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Devaneio Imparável

Devaneio Imparável

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71 Capítulo
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Sinopse

Índice

Em "Devaneio Imparável", Briana e Billy, dois jovens comuns, veem suas vidas colidirem em uma nova cidade. A existência aparentemente normal de Briana é abruptamente perturbada pelo misterioso desaparecimento de sua mãe, ao passo que Billy, o rebelde herdeiro de um império empresarial, se vê irresistivelmente atraído por ela de maneira inesperada. Conforme o destino os une, segredos sombrios emergem, revelando uma obsessão sinistra direcionada a Briana. No epicentro do desconhecido, Briana é compelida a explorar seu lado mais obscuro. O amor entre eles transforma-se em um elo complexo de paixão e perigo, enquanto enfrentam desafios que os forçam a confrontar o inimaginável. Nesse jogo de luz e sombras, a única saída aparente reside no poder redentor do próprio amor, que, paradoxalmente, os envolve em um turbilhão de emoções intensas e revelações impactantes. "Devaneio Imparável" é uma narrativa envolvente que mergulha os leitores em um universo de suspense e romance, explorando a dualidade do amor e desvendando mistérios que desafiam as fronteiras entre a paixão e o perigo.

Capítulo 1 A NOVATA (Parte 1)

BILLY

Estados Unidos - São Francisco, 2018.

Era apenas mais um dia comum como todos os outros. Havíamos despertado cedo para enfrentar mais um dia de aula. O ensino médio, aquela fase que sempre seria recordada como a mais complicada e marcante de nossas vidas, estava prestes a chegar ao fim. Naquela manhã de uma terça-feira, mesmo após uma noite agitada, minha mãe insistiu que eu abandonasse o aconchego da cama. Já estava no último ano do ensino médio, e, na verdade, deveria ter concluído anteriormente, mas fui reprovado duas vezes devido ao excesso de faltas. Minha mãe, preocupada, insistia que faltava muito pouco para a conclusão, e suas cobranças eram constantes.

Eu residia em um bairro que, em minha opinião, era notavelmente tranquilo, embora fosse frequentemente alvo de fofocas de vizinhos intrometidos. Após um café da manhã rápido, subi a bordo do Dodge Challenger e segui em direção à escola. Ao chegar, desci do veículo e acendi um cigarro, observando por algum tempo a movimentação ao meu redor. Eu estava cansado da rotina e das pessoas com as quais convivia diariamente, até que meus olhos se fixaram em uma garota. Ela era definitivamente nova, pois não conseguia recordar de tê-la visto antes. Observando-a, percebi que ela usava uma calça jeans rasgada e uma jaqueta preta, que escondia sua camiseta do uniforme. Seus lábios vermelhos destacavam-se entre a multidão.

A sirene tocou, indicando o início das aulas. Após fumar o segundo cigarro, joguei a bituca no gramado, apagando-a intencionalmente com o pé. Peguei minha mochila e entrei no prédio. Ao passar pelo corredor dos armários, peguei alguns livros e adentrei a sala de aula. Como de costume, entrei atrasado, sem que os professores demonstrassem surpresa. Já me consideravam um caso perdido, e, sinceramente, acreditava que eles estavam certos. Acomodei-me em uma carteira qualquer, e não demorou para que o diretor adentrasse a sala, acompanhado da garota que havia capturado minha atenção pouco antes.

— Bom dia a todos, quero apresentar a nova colega de classe de vocês, Briana. Ela se juntará a nós pelos próximos meses. Espero que a recebam bem! — anunciou o diretor, com gotas de suor escorrendo por sua cabeça careca.

Todos os olhares presentes ficaram fixos nela. Era impossível não notá-la; seu batom era tão vibrante quanto seus longos cabelos ondulados e vermelhos. Briana parecia envergonhada, e eu compreendia perfeitamente, pois a sensação de estar em um lugar desconhecido sem conhecer ninguém deveria ser bastante desconfortável. Ela entrou na sala e escolheu uma carteira não muito distante da minha.

O professor começou a lecionar sua matéria, e os olhos de todos se voltaram para ele, exceto os meus. Minha atenção permanecia firmemente na garota. Uma atração forte e imediata surgia dentro de mim. Depois de um longo período perdido em meus pensamentos, o professor chamou minha atenção, forçando-me a retornar à realidade.

— William, abre o teu livro na página 32! — ordenou, e a atenção de toda a classe voltou-se para mim, incluindo a de Briana. Sem proferir palavra, apenas assenti com a cabeça e executei o pedido. — Hoje teremos três aulas seguidas e faremos um trabalho em equipe. Formem grupos com cinco pessoas, nem mais e nem menos, se organizem da melhor forma possível! — alertou antes de sair da sala com uma pilha de livros nos braços.

— Ei, gatão, junte-se a nós! — Alison lançou-se sobre meu colo.

— Sabe que não vou fazer absolutamente nada, certo? — Arqueei a sobrancelha.

— Nem eu farei nada, as garotas fazem por nós! — Kevin aproximou-se e sentou-se em cima da minha mesa.

— Ótimo, nosso grupo já está formado: Eu, Billy, Kevin e Hanna! — Alison prontificou-se a dizer.

— Mas falta uma pessoa, o professor disse que quer grupos com cinco! — Levantei a questão.

— Já prestou atenção ao seu redor? Ninguém aqui vai querer se juntar com a gente, cara! — Kevin gargalhou, e rapidamente dei uma boa olhada na nova garota; ela ainda não havia se juntado a ninguém. Alison percebeu meu olhar malicioso e me cutucou forte com o cotovelo.

