Lisa teve um sobressalto quando viu aquele homem. Já o conhecia de algum lugar! Mas de onde? Ele não parava de encará-la, de uma forma que a fazia sentir-se despida em pleno saguão do hotel. Por que aquele estranho tinha escolhido justamente a ela para seduzir? Lisa não queria parecer uma mulher vulgar, a procura de um amante passageiro com quem se divertir durante as férias, naquela ilha fascinante das Canárias. Mas ao mesmo tempo sentia que hão conseguiria resistir por muito tempo à atração daquele rosto, daquele corpo, que a convidava a viver um paraíso de loucuras e de paixão!
Lisa teve um sobressalto quando viu aquele homem. Já o conhecia de algum lugar! Mas de onde? Ele não parava de encará-la, de uma forma que a fazia sentir-se despida em pleno saguão do hotel. Por que aquele estranho tinha escolhido justamente a ela para seduzir? Lisa não queria parecer uma mulher vulgar, a procura de um amante passageiro com quem se divertir durante as férias, naquela ilha fascinante das Canárias. Mas ao mesmo tempo sentia que hão conseguiria resistir por muito tempo à atração daquele rosto, daquele corpo, que a convidava a viver um paraíso de loucuras e de paixão!
Capítulo I
Alguém a observava, no saguão do hotel. Podia sentir isso na pele, enquanto procurava os rostos conhecidos dos amigos. Virou-se quase sem querer, num impulso, para descobrir de onde vinha aquela força, aquele magnetismo que parecia queimá-la. Se os amigos não chegassem, teria que fugir, ir embora. Mas fugir de quê? De quem? Estava ameaçada, e era só isso o que sabia.
Então, Lisa o enxergou. A primeira impressão que teve da pessoa que a perturbava tanto foi a de um homem alto, moreno e barbudo, com os cabelos mais compridos que o normal.
Juntou forças e fuzilou-o com um olhar de fazer gelar o sangue. A resposta dele foi um sorriso, um gole de bebida no copo alto e uma saudação quase imperceptível.
Ela virou-se, furiosa, mas olhou por trás do ombro, outra vez, já aflita. Será que Myra e Phil não iam mais chegar? Andou em direção à entrada do hotel.
Havia muita gente subindo e descendo a escada em curva, o elevador ia e vinha cheio de turistas, mas, dos amigos, nem sinal. Como combinara encontrar-se com eles no bar, achou melhor voltar. Se aquele sujeito ainda estivesse lá...
E estava. Engraçado, entrar em pânico assim à toa, pensou Lisa. O negócio era procurar um lugar e esperar. Havia uma mesa vazia num canto. Sentou-se e matou o tempo o melhor que pôde, ora observando o lugar por onde entrariam seus amigos, ora fixando o olhar nas montanhas, além dos limites do hotel, onde parecia estar um mundo estranho e fascinante.
Sentiu, mais do que ouviu, um movimento à sua frente e virou-se com um sorriso alegre para cumprimentar os amigos. Mas não eram eles. O estranho sentou-se e esticou as pernas, indiferentemente, por debaixo da mesa, quase tocando os pés dela.
Continuava a encará-la, a cabeça para trás, relaxado, braços cruzados no peito. Usava uma camisa branca, meio desabotoada e calça jeans justa nos quadris estreitos.
Ele tinha o direito de ficar onde estava. Realmente, tinha. Não havia lei que o impedisse de sentar-se ali e encará-la, a não ser o respeito à privacidade alheia.
Lisa pegou uma revista na mesinha a seu lado e folheou rapidamente. Era em espanhol e seu conhecimento dessa língua não passava de umas poucas frases. Desapontada, colocou a revista no lugar, e, levantou os olhos para o desconhecido com uma expressão de desafio. "Ria de mim, e vai ver o que acontece", pensou. Sujeito atrevido!, Não havia desviado os olhos de seu rosto. Ficou vermelha. Que coisa mais fora de propósito perturbar-se com o mero olhar de um desconhecido. Pegou outra revista, olhou bem antes para ver se era em inglês e tentou relaxar.
Lia as frases,, mas ficavam soltas no ar, sem sentido. Não conseguia, nem queria, evitar pensamentos paralelos, o que era mais curioso. Baixou um pouco a revista, o bastante para enxergar por cima dela.
Agora podia observar o homem, pois ele lia a revista em espanhol. Quem sabe era a sua língua? Engraçado, algo nele lhe parecia familiar. Já o teria visto antes? O que a incomodava mesmo nele eram os olhos; logo, os olhos eram a chave do enigma. Mas qual era o jogo?
Droga! Agora estava encarando o homem do mesmo jeito que ele a tinha encarado.
De tanto se esforçar para ler, acabou se interessando por um artigo. Quando os amigos a chamaram, levou um susto.
Afastou-se para o canto, para ceder lugar, e notou que o barbudo também tinha parado de ler e observava os recém-chegados com muito interesse.
Myra e Phil sentaram-se bem juntinhos, de mãos dadas. Estavam casados há cinco semanas e totalmente apaixonados.
Cinco meses atrás, Lisa, Don (seu namorado), Myra e Phil tinham combinado passar as férias juntos. Quando Lisa brigou com Don, ele cancelou a reserva.
- Três é um número ímpar que não dá certo em passeios - afirmou Lisa. - Vou cancelar também.
Myra, que trabalhava na mesma firma construtora que ela, insistiu:
- Se fizer isso, eu e Phil também não vamos. E não quer estragar nossas férias, não é?
Para complicar mais as coisas, eles resolveram casar de repente, sem mais nem menos. Como as férias já estavam pagas, apesar de Lisa insistir de novo em ficar, não admitiram desistência.
- Nessa altura - Phil garantiu -, Myra e eu já seremos um velho casal. Sua presença-só vai ajudar a aliviar o tédio do nosso casamento.
Olhando agora as expressões radiantes, Lisa viu que cinco semanas de casados só havia aumentado o amor deles. Phil inclinou-se para ela.
- Desculpe-a pelo atraso, Lisa. Sabe como são as mulheres: não conseguem resolver que roupa vão vestir.
