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Entre o ódio e a Redenção

Entre o ódio e a Redenção

5.0
18 Capítulo
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Cinco anos após perder tudo - o amor, o nome e o filho - Helena Rodrigues ressurge das cinzas, determinada a se vingar de quem destruiu sua vida. Mas o destino é cruel: o menino que ela salva por acaso é filho de Henrique Ballmer, o homem mais poderoso (e perigoso) de São Paulo. Entre verdades enterradas, paixões proibidas e segredos que sangram, Helena descobrirá que o maior inimigo... pode ser o homem que faz seu coração voltar a bater. E que o amor - assim como a vingança - pode ser mortal.

Índice

Capítulo 1 Você não é quem escolhi para mim!

- O Dr. Jorge pediu que volte na próxima semana para o pré-natal, tudo bem?

Helena pegou os papéis e forçou um sorriso, e o coração batia apertado - não apenas pelo bebê, mas por algo que a atormentava desde o amanhecer.

Edward voltava naquela noite.

Depois de meses afastado nos Estados Unidos, ele enfim pisaria em solo brasileiro, e com ele... voltariam todas as lembranças, todos os segredos.

O sol escaldava o pátio do hospital. Helena saiu devagar, uma mão apoiada na cintura, a outra tentando acenar para um táxi. Mas antes que conseguisse, o som de pneus rasgando o asfalto fez seu corpo congelar.

Um carro esportivo preto parou bruscamente diante dela.

Da porta, desceu uma mulher de vestido rosé, colado ao corpo, como se tivesse sido feito sob medida para o pecado.

O salto alto ecoou no chão - seco, ameaçador.

- Camila! Você enlouqueceu? - Helena exclamou, o coração disparado.

Camila sorriu. Um sorriso lento, venenoso.

Cruzou os braços, o olhar afiado brilhando com um prazer cruel.

- Louca? - zombou. - Louca está você, achando que pode enganar todo mundo com essa barriga. Um bastardo, Helena. Um maldito bastardo.

Helena instintivamente protegeu o ventre.

- Camila, não vá longe demais...

- Longe demais? - ela riu, inclinando a cabeça com sarcasmo. - Quem foi longe demais foi você. Dormiu com um homem qualquer, engravidou, e agora quer enfiar a criança na vida do Edward? Que patética.

- Isso é mentira! - A voz de Helena tremeu, entre ódio e medo. - Você perdeu completamente a noção!

Camila se aproximou. O perfume dela, doce e sufocante, envenenava o ar.

- Ainda acredita que o homem daquela noite era o Edward? - sussurrou, encostando-se perigosamente perto. - Você, que cresceu com ele... nem reconheceu o corpo dele?

Helena empalideceu. O toque. A voz. O calor. As lembranças vieram como relâmpagos, fragmentadas, dolorosas.

Camila sorriu, saboreando o desespero da rival.

- Quer saber a verdade? Coloquei algo na sua bebida. Só um pouquinho... o suficiente pra te deixar mais... solta. - Ela riu, um som frio que perfurou o ar. - Uns dois homens estavam no lugar errado, na hora certa. E você, Helena... entrou no quarto errado. Edward só mentiu por pena.

Helena cambaleou. A alma dela se partiu em silêncio.

- Por que, Camila...? - murmurou, a voz embargada. - Por que destruir o que restava de mim?

Por um instante, Camila pareceu satisfeita. Mas então, seu olhar mudou. Helena seguiu o movimento... e viu.

Edward.

Alto, elegante, o olhar como gelo sob o sol.

A presença dele bastava para roubar o ar de qualquer um.

Camila correu até ele, fingindo chorar.

- Irmã... se quiser me odiar, tudo bem. Só não culpe o Edward, por favor...

E então, com perfeição teatral, ela caiu - como se tivesse sido empurrada.

- Helena! - A voz dele cortou o ar como uma lâmina. - O que você fez?!

Helena ficou paralisada.

Edward passou por ela sem hesitar e se ajoelhou ao lado de Camila, tocando-lhe o rosto com ternura.

