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MEU DELEGADO

MEU DELEGADO

4.9
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Sinopse

Índice

Valentina Torres Encolho as pernas abraçando os joelhos, apoio minhas costas contra o azulejo frio da parede. Fecho os olhos sentindo a ardência das lágrimas que descem por meu rosto. Só peço que pare, por favor. Mais, socos na porta me fazem pular assustada, amedrontada. — Por favor, por favor, pare Spencer — imploro. — Vadia desgraçada. Abre essa porta Cindy. — Socos, e mais socos. Sinto algo pingando, abaixo a cabeça e vejo as gotas de sangue manchando o chão de vermelho. Deslizo a mão limpando minha boca, e a vejo suja com as evidências de mais uma maldita noite. — Spencer, por favor — suplico, em meio às lágrimas. — Eu vou te matar, sua puta — grita alto. Com um último pontapé a porta se abre. Alucinado e fora de controle, ele entra no banheiro vindo diretamente em mim. Seus dedos enrolam em meus cabelos e os puxam me levantando do chão. Posso ver em seus olhos a fúria cega, e tenho certeza de que hoje será meu fim. Grito por socorro, enquanto sou arrastada como um animal nosso quarto. Os vizinhos não se intrometem em brigas de casais, não importa para eles se serei morta. Debato-me tentando fugir de suas mãos, mas é inútil. Além do mais fugir para onde? Não tenho ninguém, e ele nunca me deixaria partir com vida. Sou suspensa no ar, e jogada na cama. Seu grande corpo por cima do meu, me segurando presa entre ele e o colchão. Usando as pernas como reforço, abre as minhas pernas rasgando em seguida minha calcinha. Suplico encarando dentro dos olhos verdes, e o sorriso que nasce nos seus lábios ao enfiar seu pau, me traz a realidade de que ele é um monstro frio e sem coração. Suas mãos seguram meu pescoço com força, e a cada arremetida na minha boceta seus dedos apertam mais forte, me sufocando. Desisto de lutar, simplesmente aceito o destino. — Gosta assim, não é? Admite. Eu vi você olhando para o homem que coleta o lixo. Quer ser fodida igual uma piranha. — Uma mão solta o pescoço, e desce em direção ao rosto me esbofeteando. Deus, por favor, acabe com isso. Acabe com isso, por favor. Sem ar, sufocando aos poucos, pouco a pouco vou perdendo a consciência. Quando saio na rua, ando sempre de cabeça baixa, ele que escolhe minhas roupas, só posso sair em sua companhia, sair é quase um milagre. Quando o conheci na faculdade, gentil, amoroso, bondoso, não fazia ideia do tipo de pessoa que ele se tornaria. Às vezes acho que o amor me cegou para enxergar os sinais. Ciúmes, discussões, suas mãos quando seguravam firme meu braço, mas sempre em seguida um pedido de desculpas com flores, e lágrimas. E como uma tola apaixonada, aceitei seu pedido de casamento. Sempre fui sozinha criada em lares adotivos e ter alguém cuidando de mim desse jeito era algo maravilhoso, não podia perdê-lo. Os primeiros dias de recém- casados foram inesquecíveis. Mas quando engravidei tudo mudou. Do dia para noite meu príncipe encantado se tornou meu carrasco. Em sua primeira crise me espancou a ponto de perder o bebê. Sangrando e com fortes dores abdominais fui levada para a emergência e como uma boa esposa devotada, contei aos médicos como tinha caído da escada arrumando o sótão. Depois daquele dia as coisas só pioraram. Violência sexual, agressão física, humilhação verbal. Perdida em pensamentos, sou pega de surpresa quando Spencer gira meu corpo me colocando de bruços e monta por cima da minha bunda. Mordo os lábios a ponto de sangrá-los. Algo duro é enrolado em meu pescoço e sou montada como se fosse uma égua. Minha visão vai ficando turva, embaçada. É o meu fim. Fecho os olhos sentindo alívio, porém uma voz ao fundo sussurra no meu ouvido que mereço mais, que não posso acabar assim. Reúno forças que não sabia que tinha, e decido lutar pela minha vida. O ar fugindo dos pulmões dificultando respirar, me contorço. Distraído com seu ato de violência, não percebe quando estico o braço até criado mudo e pego a caneta. Tento mover o abdômen e com um momento de coragem enfio no seu joelho. Gritando, Spencer solta a cinta que prendia meu pescoço e rola para o lado levando as mãos até o ferimento. Respirando fundo, pulo da cama. — Eu vou te matar, Cindy. Em pé, nua e sangrando. Procuro a arma que ele esconde em um compartimento secreto atrás do nosso retrato de casamento. Por vezes fingi estar dormindo e o vi mexendo. Talvez estivesse só esperando o momento certo para descarregá-la em mim. Levanto a arma em punho e miro em sua direção. Olhos que antes tinham fúria, agora tem medo. Está com medo de mim, querido? — Você não tem coragem de fazer isso. É só uma puta interesseira. Se me matar, minha família vai acabar com você. Engatilho a arma.

Capítulo 1 MEU DELEGADO- livro 3

Valentina Torres

Encolho as pernas abraçando os joelhos, apoio minhas costas contra o

azulejo frio da parede. Fecho os olhos sentindo a ardência das lágrimas que

descem por meu rosto. Só peço que pare, por favor. Mais, socos na porta me

fazem pular assustada, amedrontada.

— Por favor, por favor, pare Spencer — imploro.

— Vadia desgraçada. Abre essa porta Cindy. — Socos, e mais socos.

Sinto algo pingando, abaixo a cabeça e vejo as gotas de sangue

manchando o chão de vermelho. Deslizo a mão limpando minha boca, e a

vejo suja com as evidências de mais uma maldita noite.

— Spencer, por favor — suplico, em meio às lágrimas.

— Eu vou te matar, sua puta — grita alto.

Com um último pontapé a porta se abre. Alucinado e fora de controle,

ele entra no banheiro vindo diretamente em mim. Seus dedos enrolam em

meus cabelos e os puxam me levantando do chão. Posso ver em seus olhos

a fúria cega, e tenho certeza de que hoje será meu fim. Grito por socorro,

enquanto sou arrastada como um animal nosso quarto. Os vizinhos não se

intrometem em brigas de casais, não importa para eles se serei morta.

Debato-me tentando fugir de suas mãos, mas é inútil. Além do mais fugir

para onde? Não tenho ninguém, e ele nunca me deixaria partir com vida.

Sou suspensa no ar, e jogada na cama. Seu grande corpo por cima do

meu, me segurando presa entre ele e o colchão. Usando as pernas como

reforço, abre as minhas pernas rasgando em seguida minha calcinha.

Suplico encarando dentro dos olhos verdes, e o sorriso que nasce nos seus

lábios ao enfiar seu pau, me traz a realidade de que ele é um monstro frio e

sem coração.

Suas mãos seguram meu pescoço com força, e a cada arremetida na

minha boceta seus dedos apertam mais forte, me sufocando. Desisto de

lutar, simplesmente aceito o destino.

— Gosta assim, não é? Admite. Eu vi você olhando para o homem que

coleta o lixo. Quer ser fodida igual uma piranha. — Uma mão solta o

pescoço, e desce em direção ao rosto me esbofeteando.

Deus, por favor, acabe com isso. Acabe com isso, por favor. Sem ar,

sufocando aos poucos, pouco a pouco vou perdendo a consciência.

Quando saio na rua, ando sempre de cabeça baixa, ele que escolhe

minhas roupas, só posso sair em sua companhia, sair é quase um milagre.

Quando o conheci na faculdade, gentil, amoroso, bondoso, não fazia

ideia do tipo de pessoa que ele se tornaria. Às vezes acho que o amor me

cegou para enxergar os sinais. Ciúmes, discussões, suas mãos quando

seguravam firme meu braço, mas sempre em seguida um pedido de

desculpas com flores, e lágrimas.

E como uma tola apaixonada, aceitei seu pedido de casamento. Sempre

fui sozinha criada em lares adotivos e ter alguém cuidando de mim desse

jeito era algo maravilhoso, não podia perdê-lo. Os primeiros dias de recém-

casados foram inesquecíveis. Mas quando engravidei tudo mudou. Do dia

para noite meu príncipe encantado se tornou meu carrasco.

Em sua primeira crise me espancou a ponto de perder o bebê.

Sangrando e com fortes dores abdominais fui levada para a emergência e

como uma boa esposa devotada, contei aos médicos como tinha caído da

escada arrumando o sótão. Depois daquele dia as coisas só pioraram.

Violência sexual, agressão física, humilhação verbal.

Perdida em pensamentos, sou pega de surpresa quando Spencer gira

meu corpo me colocando de bruços e monta por cima da minha bunda.

Mordo os lábios a ponto de sangrá-los. Algo duro é enrolado em meu

pescoço e sou montada como se fosse uma égua.

Minha visão vai ficando turva, embaçada. É o meu fim.

Fecho os olhos sentindo alívio, porém uma voz ao fundo sussurra no

meu ouvido que mereço mais, que não posso acabar assim. Reúno forças

que não sabia que tinha, e decido lutar pela minha vida. O ar fugindo dos

pulmões dificultando respirar, me contorço. Distraído com seu ato de

violência, não percebe quando estico o braço até criado mudo e pego a

caneta. Tento mover o abdômen e com um momento de coragem enfio no

seu joelho.

Gritando, Spencer solta a cinta que prendia meu pescoço e rola para o

lado levando as mãos até o ferimento. Respirando fundo, pulo da cama.

— Eu vou te matar, Cindy.

Em pé, nua e sangrando. Procuro a arma que ele esconde em um

compartimento secreto atrás do nosso retrato de casamento. Por vezes fingi

estar dormindo e o vi mexendo. Talvez estivesse só esperando o momento

certo para descarregá-la em mim.

Levanto a arma em punho e miro em sua direção. Olhos que antes

tinham fúria, agora tem medo. Está com medo de mim, querido?

— Você não tem coragem de fazer isso. É só uma puta interesseira. Se

me matar, minha família vai acabar com você.

Engatilho a arma.

— Está com medo?

— Não, e quando eu te pegar. Vai se arrepender — berra entre dentes.

— Quatro anos, Spencer. Aguentei por quatro anos — grito

respondendo de volta.

— Sua vad... — Não deixo que complete a frase.

— CALA A BOCA — berro, apertando o gatilho e disparando três

vezes contra seu corpo.

Solto a arma e ouço o som do baque no chão. Minhas mãos estão

trêmulas, uma onda de pânico percorre meu corpo junto com a dor física.

Fraquejando, me ajoelho balançando o corpo para frente e para trás.

O que vou fazer? O que vou fazer?

Coragem Cindy, coragem.

— Preciso fugir — sussurro.

Levanto arrastando o que sobrou de força, abro a gaveta e pego um

moletom. Não tenho coragem de verificar se está morto mesmo, mais com

três tiros impossível estar vivo. Junto uma mochila com mais algumas

peças, meus documentos pessoais e um pouco de dinheiro que consegui

roubar de sua carteira e guardar ao longo dos anos.

Empurro os cacos da porta do banheiro, e me aproximo da pia. Encaro

meu reflexo no espelho, os hematomas, o sangue, são tudo que vejo. Abro a

torneira e encho as mãos com água, e jogo no rosto limpando os resquícios

do que aconteceu essa noite. Amarro os cabelos em um rabo alto, encaixo a

mochila no ombro. Desviando do corpo desfalecido, saio do quarto indo em

direção à rua.

Ergo o capuz do moletom cobrindo meu rosto, enquanto caminho pela

noite. Não sei como, onde e quando, mas terei uma nova vida. E ninguém

nunca mais irá tocar em mim.

Em frente ao espelho ajeito mais uma vez a gravata borboleta. Porra,

Dylan. Quem se casa usando gravatinha igual de pet shop? Noção zero, sua

sorte que gosto de você. Porque isso é pior que levar um tiro na bunda. Não

é como se já tivesse levado, mas conheço alguns policiais que já levaram e

dizem ser o inferno.

E para piorar a situação, me colocaram com aquela Camilly. Sinto até

calafrios só de pensar naquela mulher. Claramente não nos suportamos, ela

é abusada, depravada e sem educação. O estereotipo feminino que não me

agrada nem um pouco. Mas, prometi para Dylan e Alyssa que não iria

discutir com aquela modelo de Dercy Gonçalves. Sim, não é porque sou

americano que não conheço celebridade famosa internacional. Sou culto,

educado, cavalheiro à moda antiga.

Aquela... Criatura de saia, fode meu psicológico. Ela tem o poder de

acabar com meu dia, só por hoje irei ter paciência. Depois não preciso mais

ver a cara dela e nem seu sorriso largo, os lábios carnudos e rosados.

Caralho, foco Brian. Não faz seu tipo, lembra? Esborrifo mais uma vez o

perfume. Ajeito o casaco do terno e sigo em direção a saída para a garagem.

No parafuso da parede, pego a chave pendurada.

Sento-me atrás do volante, e sigo em direção à igreja. O rádio

instalado com a frequência da polícia anuncia várias ocorrências. Hoje

estou de folga, mas não consigo desligar. Preciso saber o que está

acontecendo na minha área, e o que me aguardará no outro dia.

“Assalto armado com vítima no local. Rua: Barrow street, West

village. Q.A.P?”

Ah qual é? Meu amigo vai casar preciso de um tempo. Sinto muito,

mas não vou atender nenhuma ocorrência. Desligo o aparelho e o silêncio

reina dentro do automóvel.

Conforme me aproximo da igreja, noto a movimentação de carros,

pessoas com trajes de festas. Isso porque seria uma pequena cerimônia para

os mais chegados. É meu chapa, nossa percepção de pequeno e íntimo é

totalmente diferente.

Procuro um local para estacionar, mas não encontro. E como se fosse

um milagre divino, vejo quando um carro acende à seta indicando que está

saindo. Imediatamente giro o volante direcionando na entrada, quando um

híbrido branco entra com tudo na vaga, e pior não se deu o trabalho de dar

seta, roubando meu lugar. Anoto mentalmente a placa.

Ah mas isso não vai ficar assim, eu vou pegar esse desgraçado e ele...

Calo-me na mesma hora que a porta se abre.

Seus cabelos negros e soltos caem sobre os ombros criando uma

cortina sedosa sobre a pele. O vestido vermelho justo ao corpo, marcando

cada curva como se fosse uma segunda pele em contraste com a obra

perfeita, bem diante dos meus olhos.

Meus olhos percorrem da ponta do pé até o último fio de cabelo.

Remexo-me inquieto no banco, mas não consigo desviar o olhar daquela

mistura de deusa com filha do capiroto. Por algum motivo desconhecido,

sinto minha calça ficar apertada ou seria a porra do meu pau inchado e

duro?

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