- Como tem coragem de dizer uma mentira dessas, se foi você que me atrasou! - protestou Myra.
Ele deu de ombros, rindo ainda.
- Sabe como é...
Lisa sorriu.
- Calculo. - Olhou o vestido da amiga. - Você está ótima. Eu estava com você, quando comprou esse vestido, lembra? Na Oxford Street, na hora do almoço!
A outra concordou, distante. Lisa seguiu o olhar da amiga e corou, quando viu que o moreno ainda não tirara os olhos dela, apesar da chegada dos amigos.
Myra fez cara de intrigada e Lisa apertou os lábios, tentando mostrar como achava desagradável a insolência do homem. A amiga sussurrou:
- Quer sair daqui?
Lisa ia concordar quando o homem ficou de pé, fez um sinal com a cabeça para o casal e foi saindo, sem pressa.
- Que história é essa? - perguntou Myra, desconfiada. - Arranjou um namorado?
- Não troquei uma palavra com esse sujeito! Desde que cheguei, ele é que não tirou os olhos de mim, como se eu fosse um quadro numa parede. Fiquei tão irritada!
- Ele gostou de você - explicou Phil, sorrindo. - Se eu não fosse um homem casado, olharia também, e do mesmo modo!
Foram andando para o restaurante, e Lisa se surpreendeu olhando as pessoas que se apinhavam no saguão. Estava ainda com medo de encontrar aquele homem perigoso. Só não sabia é que perigo ele representava. Nem por que, ou para quem se dirigia aquela força.
Ficaram na mesa de costume, perto da janela. Lisa, de frente para a porta de entrada, escutava distraída a conversa dos amigos, tentando rir na hora certa, confiando que eles não percebessem que prestava mais atenção em cada hóspede que entrava.
O estranho chegou pouco depois e teve uma atitude que a surpreendeu. Passou os olhos por ela como se não a reconhecesse. Era demais! Ficou profundamente irritada com isso e, principalmente, por dar tanta importância ao fato.
Como ele jantou com um grupo de homens de negócios, conversando sério, Lisa achou que não devia estar em férias, como imaginara.
Fez força para se esquecer dele e entrar na conversa dos amigos. Era mais uma conversa de namorados, e descobriu que não tinha perdido muito.
- Qual vai ser nosso programa hoje à noite?
- Estávamos justamente discutindo o assunto - respondeu Myra. - Eu quero ficar lendo no salão principal.
- E eu quero levá-las a dançar. Vamos lá, amor. Vai ter o resto da vida para ler.
- Bem, a verdade é que quer que eu faça a sua vontade novamente - disse Myra, jogando para trás os bonitos cabelos castanhos. Suspirou. - Pela última vez. Só hoje. - Virou-se para Lisa e informou, séria: - Nós vamos dançar, mas eu preciso subir para mudar de roupa.
Phil gemeu:
- Outra vez?!
- Por que acha que eu trouxe tantos vestidos?
Ele empurrou o prato de sobremesa.
- Está bem, sei perder.
Myra acariciou sua cabeça.
- Só quero ficar bonita para você, querido.
Phil sorriu para a mulher e disse a Lisa:
- Sabe quando ela fica mais bonita, não sabe?
Lisa riu, e brincou, maliciosa:
- Não sei não, Phil. Me conta.
Ele ficou sem jeito.
- Vocês duas estão me gozando. Lisa, nos vemos no salão de baile... - Olhou para a mulher. - Infelizmente, só daqui a duas horas, mais ou menos!
- Trinta minutos, Lisa, juro. Se o baile não tiver começado, tomamos um drinque. Pegue uma mesa de canto se chegar antes de nós.
Lisa desceu do elevador no segundo andar. O seu quarto dava para um terraço aberto sobre o mar. Sabia que Myra levaria muito tempo para trocar de roupa. Foi para sua janela olhar as rochas que a fascinavam. Entre elas, nasciam plantas estranhas, canteiros rasteiros de flores miudinhas, arbustos com folhas pontudas e muitos cactus. Aqui e ali, palmeiras se agitavam à brisa que refrescava o ar úmido e quente.
O vestido que ia usar era uma mistura de seda, com as cores do arco-íris. Longo, e com um decote que fazia aparecer o bronzeado que ela já adquirira nos dois dias de praia. A gargantilha branca combinava com as sandálias e a bolsa.
Suspirou diante do espelho. Qual o motivo para cuidar tanto de sua aparência? Era uma intrusa, pensou; não com pena de si mesma, mas dos amigos. Apesar de o negarem constantemente, ela sabia que de certa maneira, atrapalhava.
Olhou O relógio. A meia hora de Myra já havia passado, mas não esperava encontrá-los na mesa. Era sempre a primeira a chegar, qualquer que fosse o lugar do encontro.
Nos últimos dias, acostumara-se à espera solitária. Hoje, por uma reação que não entendia bem, ficava nervosa só de pensar em ficar sozinha.
Parou sob o arco do salão de dança e olhou as mesas, muitas das quais já estavam ocupadas. Para seu alívio, viu algumas vazias nos cantos mais escuros.
Ao se dirigir para uma delas, percebeu um grupo de homens no bar, em frente à pista de dança. Eram quatro, e ele estava entre eles.
Sentou-se à mesa e começou a mexer na bolsa; depois, arrumou a gargantilha e alisou os cabelos. Bem, que fazer agora? Virou-se em direção ao bar.
A esperança de que os homens não estivessem lá não se realizou. Estavam, sim, os quatro; mas só um a observava. Embaraçada, olhou para a porta, pedindo a Deus que os amigos aparecessem e a livrassem daquela sensação de solidão no meio de uma multidão de estranhos.
Olhou para o grupo, novamente. Agora, os quatro a observavam. O moreno falou qualquer coisa, que os outros escutaram, cheios de atenção. Estariam falando mal dela? Por que riam? Ficou com o rosto pegando fogo. Com certeza, riam dela porque estava sozinha.