A mesma ternura que, um dia, pertencia a Helena.

Camila fungou, trêmula.

- A culpa é minha... Eu só quis resolver tudo...

Edward a ajudou a se levantar, frio, decidido.

- Chega. Vá para o carro, Camila. Eu cuido disso.

Helena tentou falar, mas as palavras não saíram.

O mundo girava.

E a voz dele, quando voltou a falar, parecia vir de um lugar distante.

- Helena, eu tentei. Juro que tentei.

Mas o que aconteceu... mudou tudo. Eu não posso me casar com você.

Ela o olhou, o coração despedaçando.

- Edward... você sabia o tempo todo? Sabia que foi ela quem me drogou? Que me destruiu? E mesmo assim... me fez acreditar que foi você?

O silêncio dele foi pior do que qualquer resposta, e o vento soprou, levantando os cabelos de Helena.

Dentro dela, o bebê se mexeu - como se sentisse a dor que o mundo acabava de lhe impor.

- Helena, Camila não fez por mal... - murmurou Edward, a voz fria, distante. - Ela era jovem. Impulsiva.

Helena o encarou, incrédula.

- E eu?! - a dor explodiu em sua voz. - Você pensou em mim? Nem que fosse por um segundo?

O silêncio que veio depois foi ensurdecedor.

Mais cruel do que qualquer palavra.

Por um momento, Edward respirou fundo e deu um passo à frente.

Tentou tocar o ombro dela - um gesto hesitante, quase mecânico.

- O sol está muito forte... vamos pra casa, Helena.

Ela recuou bruscamente.

O olhar se incendiou, e a voz dela quebrou o ar como vidro.

- Não me toque!

A raiva se misturou à dor, e de repente, Helena começou a rir.

Rir alto.

Rir como quem enlouqueceu.

As lágrimas escorriam, quentes e salgadas, enquanto o som da própria risada se transformava em soluços sufocados.

Naquele instante, ela entendeu.

Sua vida era uma piada cruel.

Passara anos tentando ser perfeita.

Mudou de cidade para ficar perto de Edward, estudou até cair de exaustão, abriu mão de sonhos, amigos, da própria identidade.

Ingressou na segunda melhor universidade do país - só para estar onde ele estava.

Abandonou os pais adotivos para agradar a família fria e arrogante dos Rodrigues.

Fez de tudo... e recebeu apenas uma sentença:

"Não posso decepcionar a Camy."

Camila.

A mesma que lhe roubou tudo:

seus pais biológicos, seu nome, sua posição... e agora, o homem que amava.

Camila era "jovem e impulsiva". Então seus erros mereciam perdão?

E quem perdoaria Helena?

Quem pagaria pelo futuro que lhe foi arrancado?

Pelo pesadelo que vivia acordada - grávida de um homem que nem sabia quem era?

As lágrimas caíram com força.

Helena cobriu o rosto, o corpo tremendo em desespero.

Edward deu um passo à frente, o semblante preocupado - mas ela se virou, cambaleando, e começou a andar sem olhar para trás.

- Helena! - ele chamou.

Ela não respondeu.

Parecia um fantasma caminhando sem destino, atravessando a rua com o olhar vazio.

Edward jogou o cigarro no chão e avançou um passo.

Mas antes que pudesse correr atrás dela, uma mão suave - e fria - segurou sua manga.

Camila.

- Edward... pra onde você vai? - sussurrou, com aquela doçura fingida que ele conhecia bem.

Foi só um segundo.

Um maldito segundo de hesitação.

O som do impacto cortou o ar como um trovão.

Helena foi lançada para o alto, o corpo frágil girando sob o sol antes de cair pesadamente no asfalto.

Por um instante, o mundo parou.

O grito de Edward ecoou, rasgando o silêncio.

- HELENA!

Ele correu, desesperado, o rosto tomado por pânico.

E, pela primeira vez, o homem que sempre teve o controle... perdeu o chão completamente.

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