Baixar App hot
Início / Romance / CEO cafajeste
CEO cafajeste

CEO cafajeste

4.9
21 Capítulo
40.1K Leituras
Ler agora

Sinopse

Índice

Quando olhei no aparelho, achei que estava atrasada, pois as horas marcavam duas horas a mais do que eu esperava. Quando olhei no espelho, meu rosto parecia ter sido amassado por um trator e o pior de tudo era que eu achava que não tinha tempo para tomar café. Eu era uma pessoa simpática e bem-humorada, mas de barriga vazia as coisas mudavam, pois uma substituta mal-humorada possuía o meu corpo e me dava dor de cabeça.

Capítulo 1 Elisabete

Capítulo 1- Elisabete

Eu não era de acreditar em superstições e mau agouro, porém

hoje estava sendo um daqueles dias em que tudo dava errado.

A sorte nem sempre estava a meu favor, no início pensava que

era coisa da minha cabeça, que tinha que me esforçar mais para

conseguir as coisas, mas com o tempo, tive que admitir que havia

algo errado.

Mesmo que ainda negasse que alguém podia carregar esse mal,

alguns fatos ainda me faziam ficar em dúvida.

Hoje era um desses dias.

Não sei o porquê, mas meu celular alarmou muito cedo.

Muito adiantado!

Duas horas adiantado!

Quando olhei no aparelho, achei que estava atrasada, pois as

horas marcavam duas horas a mais do que eu esperava. Quando

olhei no espelho, meu rosto parecia ter sido amassado por um trator

e o pior de tudo era que eu achava que não tinha tempo para tomar

café.

Eu era uma pessoa simpática e bem-humorada, mas de barriga

vazia as coisas mudavam, pois uma substituta mal-humorada

possuía o meu corpo e me dava dor de cabeça.

Como o dia estava só começando, os ônibus estavam lotados.

Não como eu já estava habituada, mas de forma anormal. As

pessoas se amontoavam como em uma lata de sardinha, e o cheiro

não era dos melhores.

Eu não sabia como alguém poderia sair de casa de manhã sem

tomar um banho.

Quando cheguei à empresa, não havia ninguém além do vigia.

Para falar a verdade, eu deveria ter notado as pistas durante o

trajeto.

Primeiro, estava mais frio que o normal para as oito da manhã.

Até o ônibus. Tudo estava lá, porém, como não havia tomado café e

havia acordado duas horas mais cedo, o que dificultava o meu

raciocínio, não percebi o meu erro.

Trabalhava na empresa Duarte investimentos há três anos e não

era na minha área de formação.

Depois que sai da faculdade, você pensa que será tudo um mar

de rosas, mas tristemente descobri que o mundo era cruel e existem

milhares de pessoas tão boas quanto eu.

Tive que fazer uma escolha: continuava tentando buscar o meu

sonho ou pagava o aluguel e o supermercado.

Confesso que passei três anos com os pés no chão, deprimida

por não ter conseguido.

— Bom dia, senhor Antônio. — Falei me aproximando do homem

de quarenta anos com o sorriso simpático. — O senhor sabe por

que está tudo tão… vazio?

O homem me olhou com o cenho franzido, parecendo que eu

tinha feito a pergunta mais burra que ele havia ouvido, mas

continuei firme, o olhando com um sorriso amarelo.

— São seis da manhã, sabe que as coisas só começam a

funcionar aqui a partir das sete. — Ele disse.

Na hora eu ainda estava refletindo sobre a palavra sete, e estava

cética sobre o horário. Abri a bolsa abruptamente e peguei o

aparelho que estava no fundo, escondido.

— Senhor, são nove horas. — Falei não querendo acreditar no

que o homem estava falando.

O homem tirou do seu bolso o celular que não era um dos mais

novos da sua linha, e o estendeu para mim, mostrando o horário

correto.

Olhei para o objeto, ainda sem acreditar, aos poucos tudo veio à

minha mente e desejei morrer.