Quando viu que o homem se despedia dos amigos e vinha em sua direção, teve a reação mais infantil possível. Começou a se levantar, pronta para fugir. Percebeu a tempo que papel de caipira ia fazer e sentou-se. Apertou as mãos sobre a mesa e ficou olhando para fora, pela janela, tentando descobrir alguma coisa na escuridão.
O barulho de uma cadeira arrastada tirou-a da falsa contemplação. Ele a olhava, sobrancelhas levantadas em interrogação.
- Sinto muito - informou ao homem, rapidamente. - A mesa está ocupada.
- Esperando por seus amigos?
A voz era baixa e falava em inglês perfeito. Logo, essa devia ser sua língua, o que respondia pelo menos à pergunta sobre qual era seu país de origem. Havia, no entanto, muitas outras sem resposta. Por exemplo, qual o motivo de ele também estar nas Canárias, nesse lugar maravilhoso chamado Lanzarote, cuja paisagem era quase lunar.
Outra pergunta que merecia resposta era o porquê daqueles homens terem saído a um simples aceno de cabeça dele. Pareciam amigos, iguais, homens de negócio. Enfim...
- Estou esperando por eles, sim. De modo que, sinto muito, mas a mesa está mesmo ocupada.
- Você só tem dois amigos, não? - Já estava sentado à sua frente. - Mas há quatro cadeiras.
- Dois amigos, mas... - A raiva que sentira de tarde pela audácia do homem voltou. - Gostamos do número três, e não do quatro, se nos dá licença.
Ele nem ligou. Sorriu, recostou-se e passou a mão pela barba.
- Mas no momento só você está aqui. Garanto que não se importa que eu lhe faça companhia até seus companheiros chegarem.
Sacudindo a cabeça, sem falar, Lisa olhou para a entrada, meio desesperada. As pessoas chegavam sem parar, duas a duas, mas o casal que ela queria não aparecia.
- Posso pedir um drinque para você? - A pergunta trouxe-a de volta à presença dele.
- Não, obrigada. - Vou esperar por meus amigos. Mas fique à vontade, peça o seu.
Ele inclinou a cabeça, levemente irônico, e levantou a mão para o garçom que passava. Fez o pedido em espanhol fluente, para surpresa de Lisa. Será que tinha errado sua nacionalidade?
- Está gostando das férias? - perguntou ele, no momento em que a orquestra começava a afinar os instrumentos.
- Bem... acho que sim. Só estamos aqui há dois dias.
Ele olhava para suas mãos e ela percebeu que procurava uma aliança ou anel de noivado.
- Você acha que está gostando? Hum... Nada bom ser a terceira pessoa, não é?
Lisa deu um sorriso. Ele a olhava intensamente e não ria. Ela sentiu um arrepio na espinha ao perceber, de repente, como aquele homem a atraía. Se pelo menos pudesse ver o rosto dele, sem essa barba e o bigode. Um dia, alguma mulher conseguiria convencê-lo a tirar aquilo. Teve um súbito desejo de ser essa mulher...
O garçom colocou a bebida na frente dele, que pagou na hora, com uma bela gorjeta.
- É mesmo desagradável ser a terceira pessoa. Mas guardo segredo. Nem comento com eles.
- Deve haver uma razão para estar sozinha.
Com relutância, ela esclareceu.
- Briguei com meu namorado e ele cancelou a reserva.
Os olhos do homem se apertaram. Depois sorriu, comentando:
- O que a deixou sozinha numa cama dupla.
O comentário enfureceu-a.
- Não, está errado! Tente de novo para ver se acerta, sr... não sei seu nome.
- Cameron. Zander Cameron. Antes que pergunte, é uma abreviatura de Alexander. Você é Lisa. Escutei seus amigos dizerem seu nome. Lisa o quê?
- Maynard - respondeu, seca. Então, ele achava que ela era uma conquista de férias, e que, como não estava acompanhada, ia cair feito um fruto maduro. - Sua mulher também veio, sr. Cameron? Ou talvez sua namorada?
Ele sorriu, percebendo a intenção dela de colocá-lo no lugar.
- Nenhuma das duas.
Lisa olhou para a entrada. Phil estava lá, gesticulando. Zander Cameron seguiu seu olhar.
- Desculpe, por favor. - Ela se levantou e foi abrindo caminho por entre as mesas.
- Sinto muito, Lisa - disse Phil. - Não vamos descer hoje. - Estava todo afogueado. - Não se importa, não é?
Sorriu, compreensiva.
- Esqueça de mim, Phil. Estou bem acompanhada. Uma companhia não convidada, mas, nas circunstâncias, até que foi bom ele aparecer.
- Não é o sujeito que encarou você a tarde inteira? Mantenha distância, hein?
- Conselho do tio Phil? Tudo bem. Sei me cuidar! - "Será que sei mesmo?", perguntou a si mesma, lembrando-se de como ficara magoada quando Don contou que estava gostando de outra.
- Vemos você no café da manhã, Lisa.
Imediatamente, sentiu-se só e vulnerável. À sua volta, todos riam, falavam, dançavam. Estava sobrando de novo, pensou. Não deveria ter vindo. O melhor que tinha a fazer era subir também. Mas deixara a bolsa na mesa. Precisava voltar até lá, quisesse ou não.
- Os amigos não vêm mais? - perguntou Zander Cameron, virando o copo na mão.
Ela não respondeu, franziu a testa, intrigada.
- Que estranho! Sumiu... Podia jurar... Viu alguém pegar minha bolsa?
Ele respondeu com outra pergunta:
- Posso tomar o lugar de seus amigos?
Foi a vez dela mudar de assunto.
- Preciso achar minha bolsa. Por favor, quer me ajudar?
- Primeiro responda à minha pergunta, que depois respondo à sua.
- Está bem! Está bem! Agora diga se viu minha bolsa.
- Uma coisa de cada vez - foi a resposta irritante. - Quer dizer que aceita ficar no baile comigo? - Impaciente, ela concordou. - Bem, vi sua bolsa, sim. Vi quando alguém passou a mão nela.
- E não impediu?
