se mostrou muito maduro para a idade que tinha. Daniela estava bastante inquieta, pelo que eu havia notado, ela não tinha se afeiçoado muito a ele.

— O que foi, Dani? Tem algo te incomodando? — Perguntei, desconfiada com sua inquietude.

— Definitivamente tem! Aquele rapaz não combinou com você, Alana! Algo nele me incomoda profundamente! — Ela revelou, olhando nos meus olhos com seriedade.

— Você está apenas com ciúmes! É natural que se sinta assim, afinal, somos melhores amigas! — Apertei sua bochecha, tentando suavizar o clima.

— Não é nada disso. Eu não consigo enxergar bondade nele, só vejo maldade naqueles olhos sombrios! — Ela insistiu, repetindo a mesma coisa o tempo todo.

Apesar das palavras de Daniela, eu não queria entrar em discussão. Continuava pensando que, talvez, ela estivesse apenas com ciúmes da melhor amiga, algo completamente normal. Caminhamos juntas em silêncio por um tempo, cada uma imersa em seus próprios pensamentos.

— Dani, eu sei que você só quer me proteger, e aprecio isso. Mas me dá uma chance de conhecer melhor o Jonathan, de ver por mim mesma quem ele é. — Respirei fundo, tentando apaziguar a situação.

Ela suspirou, balançando a cabeça.

— Tudo bem, Alana. Só peço que tome cuidado. — Respondeu, com um tom mais suave, mas ainda preocupado.

Chegando em casa, me despedi de Daniela com um abraço apertado, sentindo uma ponta de culpa por ignorar suas preocupações. Mas o entusiasmo de conhecer alguém novo e a esperança de que algo bom pudesse surgir daquele encontro eram mais fortes. Naquela noite, enquanto me preparava para dormir, os pensamentos sobre Jonathan e as palavras de Daniela não saíam da minha cabeça.

Tentei lembrar de cada detalhe, cada olhar, cada sorriso. “Será que ela está vendo algo que eu não consigo perceber? Ou está sendo superprotetora?” Refleti e acabei adormecendo com essas dúvidas em mente, ansiosa pelo dia seguinte, mas também um pouco apreensiva. O encontro na praia havia sido maravilhoso, mas agora, com a opinião de Daniela ecoando em meus pensamentos, uma nova camada de incerteza se somava à emoção inicial.

O que o futuro reservava para mim e Jonathan, eu ainda não sabia, mas estava disposta a descobrir, mesmo que isso significasse enfrentar algumas dificuldades pelo caminho. Afinal, cada nova experiência pode trazer consigo a chance de aprender e crescer, e eu estava pronta para abraçar essa nova aventura, com todos os seus desafios e encantos.

***

Os dias foram passando, e eu e o Jonathan tínhamos encontros diários. Acabei me envolvendo com ele sem perceber. Estávamos namorando há cerca de seis meses quando meus pais finalmente decidiram que iriam embora para Minas Gerais, acreditando que viver em uma cidade mais tranquila, perto dos parentes, faria bem a eles. Jonathan entrou em desespero ao saber da notícia.

― Eu te amo muito, não consigo viver sem você! ― Declarou, com os olhos brilhando de medo.

De imediato, propôs que morássemos juntos. Fiquei assustada com a proposta, pois morar com alguém que eu conhecia há apenas seis meses parecia arriscado. No entanto, gostava muito dele, e nunca havia sentido algo tão intenso por outra pessoa. Apesar de ser um rapaz bacana, Jonathan mostrava-se ciumento e controlador.

Eu tentava encarar isso com leveza, acreditando que seria passageiro, mas mal sabia eu o que estava por vir. Num final de semana, meus pais partiram numa tarde de domingo. A despedida foi agridoce, misturando a esperança de uma nova fase com a tristeza da separação. Minha prima Bruna decidiu permanecer na casa, agora com o contrato do imóvel sob o nome dela. Fiquei alguns dias morando com Bruna.

Após muita insistência de Jonathan, acabei cedendo e fui morar com ele numa casa que havia alugado. Meus pais não concordavam com a escolha, mas acabaram aceitando, afinal, eu já era maior de idade. No entanto, jamais poderia imaginar que aquela escolha marcaria o início de um grande inferno em minha vida. A transição para a coabitação, inicialmente emocionante, logo se revelaria um desafio.

Jonathan, movido por uma paixão avassaladora, tentava segurar as rédeas do relacionamento, propondo uma convivência mais próxima. Mas o homem que eu acreditava amar se transformaria na pessoa mais odiosa que já havia cruzado o meu caminho. O controle dele sobre mim tornou-se mais intenso.

― Onde você estava? Com quem você estava falando? ― As perguntas eram constantes, e seu tom de voz era cada vez mais agressivo.

Os momentos de carinho e compreensão foram sendo substituídos por acusações e ameaças veladas. Ele controlava cada passo meu, e a liberdade que antes eu tinha começou a desaparecer como fumaça ao vento. A decisão de meus pais mudarem-se para outro estado trazia consigo uma carga emocional intensa. Jonathan, tentando sufocar o medo de me perder, revelava-se cada vez mais dominador.

O que começou como uma paixão intensa transformou-se em uma trama de controle e opressão. Eu estava presa em uma armadilha emocional que não conseguia ver no início. A casa que parecia um refúgio de amor tornou-se uma prisão silenciosa. Cada gesto, cada palavra minha era monitorada. Sentia um nó constante no estômago, uma angústia que não me deixava em paz.

Eu nunca poderia ter previsto que aqueles primeiros meses, tão cheios de promessas e sonhos, desaguariam em um pesadelo do qual eu lutava para acordar. Agora, olhando para trás, vejo como fui ingênua. Acreditava que o amor poderia superar qualquer coisa, mas descobri, da pior maneira possível, que o amor verdadeiro não se constrói sobre a manipulação e o controle. Jonathan, o homem que um dia me fez sentir especial, tornou-se o fantasma que assombraria minhas noites e corroeria minhas forças.

***

Havia passado cerca de três meses desde que decidimos morar juntos, e Jonathan tinha feito amizade com um colega de trabalho, uma relação que parecia ultrapassar quaisquer limites saudáveis. Esse rapaz não me parecia uma boa influência, mas Jonathan, de alguma forma, parecia incapaz de enxergar isso. Discutimos inúmeras vezes por causa desse amigo, já que Jonathan não aceitava críticas a ele de forma alguma.

Algumas semanas depois, de forma repentina, Jonathan decidiu pedir demissão do trabalho. Fiquei intrigada, mas não o questionei na época, pois eu ainda estava empregada e poderia manter nossas contas em dia. Algum tempo depois, descobri que estava grávida, e isso definitivamente não aconteceu em um momento ideal para nós. Nossa relação já estava desgastada, mas decidi enfrentar a situação, assumindo as consequências dos meus atos. Porém, após revelar a gravidez, a convivência com Jonathan ficou ainda mais complicada.

Ele passava a maior parte das noites fora, frequentando bares com amigos. Informações de terceiros indicavam seu envolvimento com drogas e até mesmo comércio ilegal para sustentar seu vício, já que não estava mais trabalhando. Ao decidir confrontá-lo sobre suas atitudes, fui surpreendida por uma reação violenta: ele me puxou pelos cabelos com força. "Foi só um puxão de cabelo, não é nada sério!", pensei, confusa e assustada, pois nunca o tinha visto agir dessa maneira. Apesar disso, decidi encerrar o assunto naquele momento, mas a experiência deixou uma marca profunda e preocupante em minha mente.

Eu sinceramente acreditava que ele poderia estar sob influência das drogas - uma explicação racional para seu comportamento cada vez mais errático. No entanto, mal sabia eu que aquilo era apenas o início do pior cenário que uma mulher poderia enfrentar. Os dias se passavam como sombras lentas, e os murmúrios sobre uma possível traição por parte dele alcançaram meus ouvidos. Eu estava no quinto mês de gestação e, mesmo tentando evitar o estresse, senti a necessidade urgente de encontrar paz interior.

Foi então que tive a desafortunada ideia de confrontá-lo mais uma vez. Como resposta, fui agredida violentamente, empurrada com brutalidade e caí no piso frio. O ar me fugiu dos pulmões, enquanto ele avançava descontrolado, agarrando meu pescoço com mãos que pareciam garras, tentando me estrangular. Naquele momento, temi perder todos os sentidos, senti a vida escorrendo de mim ali mesmo. De repente, ele me soltou.

Um breve alívio que se desfez rapidamente quando ele se afastou, apenas para retornar com uma fúria ainda mais selvagem, desferindo inúmeros socos e chutes em minha cabeça, rosto e barriga. Cada golpe ecoava como um trovão em minha mente, e a dor pulsava como uma onda de calor insuportável.

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