Nenhum palavrão era o mais adequado para se designar a mim

naquele momento. Eu só continuei olhando para o nada, esperando

que algum tipo de explicação óbvia viesse a mente, mas nada

aconteceu.

Eu poderia ter feito a maior cena na frente do homem, pois

sempre que algo assim acontecia, sendo tão cedo, meus olhos se

enchiam de lágrimas.

Eu não era assim tão frágil, porém, se meu estômago estivesse

vazio e o sono ainda estivesse pairando sobre a minha mente,

corroborava para esse fim.

No entanto, optei por me conter e arranjar uma alternativa.

Primeiro, eu teria que comer algo, pois se não houvesse comida

no meu estômago, não trabalhava nesse ambiente estressante, e

minha chefe era como o próprio diabo.

Se eu ficasse dessa forma até o almoço, com certeza ficaria sem

emprego, já que diversas vezes tive que me conter para não a

xingar.

A sorte era que o prédio ficava perto de várias lanchonetes, onde

eu poderia comer e passar o tempo. Retirei o aparelho diabólico da

bolsa e acertei as horas para que não houvesse mais problemas.

***

Depois daquele contratempo inicial, eu finalmente estava melhor.

Voltei e comecei o dia com uma pilha de documentos para

reorganizar. Carolina estava tensa quando chegou e mal falou

comigo, o que era estranho, pois a mulher adorava me importunar

logo quando chegava.

Fiquei bastante cansada após organizar tudo. Graças ao sono

que me consumia, tive que tomar café a mais, só para não dormir

em cima do computador.

No almoço, a chefe saiu mais cedo, ela ainda estava estranha,

mas não me importei e dei graças a Deus por ela não ter me

incomodado, pelo menos ainda.

Saí com algumas colegas para comer e na volta fiquei

envergonhada ao encontrar o porteiro, que era o único que sabia do

meu desastre do início de dia.

Antes de ir embora, fui chamada na sala de Carolina e senti a

tensão no ar. Eu sentia um mau pressentimento de que iria ser

demitida.

Assim que entrei e sentei-me, vi a expressão de preocupação da

mulher. Ela estava estranha o dia todo, e agora estava me olhando

como se fosse dizer que alguém morreu.

— Alguma coisa aconteceu? — Perguntei cautelosa.

— Sim, infelizmente. — Disse deixando os ombros caírem e se

encostou à cadeira. — Falimos.

Ouvir isso fez meu coração pular. Era o nosso fim e a minha

demissão. Já havia ouvido rumores sobre as condutas indevidas do

chefão. Ele estava roubando e jogava tudo em pôquer.

— O que farão agora? — Perguntei triste.

— Todos vocês serão pagos e o que sobrar será para pagar as

dívidas. — Respondeu.

Depois dessa breve conversa, foi acertado o dia que deveríamos

voltar e receber. Todos que saíam estavam como eu: tristes e para

baixo. Uns piores que outros.

Passei todo o caminho pensando no que fazer. Gastei três anos

da minha vida em um emprego que não me valorizava, e nem era

do meu ramo. Agora estava sem nada e acreditava que seria difícil

arranjar outro agora.

A situação do país não era a melhor e perder o emprego agora

seria um grande problema. Mas talvez seja essa a oportunidade que

eu esperava para finalmente trabalhar em paisagismo, que era a

área que me formei. Eu tinha uma casa, e meu namorado tinha um

bom trabalho. Mesmo que demorasse um pouco, talvez conseguisse

algo.

Andei poucos metros até a casa que tínhamos alugado. Não era

muito grande, mas servia. Vivíamos trabalhando, e era Miguel que

passava a maior parte do tempo em casa. Pelo menos até agora.

Entrei já tirando o sapato e jogando a minha bolsa no sofá. As

luzes estavam acesas, mas nada do homem. Um barulho vindo do

quarto, chamou minha atenção.