Ele se recostou na cadeira, cruzou as pernas, braços dobrados no peito e um sorriso abrandando as linhas decididas da boca. A música tocava e os pares dançavam.
- A mão que eu vi era a minha. Quer sua bolsa? - Tirou-a do bolso. - Tome.
- Mas por que a escondeu? Sabia que ia me assustar! - Afundou na cadeira.
Ele se inclinou para a frente, mãos cruzadas sobre a mesa. Os olhos castanhos enrugavam-se nos cantos, divertidos... Ou cínicos?
- Ou você é uma grande atriz, ou sua amnésia foi puramente psicológica.
- O que quer dizer? Não está insinuando que deixei a bolsa de propósito, só para ter uma desculpa para voltar?
- Acho que sim.
Lisa puxou a cadeira para trás e levantou-se, mas ele pegou seu braço.
- Você concordou em me fazer companhia, lembra-se, Lisa? O toque de sua mão, o efeito de sua voz de timbre baixo, a atração que irradiava, tudo isso combinado fez com que ela ficasse em guarda. Com vinte e três anos, já sabia o que queria.
Assim mesmo, não podia fingir não gostar da idéia de ter a companhia dele.
- Eu mantenho minha promessa, mas só hoje, sr. Cameron.
- Aceita porque algumas horas comigo são preferíveis a ficar sozinha?
Lisa concordou, sorrindo, sorriso que ele não retribuiu. Que experiência estranha! O homem a intrigava; tudo nele tinha um certo mistério, até o rosto semi-encoberto.
- Posso pedir alguma coisa para você comer? - ofereceu ele. -Não? Um drinque, então?
- Nada, obrigada, sr. Cameron.
- Não dá para me chamar de Zander? - Os olhos castanhos sorriam, agora.
- Você é inglês?
- Inglês? Com um nome como o meu? Ora, senhorita, claro que sou escocês. - Tocou a mão dela, de leve. - Vamos dançar? - Tirou o casaco, colocou-o nas costas da cadeira e levantou-se.
Lisa não podia recusar, nem queria. Aquele rápido toque em sua mão tinha feito com que quisesse ficar mais perto dele. Sentiu-se vencida, completamente perdida. Primeiro Don, agora esse homem. Sabia por que ele estava se aproximando, e não tinha nada a ver com amizade.
- Sinto muito - tentou resistir. - Não quero dançar.
Ele enlaçou sua cintura, puxando-a da mesa.
- Mas eu quero, Lisa, eu quero.
Era bom estar em seus braços, disse Lisa para si mesma. Aquela mão nas costas era um apoio seguro e não a apertava demais. Ele sorriu para ela, que não soube como corresponder, muito desconfiada.
- Tudo bem, Lisa. Tudo bem. Debaixo de toda essa barba tem um cara honesto e bom caráter.
- Pelo menos, é engraçado. Faz sempre as mesmas graças quando tenta fisgar uma namoradinha de verão?
- Está dizendo que não faço sucesso com você? - Ficou sério, os olhos frios, distantes. Levou algum tempo para voltar ao normal. - Acredite: não costumo ter casos inconseqüentes. Sabe que você tem um efeito estranho sobre mim?
- Qual, por exemplo?
- Vontade de bancar o bobo: qualquer coisa para ver você rir.
Havia um significado mais profundo em suas palavras, que ela não entendeu. Queria perguntar por que, mas só disse:
- Gosto muito de rir. Sinto-me bem.
- Então, preciso bancar o palhaço com mais freqüência, não? - Falou suavemente e encostou os lábios em seus cabelos. Lisa não fez objeções apesar de saber que as convenções não a obrigavam a tanto.
- Seus amigos estão em lua-de-mel?
- Sim e não. Estavam noivos quando marcamos essa viagem. Mas resolveram casar, de repente, há cinco semanas. E, por causa dessa viagem, adiaram a lua-de-mel até agora.
- Você não se importa de ser a terceira?
- O que acha?
- Acho que parece um bichinho perdido.
Ela riu.
- Não, no momento. Não, quando... - Quase mordeu a língua.
- Esqueça. - Olhou para longe, por sobre a cabeça dos dançarinos.
A música parou, mas ele não a deixou ir.
- Esquecer o quê? Que não fica triste quando está comigo? Seja boazinha e confesse que estou certo.
- Você é uma boa companhia, sem dúvida.
- Uma das respostas mais evasivas que já ouvi de uma mulher que se recusa u admitir que gosta de um sujeito.
- Gosto de você. Pelo menos, até agora. Mas não acha que é um pouco ridículo? Eu o vi pela primeira vez hoje à tarde. Não sei nada sobre você, que pelo menos sabe que estou aqui de férias. Desconfio que não é o seu caso.
- Quem lhe disse? Ou adivinhou?
- Adivinhei? - Sorriu para ele e voltaram a dançar. - Acertei que está aqui trabalhando, e não em férias?
- Estou aqui para trabalhar... e me divertir. Por que não, nesse clima e nessa paisagem incríveis?
- O que faz aqui?
- Sou engenheiro. Estou construindo hotéis, estradas...
Os olhos dela brilharam.
- Ah, já sei. Trabalho para uma companhia de construção civil. Já ouviu falar na Thistle International?
- É claro. Quem não ouviu? Você trabalha lá?
- No escritório central, em Londres. E você? - Havia uma ansiedade na voz dela que esperava que ele não notasse.
- O mundo é minha casa.
- Ah! - Lisa desviou os olhos, tentando esconder o desapontamento. - A companhia tem escritórios também em Oxfordshire do Norte.
- Já esteve lá? - Ela sacudiu a cabeça. - Prefere trabalhar em Londres?
- Tem suas vantagens. Mas, pensando bem, gostaria mais do interior. É mais calmo, mais bonito.
Houve uma pausa e ele a puxou para mais perto. A experiência era agradável, agradável demais. Havia uma excitação diferente nela, como se seu metabolismo tivesse mudado. E o pior era que o motivo era esse estranho. Depois dessa noite, depois de negar o que ele com certeza lhe pediria mais tarde, talvez não o visse nunca mais.
Capítulo I
Alguém a observava, no saguão do hotel. Podia sentir isso na pele, enquanto procurava os rostos conhecidos dos amigos. Virou-se quase sem querer, num impulso, para descobrir de onde vinha aquela força, aquele magnetismo que parecia queimá-la. Se os amigos não chegassem, teria que fugir, ir embora. Mas fugir de quê? De quem? Estava ameaçada, e era só isso o que sabia.
Então, Lisa o enxergou. A primeira impressão que teve da pessoa que a perturbava tanto foi a de um homem alto, moreno e barbudo, com os cabelos mais compridos que o normal.
Juntou forças e fuzilou-o com um olhar de fazer gelar o sangue. A resposta dele foi um sorriso, um gole de bebida no copo alto e uma saudação quase imperceptível.
Ela virou-se, furiosa, mas olhou por trás do ombro, outra vez, já aflita. Será que Myra e Phil não iam mais chegar? Andou em direção à entrada do hotel.
Havia muita gente subindo e descendo a escada em curva, o elevador ia e vinha cheio de turistas, mas, dos amigos, nem sinal. Como combinara encontrar-se com eles no bar, achou melhor voltar. Se aquele sujeito ainda estivesse lá...
E estava. Engraçado, entrar em pânico assim à toa, pensou Lisa. O negócio era procurar um lugar e esperar. Havia uma mesa vazia num canto. Sentou-se e matou o tempo o melhor que pôde, ora observando o lugar por onde entrariam seus amigos, ora fixando o olhar nas montanhas, além dos limites do hotel, onde parecia estar um mundo estranho e fascinante.
Sentiu, mais do que ouviu, um movimento à sua frente e virou-se com um sorriso alegre para cumprimentar os amigos. Mas não eram eles. O estranho sentou-se e esticou as pernas, indiferentemente, por debaixo da mesa, quase tocando os pés dela.
Continuava a encará-la, a cabeça para trás, relaxado, braços cruzados no peito. Usava uma camisa branca, meio desabotoada e calça jeans justa nos quadris estreitos.
Ele tinha o direito de ficar onde estava. Realmente, tinha. Não havia lei que o impedisse de sentar-se ali e encará-la, a não ser o respeito à privacidade alheia.
Lisa pegou uma revista na mesinha a seu lado e folheou rapidamente. Era em espanhol e seu conhecimento dessa língua não passava de umas poucas frases. Desapontada, colocou a revista no lugar, e, levantou os olhos para o desconhecido com uma expressão de desafio. "Ria de mim, e vai ver o que acontece", pensou. Sujeito atrevido!, Não havia desviado os olhos de seu rosto. Ficou vermelha. Que coisa mais fora de propósito perturbar-se com o mero olhar de um desconhecido. Pegou outra revista, olhou bem antes para ver se era em inglês e tentou relaxar.
Lia as frases,, mas ficavam soltas no ar, sem sentido. Não conseguia, nem queria, evitar pensamentos paralelos, o que era mais curioso. Baixou um pouco a revista, o bastante para enxergar por cima dela.
Agora podia observar o homem, pois ele lia a revista em espanhol. Quem sabe era a sua língua? Engraçado, algo nele lhe parecia familiar. Já o teria visto antes? O que a incomodava mesmo nele eram os olhos; logo, os olhos eram a chave do enigma. Mas qual era o jogo?
Droga! Agora estava encarando o homem do mesmo jeito que ele a tinha encarado.
De tanto se esforçar para ler, acabou se interessando por um artigo. Quando os amigos a chamaram, levou um susto.
Afastou-se para o canto, para ceder lugar, e notou que o barbudo também tinha parado de ler e observava os recém-chegados com muito interesse.
Myra e Phil sentaram-se bem juntinhos, de mãos dadas. Estavam casados há cinco semanas e totalmente apaixonados.
Cinco meses atrás, Lisa, Don (seu namorado), Myra e Phil tinham combinado passar as férias juntos. Quando Lisa brigou com Don, ele cancelou a reserva.
- Três é um número ímpar que não dá certo em passeios - afirmou Lisa. - Vou cancelar também.
Myra, que trabalhava na mesma firma construtora que ela, insistiu:
- Se fizer isso, eu e Phil também não vamos. E não quer estragar nossas férias, não é?
Para complicar mais as coisas, eles resolveram casar de repente, sem mais nem menos. Como as férias já estavam pagas, apesar de Lisa insistir de novo em ficar, não admitiram desistência.
- Nessa altura - Phil garantiu -, Myra e eu já seremos um velho casal. Sua presença-só vai ajudar a aliviar o tédio do nosso casamento.
Olhando agora as expressões radiantes, Lisa viu que cinco semanas de casados só havia aumentado o amor deles. Phil inclinou-se para ela.
- Desculpe-a pelo atraso, Lisa. Sabe como são as mulheres: não conseguem resolver que roupa vão vestir.
- Como tem coragem de dizer uma mentira dessas, se foi você que me atrasou! - protestou Myra.
Ele deu de ombros, rindo ainda.
- Sabe como é...
Lisa sorriu.
- Calculo. - Olhou o vestido da amiga. - Você está ótima. Eu estava com você, quando comprou esse vestido, lembra? Na Oxford Street, na hora do almoço!
A outra concordou, distante. Lisa seguiu o olhar da amiga e corou, quando viu que o moreno ainda não tirara os olhos dela, apesar da chegada dos amigos.
Myra fez cara de intrigada e Lisa apertou os lábios, tentando mostrar como achava desagradável a insolência do homem. A amiga sussurrou:
- Quer sair daqui?
Lisa ia concordar quando o homem ficou de pé, fez um sinal com a cabeça para o casal e foi saindo, sem pressa.
- Que história é essa? - perguntou Myra, desconfiada. - Arranjou um namorado?
- Não troquei uma palavra com esse sujeito! Desde que cheguei, ele é que não tirou os olhos de mim, como se eu fosse um quadro numa parede. Fiquei tão irritada!
- Ele gostou de você - explicou Phil, sorrindo. - Se eu não fosse um homem casado, olharia também, e do mesmo modo!
Foram andando para o restaurante, e Lisa se surpreendeu olhando as pessoas que se apinhavam no saguão. Estava ainda com medo de encontrar aquele homem perigoso. Só não sabia é que perigo ele representava. Nem por que, ou para quem se dirigia aquela força.
Ficaram na mesa de costume, perto da janela. Lisa, de frente para a porta de entrada, escutava distraída a conversa dos amigos, tentando rir na hora certa, confiando que eles não percebessem que prestava mais atenção em cada hóspede que entrava.
O estranho chegou pouco depois e teve uma atitude que a surpreendeu. Passou os olhos por ela como se não a reconhecesse. Era demais! Ficou profundamente irritada com isso e, principalmente, por dar tanta importância ao fato.
Como ele jantou com um grupo de homens de negócios, conversando sério, Lisa achou que não devia estar em férias, como imaginara.
Fez força para se esquecer dele e entrar na conversa dos amigos. Era mais uma conversa de namorados, e descobriu que não tinha perdido muito.
- Qual vai ser nosso programa hoje à noite?
- Estávamos justamente discutindo o assunto - respondeu Myra. - Eu quero ficar lendo no salão principal.
- E eu quero levá-las a dançar. Vamos lá, amor. Vai ter o resto da vida para ler.
- Bem, a verdade é que quer que eu faça a sua vontade novamente - disse Myra, jogando para trás os bonitos cabelos castanhos. Suspirou. - Pela última vez. Só hoje. - Virou-se para Lisa e informou, séria: - Nós vamos dançar, mas eu preciso subir para mudar de roupa.
Phil gemeu:
- Outra vez?!
- Por que acha que eu trouxe tantos vestidos?
Ele empurrou o prato de sobremesa.
- Está bem, sei perder.
Myra acariciou sua cabeça.
- Só quero ficar bonita para você, querido.
Phil sorriu para a mulher e disse a Lisa:
- Sabe quando ela fica mais bonita, não sabe?
Lisa riu, e brincou, maliciosa:
- Não sei não, Phil. Me conta.
Ele ficou sem jeito.
- Vocês duas estão me gozando. Lisa, nos vemos no salão de baile... - Olhou para a mulher. - Infelizmente, só daqui a duas horas, mais ou menos!
- Trinta minutos, Lisa, juro. Se o baile não tiver começado, tomamos um drinque. Pegue uma mesa de canto se chegar antes de nós.
Lisa desceu do elevador no segundo andar. O seu quarto dava para um terraço aberto sobre o mar. Sabia que Myra levaria muito tempo para trocar de roupa. Foi para sua janela olhar as rochas que a fascinavam. Entre elas, nasciam plantas estranhas, canteiros rasteiros de flores miudinhas, arbustos com folhas pontudas e muitos cactus. Aqui e ali, palmeiras se agitavam à brisa que refrescava o ar úmido e quente.
O vestido que ia usar era uma mistura de seda, com as cores do arco-íris. Longo, e com um decote que fazia aparecer o bronzeado que ela já adquirira nos dois dias de praia. A gargantilha branca combinava com as sandálias e a bolsa.
Suspirou diante do espelho. Qual o motivo para cuidar tanto de sua aparência? Era uma intrusa, pensou; não com pena de si mesma, mas dos amigos. Apesar de o negarem constantemente, ela sabia que de certa maneira, atrapalhava.
Olhou O relógio. A meia hora de Myra já havia passado, mas não esperava encontrá-los na mesa. Era sempre a primeira a chegar, qualquer que fosse o lugar do encontro.
Nos últimos dias, acostumara-se à espera solitária. Hoje, por uma reação que não entendia bem, ficava nervosa só de pensar em ficar sozinha.
Parou sob o arco do salão de dança e olhou as mesas, muitas das quais já estavam ocupadas. Para seu alívio, viu algumas vazias nos cantos mais escuros.
Ao se dirigir para uma delas, percebeu um grupo de homens no bar, em frente à pista de dança. Eram quatro, e ele estava entre eles.
Sentou-se à mesa e começou a mexer na bolsa; depois, arrumou a gargantilha e alisou os cabelos. Bem, que fazer agora? Virou-se em direção ao bar.
A esperança de que os homens não estivessem lá não se realizou. Estavam, sim, os quatro; mas só um a observava. Embaraçada, olhou para a porta, pedindo a Deus que os amigos aparecessem e a livrassem daquela sensação de solidão no meio de uma multidão de estranhos.
Olhou para o grupo, novamente. Agora, os quatro a observavam. O moreno falou qualquer coisa, que os outros escutaram, cheios de atenção. Estariam falando mal dela? Por que riam? Ficou com o rosto pegando fogo. Com certeza, riam dela porque estava sozinha.
Quando viu que o homem se despedia dos amigos e vinha em sua direção, teve a reação mais infantil possível. Começou a se levantar, pronta para fugir. Percebeu a tempo que papel de caipira ia fazer e sentou-se. Apertou as mãos sobre a mesa e ficou olhando para fora, pela janela, tentando descobrir alguma coisa na escuridão.
O barulho de uma cadeira arrastada tirou-a da falsa contemplação. Ele a olhava, sobrancelhas levantadas em interrogação.
- Sinto muito - informou ao homem, rapidamente. - A mesa está ocupada.
- Esperando por seus amigos?
A voz era baixa e falava em inglês perfeito. Logo, essa devia ser sua língua, o que respondia pelo menos à pergunta sobre qual era seu país de origem. Havia, no entanto, muitas outras sem resposta. Por exemplo, qual o motivo de ele também estar nas Canárias, nesse lugar maravilhoso chamado Lanzarote, cuja paisagem era quase lunar.
Outra pergunta que merecia resposta era o porquê daqueles homens terem saído a um simples aceno de cabeça dele. Pareciam amigos, iguais, homens de negócio. Enfim...
- Estou esperando por eles, sim. De modo que, sinto muito, mas a mesa está mesmo ocupada.