— Nem pense nisso, Billy, eu não fui com a cara dela! — Rosnou através dos dentes.

— Vamos fazer amizade, seria mais uma para fazer parte da nossa turma, ela parece ser gente boa! — Tentei evitar olhar na direção da garota, mas era inevitável.

— Por mim, tudo bem, ela é bem atraente! — Kevin a mediu de cima a baixo.

— Ela parece ser legal! — Hanna grunhiu.

— É, Alison, parece que a maioria venceu! — Sorri de canto.

— Vocês são patéticos! — Ela saiu de cima de mim e caminhou para fora da sala, pisando duro a cada passo que dava.

O problema com Alison era que ela parecia acreditar que tínhamos um relacionamento sério, mas eu sempre deixei claro, desde o primeiro encontro que tivemos, que eu não buscava compromissos. O que compartilhávamos era apenas físico, limitando-se ao sexo, e nada mais. No entanto, em sua mente, ela se via como minha proprietária. Ficava extremamente irritada ao me ver conversando com outras garotas, mas, honestamente, pouco me importava. Já tinha deixado claro que não desejava nada além de momentos casuais com ela, no entanto, ela persistia em oferecer prazer, e nesse aspecto, eu não podia recusar.

Voltei minha atenção para a nova garota na sala. Ela estava concentrada, folheando um livro de capa dura enquanto mastigava discretamente uma goma de chiclete. De longe, não consegui identificar qual obra ela estava lendo. Ao cruzar o olhar com Kevin, percebi um certo desafio refletido em seus olhos. A situação prometia ser interessante.

— Você vai chamá-la ou chamo eu? — Sussurrou Kevin.

— Que pergunta mais idiota, é claro que vou! — Levantei-me e fui até ela. — Oi, meu nome é William, mas todos me chamam de Billy. Seja bem-vinda, novata! Notei que está sozinha e quero saber se quer fazer parte do nosso grupo! — Estendi a mão para cumprimentá-la.

— Sou Briana, mas acho que você já sabe, pois o diretor fez questão de me apresentar a todos! — Revirou os olhos e estendeu a mão para cumprimentar-me. Levei sua mão até a boca e depositei um demorado beijo.

— Muito prazer, Briana, e então? Vem com a gente? — Arqueei a sobrancelha.

— Claro, se não for incômodo pra vocês! — Abaixou a cabeça.

— Incômodo? De jeito nenhum! Pegue suas coisas e venha comigo, vou te apresentar à galera! — Peguei sua bolsa e fiquei esperando que ela pegasse o restante dos pertences. Fomos na direção onde os outros estavam e a apresentei. — Briana, esse é o Kevin e essa é a Hanna! — Apontei com o dedo para cada um deles.

— Oi gente, muito prazer! — Murmurou um tanto envergonhada.

— Você é de onde? — Indaguei curioso.

— Nova Iorque — grunhiu.

— Tá brincando? O que veio fazer nesse fim de mundo? — Hanna perguntou com os olhos arregalados.

— Meu pai precisou mudar por conta do emprego! Odiei a ideia, mas não tive muita escolha! — Retirou um pirulito da bolsa, o descascou e colocou na boca. — Querem pirulito? — Ofereceu.

— Eu quero! — Hanna praticamente avançou na mão da garota.

— Também aceito! — Kevin sorriu.

— E você? — Ergueu o doce na minha direção.

— Tô de boa, valeu! — Recusei e logo senti os pesos dos braços de alguém pendurando-se em mim. Olhei para ver quem era e vi a Emily.

— Sobre o que estão falando? — Alison encarou-me.

— A Briana morava em Nova Iorque! — Hanna falou, poupando-me de ter que dar uma explicação.

— Hum, legal! — Alison murmurou.

— Aceita um pirulito? — Briana ofereceu de forma educada.

— Não quero nada de você e quero que saiba que o Billy é meu homem, mantenha-se bem longe dele! — Alison cruzou os braços emanando ódio em cada palavra.

— Fique tranquila, não tenho interesse nele, já tenho compromisso com alguém! — Briana me observou com desdém, e estreitei os olhos.

— Ah, tem? — Arqueei a sobrancelha. — E cadê ele? Estuda aqui também? — Disparei com uma pergunta atrás da outra, e logo um rapaz de cabelos avermelhados chamou pelo nome dela na porta.

— Eu já volto! — Briana avisou e correu até o rapaz.

— Deve ser o namorado! — Hanna afirmou, e não demorou muito para que Briana voltasse.

— É aquele o seu namorado? — Perguntei assim que ela se aproximou.

— Não, aquele é o Peter, meu irmão mais velho. Ele acabou de entrar para o time da escola e veio me contar a novidade! — Briana explicou.

— Ele é repetente? — Hanna perguntou.

— É sim. Ele repetiu o primeiro ano por duas vezes, até hoje não sei bem qual foi o motivo! — Explicou. — Olha, esse aqui é o meu namorado, o nome dele é Alex. Ele ficou em Nova Iorque, vamos tentar manter um relacionamento à distância! — Briana exibiu a imagem de um rapaz no celular.

— Uau, ele é muito bonito! — Hanna praticamente babava sobre a foto. — Seu irmão também é um gato, e o melhor de tudo é que ele é atleta! — Pegou uma folha de papel e começou a se abanar.

— Acha mesmo que esse namoro a distância vai dar certo? — Perguntei, mas antes que ela pudesse responder, o professor retornou à sala.

— Muito bem, turma! Eu trouxe alguns temas para os líderes dos grupos escolherem, venham até minha mesa, por gentileza! — Avisou, e rapidamente Alison, que se considerava líder do grupo, foi até ele.

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