Não chamei seu nome, porém, a curiosidade era maior e

caminhei até o quarto, devagar. A porta estava entreaberta e

quando vi duas pessoas trepando em cima da minha cama, quase

caí.

Miguel e ngela transavam como dois coelhos enquanto eu

assistia chocada. Uma raiva tomou conta do meu corpo, e abri a

porta com uma batida forte.

— QUE PORRA É ESSA?

Parecia que alguém havia me jogado o pior feitiço do mundo.

Primeiro perdi o emprego, agora descubro que sou corna.

Capítulo 2 - Henrique

Eu gostava de trabalhar. Mantinha minha mente focada e

funcionando. Sentimentos são complicados, por isso sempre tentei a

todo custo me manter distante.

Foi por isso que minha noiva me deixou. Não que eu não

gostasse dela, mas Anastácia era uma mulher muito sentimental e

pegajosa.

Eu adorava a sua classe e inteligência, porém, tinha as minhas

manias e preferia ficar só.

Muitos diziam que eu era frio e arrogante e, na verdade, sou.

Acredito que vários fatores ocorreram na minha vida para que eu

tivesse me tornado isso.

No passado eu era mais aberto e compreensivo, mas tudo

mudou quando a mulher que eu amava jogou na minha cara que

não era isso que ela queria.

Depois de uma tragédia em minha família, pensei que era melhor

mudar de atitude e me preservar mais.

Foquei-me mais no trabalho e esqueci o resto. Quando pedi a

mão de Anastásia em casamento, não queria amor, queria uma

esposa e filhos.

Entretanto, acredito que não deixei isso bem claro e a mulher

começou a exigir coisas. Se ela não tivesse terminado, quem teria

feito isso seria eu.

Não desejava viver a minha vida, muito corrida, ao lado de

alguém que me exigisse tanto.

Isso poderia me tornar alguém frio e solitário, mas não queria

viver de mentiras.

Eu não sabia se algum dia algo me faria mudar, mas pretendo

achar alguém que me dê um herdeiro. Não sou filho único, mas meu

irmão não gosta de arquitetura como eu. Sentia a necessidade de

fazer o melhor por essa empresa, e criar meu substituto era uma

dessas coisas.

Voltando ao trabalho, eu ainda tinha que me preocupar com a

nossa nova contratação. A empresa precisava de uma paisagista, e

essa pessoa seria uma assistente para mim, trabalhando em meus

projetos.

Gosto de saber e controlar tudo ao meu redor, às vezes, as

pessoas consideram isso como arrogância minha. Para se ter

sucesso, tudo tem que estar organizado e tranquilo. Se o local de

trabalho não for assim, não trará benefício algum.

— Quem será responsável pelas entrevistas? — Perguntei a

mulher de cabelos curtos assustada que estava a minha frente,

segurando uma pilha de papel.

Ela pensou por alguns minutos antes de responder. Essa era a

coisa que mais odiava na Judi, minha secretária. Quando eu fazia

uma pergunta, gostava de ser respondido logo, tempo era muito

precioso para mim.

— Serena. — Finalmente respondeu.

— Ok. — Falei voltando a prestar atenção nos documentos a

minha frente. — Diga a Serena que quero a melhor e a mais

responsável de todas.

***

Assim que cheguei em casa, coloquei um pouco de bebida no

copo e tomei. Como sempre, cheguei bem tarde.

Minha família sempre reclamava sobre a minha rotina de

trabalho, porém, fazia o que gostava e isso não me incomodava

nem me cansava.

Tenho poucos amigos e os conheço desde a infância, no

entanto, não saímos muito, confesso que era minha culpa, pois

sempre afastei todos de perto de mim.

Eles vivem reclamando sobre esse meu comportamento, mas

não me incomodo com isso.

Sempre que estou a fim de sair com algumas pessoas para

beber ou jantar, era eu que os convidava, porém, eram raros esses

momentos.

Meu celular tocou em cima do sofá e já ao longe vi que era a

minha mãe. Desde que Anastácia e eu terminamos, a mulher vivia

me importunando.