- Você só tem dois amigos, não? - Já estava sentado à sua frente. - Mas há quatro cadeiras.
- Dois amigos, mas... - A raiva que sentira de tarde pela audácia do homem voltou. - Gostamos do número três, e não do quatro, se nos dá licença.
Ele nem ligou. Sorriu, recostou-se e passou a mão pela barba.
- Mas no momento só você está aqui. Garanto que não se importa que eu lhe faça companhia até seus companheiros chegarem.
Sacudindo a cabeça, sem falar, Lisa olhou para a entrada, meio desesperada. As pessoas chegavam sem parar, duas a duas, mas o casal que ela queria não aparecia.
- Posso pedir um drinque para você? - A pergunta trouxe-a de volta à presença dele.
- Não, obrigada. - Vou esperar por meus amigos. Mas fique à vontade, peça o seu.
Ele inclinou a cabeça, levemente irônico, e levantou a mão para o garçom que passava. Fez o pedido em espanhol fluente, para surpresa de Lisa. Será que tinha errado sua nacionalidade?
- Está gostando das férias? - perguntou ele, no momento em que a orquestra começava a afinar os instrumentos.
- Bem... acho que sim. Só estamos aqui há dois dias.
Ele olhava para suas mãos e ela percebeu que procurava uma aliança ou anel de noivado.
- Você acha que está gostando? Hum... Nada bom ser a terceira pessoa, não é?
Lisa deu um sorriso. Ele a olhava intensamente e não ria. Ela sentiu um arrepio na espinha ao perceber, de repente, como aquele homem a atraía. Se pelo menos pudesse ver o rosto dele, sem essa barba e o bigode. Um dia, alguma mulher conseguiria convencê-lo a tirar aquilo. Teve um súbito desejo de ser essa mulher...
O garçom colocou a bebida na frente dele, que pagou na hora, com uma bela gorjeta.
- É mesmo desagradável ser a terceira pessoa. Mas guardo segredo. Nem comento com eles.
- Deve haver uma razão para estar sozinha.
Com relutância, ela esclareceu.
- Briguei com meu namorado e ele cancelou a reserva.
Os olhos do homem se apertaram. Depois sorriu, comentando:
- O que a deixou sozinha numa cama dupla.
O comentário enfureceu-a.
- Não, está errado! Tente de novo para ver se acerta, sr... não sei seu nome.
- Cameron. Zander Cameron. Antes que pergunte, é uma abreviatura de Alexander. Você é Lisa. Escutei seus amigos dizerem seu nome. Lisa o quê?
- Maynard - respondeu, seca. Então, ele achava que ela era uma conquista de férias, e que, como não estava acompanhada, ia cair feito um fruto maduro. - Sua mulher também veio, sr. Cameron? Ou talvez sua namorada?
Ele sorriu, percebendo a intenção dela de colocá-lo no lugar.
- Nenhuma das duas.
Lisa olhou para a entrada. Phil estava lá, gesticulando. Zander Cameron seguiu seu olhar.
- Desculpe, por favor. - Ela se levantou e foi abrindo caminho por entre as mesas.
- Sinto muito, Lisa - disse Phil. - Não vamos descer hoje. - Estava todo afogueado. - Não se importa, não é?
Sorriu, compreensiva.
- Esqueça de mim, Phil. Estou bem acompanhada. Uma companhia não convidada, mas, nas circunstâncias, até que foi bom ele aparecer.
- Não é o sujeito que encarou você a tarde inteira? Mantenha distância, hein?
- Conselho do tio Phil? Tudo bem. Sei me cuidar! - "Será que sei mesmo?", perguntou a si mesma, lembrando-se de como ficara magoada quando Don contou que estava gostando de outra.
- Vemos você no café da manhã, Lisa.
Imediatamente, sentiu-se só e vulnerável. À sua volta, todos riam, falavam, dançavam. Estava sobrando de novo, pensou. Não deveria ter vindo. O melhor que tinha a fazer era subir também. Mas deixara a bolsa na mesa. Precisava voltar até lá, quisesse ou não.
- Os amigos não vêm mais? - perguntou Zander Cameron, virando o copo na mão.
Ela não respondeu, franziu a testa, intrigada.
- Que estranho! Sumiu... Podia jurar... Viu alguém pegar minha bolsa?
Ele respondeu com outra pergunta:
- Posso tomar o lugar de seus amigos?
Foi a vez dela mudar de assunto.
- Preciso achar minha bolsa. Por favor, quer me ajudar?
- Primeiro responda à minha pergunta, que depois respondo à sua.
- Está bem! Está bem! Agora diga se viu minha bolsa.
- Uma coisa de cada vez - foi a resposta irritante. - Quer dizer que aceita ficar no baile comigo? - Impaciente, ela concordou. - Bem, vi sua bolsa, sim. Vi quando alguém passou a mão nela.
- E não impediu?
Ele se recostou na cadeira, cruzou as pernas, braços dobrados no peito e um sorriso abrandando as linhas decididas da boca. A música tocava e os pares dançavam.
- A mão que eu vi era a minha. Quer sua bolsa? - Tirou-a do bolso. - Tome.
- Mas por que a escondeu? Sabia que ia me assustar! - Afundou na cadeira.
Ele se inclinou para a frente, mãos cruzadas sobre a mesa. Os olhos castanhos enrugavam-se nos cantos, divertidos... Ou cínicos?
- Ou você é uma grande atriz, ou sua amnésia foi puramente psicológica.
- O que quer dizer? Não está insinuando que deixei a bolsa de propósito, só para ter uma desculpa para voltar?
- Acho que sim.
Lisa puxou a cadeira para trás e levantou-se, mas ele pegou seu braço.
- Você concordou em me fazer companhia, lembra-se, Lisa? O toque de sua mão, o efeito de sua voz de timbre baixo, a atração que irradiava, tudo isso combinado fez com que ela ficasse em guarda. Com vinte e três anos, já sabia o que queria.
Assim mesmo, não podia fingir não gostar da idéia de ter a companhia dele.
- Eu mantenho minha promessa, mas só hoje, sr. Cameron.
- Aceita porque algumas horas comigo são preferíveis a ficar sozinha?
Lisa concordou, sorrindo, sorriso que ele não retribuiu. Que experiência estranha! O homem a intrigava; tudo nele tinha um certo mistério, até o rosto semi-encoberto.
- Posso pedir alguma coisa para você comer? - ofereceu ele. -Não? Um drinque, então?
- Nada, obrigada, sr. Cameron.
- Não dá para me chamar de Zander? - Os olhos castanhos sorriam, agora.
- Você é inglês?
- Inglês? Com um nome como o meu? Ora, senhorita, claro que sou escocês. - Tocou a mão dela, de leve. - Vamos dançar? - Tirou o casaco, colocou-o nas costas da cadeira e levantou-se.
Lisa não podia recusar, nem queria. Aquele rápido toque em sua mão tinha feito com que quisesse ficar mais perto dele. Sentiu-se vencida, completamente perdida. Primeiro Don, agora esse homem. Sabia por que ele estava se aproximando, e não tinha nada a ver com amizade.
- Sinto muito - tentou resistir. - Não quero dançar.
Ele enlaçou sua cintura, puxando-a da mesa.
- Mas eu quero, Lisa, eu quero.
Era bom estar em seus braços, disse Lisa para si mesma. Aquela mão nas costas era um apoio seguro e não a apertava demais. Ele sorriu para ela, que não soube como corresponder, muito desconfiada.
- Tudo bem, Lisa. Tudo bem. Debaixo de toda essa barba tem um cara honesto e bom caráter.
- Pelo menos, é engraçado. Faz sempre as mesmas graças quando tenta fisgar uma namoradinha de verão?
- Está dizendo que não faço sucesso com você? - Ficou sério, os olhos frios, distantes. Levou algum tempo para voltar ao normal. - Acredite: não costumo ter casos inconseqüentes. Sabe que você tem um efeito estranho sobre mim?
- Qual, por exemplo?
- Vontade de bancar o bobo: qualquer coisa para ver você rir.
Havia um significado mais profundo em suas palavras, que ela não entendeu. Queria perguntar por que, mas só disse:
- Gosto muito de rir. Sinto-me bem.
- Então, preciso bancar o palhaço com mais freqüência, não? - Falou suavemente e encostou os lábios em seus cabelos. Lisa não fez objeções apesar de saber que as convenções não a obrigavam a tanto.
- Seus amigos estão em lua-de-mel?
- Sim e não. Estavam noivos quando marcamos essa viagem. Mas resolveram casar, de repente, há cinco semanas. E, por causa dessa viagem, adiaram a lua-de-mel até agora.
- Você não se importa de ser a terceira?
- O que acha?
- Acho que parece um bichinho perdido.
Ela riu.
- Não, no momento. Não, quando... - Quase mordeu a língua.
- Esqueça. - Olhou para longe, por sobre a cabeça dos dançarinos.
A música parou, mas ele não a deixou ir.
- Esquecer o quê? Que não fica triste quando está comigo? Seja boazinha e confesse que estou certo.
- Você é uma boa companhia, sem dúvida.
- Uma das respostas mais evasivas que já ouvi de uma mulher que se recusa u admitir que gosta de um sujeito.
- Gosto de você. Pelo menos, até agora. Mas não acha que é um pouco ridículo? Eu o vi pela primeira vez hoje à tarde. Não sei nada sobre você, que pelo menos sabe que estou aqui de férias. Desconfio que não é o seu caso.
- Quem lhe disse? Ou adivinhou?
- Adivinhei? - Sorriu para ele e voltaram a dançar. - Acertei que está aqui trabalhando, e não em férias?
- Estou aqui para trabalhar... e me divertir. Por que não, nesse clima e nessa paisagem incríveis?
- O que faz aqui?
- Sou engenheiro. Estou construindo hotéis, estradas...
Os olhos dela brilharam.
- Ah, já sei. Trabalho para uma companhia de construção civil. Já ouviu falar na Thistle International?
- É claro. Quem não ouviu? Você trabalha lá?
- No escritório central, em Londres. E você? - Havia uma ansiedade na voz dela que esperava que ele não notasse.
- O mundo é minha casa.
- Ah! - Lisa desviou os olhos, tentando esconder o desapontamento. - A companhia tem escritórios também em Oxfordshire do Norte.
- Já esteve lá? - Ela sacudiu a cabeça. - Prefere trabalhar em Londres?
- Tem suas vantagens. Mas, pensando bem, gostaria mais do interior. É mais calmo, mais bonito.
Houve uma pausa e ele a puxou para mais perto. A experiência era agradável, agradável demais. Havia uma excitação diferente nela, como se seu metabolismo tivesse mudado. E o pior era que o motivo era esse estranho. Depois dessa noite, depois de negar o que ele com certeza lhe pediria mais tarde, talvez não o visse nunca mais.
SINOPSE A esposa de Dante – The Boss – Cavallaro morreu há quatro anos. Prestes a se tornar o mais novo líder da máfia de Chicago, Dante precisa de uma nova esposa, e Valentina foi escolhida para o papel. Valentina também perdeu seu marido, mas seu primeiro casamento foi só de aparências. Quando tinha dezoito anos, ela concordou em se casar com Antonio para esconder a verdade: que ele era gay e estava apaixonado por um homem de fora da máfia. Mesmo após a sua morte ela guardou o seu segredo, não só para preservar a honra de um homem morto, mas também para proteger a si mesma. Mas agora que ela está prestes a casar com Dante, seu castelo de mentiras ameaça desabar. Dante tem apenas trinta e seis anos, mas já é temido e respeitado na Família, e é conhecido por sempre conseguir o que quer. Valentina está apavorada que a noite de núpcias revele seu segredo, mas suas preocupações se provam infundadas quando Dante se mostra indiferente a ela. Logo o seu medo é substituído por confusão e indignação. Valentina está cansada de ser ignorada. Ela está determinada a conseguir a atenção de Dante, mesmo que ela não consiga ter o seu coração, que ainda pertence à sua falecida esposa.
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