Catarina Vilella sempre desejou que eu me casasse com uma

mulher fina, linda e delicada. Sempre que tinha a oportunidade, ela

arrumava maneiras de jogar algumas das filhas de suas amigas

para cima de mim. Foi assim com Anastácia Alencar, entretanto, não

tomarei decisões erradas novamente.

— Mãe. — Falei ao atender o telefone.

Eu já estava cansado e conversar com a minha mãe iria acabar

com o resto da minha paciência do dia.

— Querido, como você está? — Perguntou começando a buscar

pistas sobre meu humor.

Se eu não a conhecesse, diria que essa era uma reação normal

de uma mãe para com o seu filho, no entanto, sei que Catarina

estava aprontando algo.

— Bem… por enquanto. — Respondi bebendo o último gole e

passando a mão pela minha têmpora. — O que deseja desta vez,

mãe?

— Ah, Henrique, até parece que não posso ligar para saber

como está meu filho. — Reclamou fingindo estar ofendida. — Mas

também queria lhe informar sobre um jantar beneficente.

Eu já adivinhava que poderia haver algo que ela iria me propor.

Jantares beneficentes serviam para dois propósitos: o primeiro,

era para esbanjar dinheiro e dizer que os ricos eram benevolentes.

O segundo motivo, era para que homens como eu, fossem

apresentados a mulheres em busca de maridos.

— Sinto muito, mãe, mas estarei ocupado. — Falei rápido antes

que ela continuasse.

— Henrique você tem…

— Quem sabe na próxima. — A cortei. — Amo você, boa noite.

Desliguei o celular antes que ela tentasse me convencer de mais

coisas.

Não gosto de ser rude com ela. Sei que a mulher vivia muito

deprimida devido ao meu pai, mas não suportava quando minha

mãe tentava arranjar uma mulher para mim.

Já cometi esse erro e não pretendo repetir. Sei que já tenho 35

anos e que deveria me casar logo, porém, não queria que essa

fosse a função da minha mãe.

Se pretendia arranjar alguém que ficaria ao meu lado para

sempre e ser a mãe dos meus filhos, farei isso sozinho, pois sei

exatamente o que quero.

***

Quando cheguei à empresa, todos estavam concentrados em

seu trabalho e afazeres. Sei que só faziam isso quando estava por

perto.

— Que bom que chegou, amigo, temos a reunião com o grupo

que está planejando a revitalização dos hotéis no litoral. — Falou

Roberto, me acompanhando até a sala de reuniões.

Nos conhecemos no colegial. Ele sempre foi um bom

companheiro e muito inteligente. Durante o meu período mais difícil,

foi ele que esteva ao meu lado.

Hoje trabalhamos juntos e fico feliz por isso, pois meu amigo era

um dos mais criativos.

— Ótimo. — Falei procurando a minha secretária. — Judi! — A

chamei em voz alta e todos se assustaram. — Venha!

A mulher minúscula correu em minha direção segurando o seu

bloquinho de anotações.

Pedi um café e entramos na sala de reunião onde já estavam à

nossa espera.

Uma loira alta com vestido branco que se ajustava ao seu corpo,

sorriu ao me ver. Ela era responsável pelos hotéis que seriam

reformados.

Assim que começamos, todos se animaram. Eleonor nos contou

o que seu chefe desejava para a reforma. Além disso, seriam

construídas novas áreas e depois disso, também teríamos que dar

uma repaginada, transformando tudo em um local moderno e

confortável.

Os hotéis não ficavam muito longe da capital e tinha o privilégio

de ficar a poucos metros da praia, onde muitos turistas se

hospedariam para a temporada de verão.

Programamos uma visita ao local, onde a mulher disse que o

próprio proprietário dos hotéis iria nos receber e nos contar todos os

detalhes sobre o que ele desejava. Eu esperava que até lá eu já

tivesse a minha assistente, pois segundo Serena, achar a pessoa

perfeita para o cargo seria difícil.

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY