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A Companheira Apagada do Rei Alfa

A Companheira Apagada do Rei Alfa

5.0
27 Capítulo
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Meu companheiro de alma, o Alfa Luan, chamava nosso amor de um conto de fadas abençoado pela Deusa da Lua. Mas contos de fadas são mentiras. Descobri que o dele incluía uma amante grávida, a quem ele publicamente chamava de "minha rainha". Ela me mandava selfies usando o colar sagrado da União que ele me deu, enquanto nossa alcateia sussurrava que eu era apenas o "problema de linhagem" a ser resolvido assim que seu verdadeiro herdeiro nascesse. Então, no nosso aniversário, eu lhe entreguei um presente. Dentro estavam os papéis do divórcio e minha rejeição oficial. Depois, eu desapareci.

Índice

Capítulo 1

Meu companheiro de alma, o Alfa Luan, chamava nosso amor de um conto de fadas abençoado pela Deusa da Lua.

Mas contos de fadas são mentiras. Descobri que o dele incluía uma amante grávida, a quem ele publicamente chamava de "minha rainha".

Ela me mandava selfies usando o colar sagrado da União que ele me deu, enquanto nossa alcateia sussurrava que eu era apenas o "problema de linhagem" a ser resolvido assim que seu verdadeiro herdeiro nascesse.

Então, no nosso aniversário, eu lhe entreguei um presente.

Dentro estavam os papéis do divórcio e minha rejeição oficial.

Depois, eu desapareci.

Capítulo 1

POV Maya:

O colar parecia gelado contra a minha pele.

Luan o chamava de "Lágrima da Deusa da Lua", uma safira em formato de lágrima, de um azul tão profundo que parecia conter o céu noturno.

Ele o prendeu em meu pescoço na nossa Cerimônia de União, com a voz embargada de emoção ao me declarar sua. A loba órfã que todos acreditavam ser apenas humana, o maior milagre que a Deusa já lhe concedera.

A lembrança do nosso primeiro encontro me assaltou, uma dor fantasma que ainda latejava. No momento em que o vi, meu mundo virou de cabeça para baixo.

Um cheiro, como uma tempestade de inverno atravessando uma floresta de pinheiros ancestrais, inundou meus sentidos, fazendo meus joelhos fraquejarem.

Meu coração martelava um ritmo frenético e primitivo contra minhas costelas, e no fundo de mim, uma voz que eu nunca tinha ouvido antes - a voz da minha própria loba adormecida - rugiu uma única e possessiva palavra: *Meu!*

Para o mundo, éramos um conto de fadas.

Mas contos de fadas são mentiras.

Passei o polegar sobre a gema, meus olhos se desviando para o segundo celular escondido sob uma tábua solta no meu closet. Era um aparelho barato, descartável, um dispositivo humano que ele não podia acessar. Um dispositivo que ele não sabia que existia.

O Elo Mental, a ponte sagrada e desprotegida que deveria conectar as almas de um casal unido, deveria ser um canal de confiança absoluta. Era um fluxo constante de pensamentos e sentimentos, uma forma de uma Luna sempre conhecer o coração de seu Alfa.

Mas com Luan, havia um muro. Uma barreira lisa e educada que eu nunca conseguia atravessar. Ele dizia que era para proteger minha "mente delicada, criada por humanos" das brutalidades dos negócios de um Alfa.

Agora eu sabia que era para esconder o cheiro de outra loba que se agarrava a ele como uma mancha. Era fraco, sempre esfregado, mas minha loba - a parte de mim que despertou explosivamente no meu décimo oitavo aniversário - conseguia sentir. Cheirava a flores de cerejeira sintéticas e desespero.

Cheirava como Ava Monteiro.

A prova não veio de uma visão ou de um deslize da língua dele, mas da tela berrante de um aplicativo de rede social. Ava, uma popular influenciadora loba da nossa própria Alcateia do Lobo de Ouro, estava fazendo uma live, piscando os cílios para o celular e agradecendo aos seguidores pelos presentes.

E então um nome de usuário brilhou na tela, presenteando-a com uma "coroa" virtual no valor de milhares de reais. LoboAlfa.

"Oh, meu Alfa", ela ronronou, um sorriso triunfante no rosto. "Obrigada. Você sempre sabe como tratar sua rainha."

Meu sangue gelou. *Minha rainha.*

Então, algumas semanas depois, eu estava na clínica da alcateia para um check-up de rotina - um dos pequenos rituais de Luan para monitorar a "fragilidade da minha linhagem incomum". Enquanto esperava, Ava saiu da ala de fertilidade, com uma mão repousando possessivamente em sua barriga levemente arredondada.

Mas não foi a barriga de grávida que me fez prender a respiração. Foi a pulseira em seu pulso. Uma delicada corrente de prata e pedras da lua, uma antiga herança da família Sampaio passada de Luna para Luna. A pulseira que Luan me disse que estava sendo "restaurada" para o nosso aniversário oficial.

A confirmação final veio no jantar da alcateia. O Beta de Luan, Marc Chen, ergueu uma taça, suas palavras arrastadas o suficiente para fingir embriaguez.

"Ao Alfa", disse Marc, com um olhar presunçoso. "Um homem que sabe como administrar seus... ativos. Um verdadeiro Alfa consegue equilibrar dever e prazer."

Alguns dos outros guerreiros riram, seus olhos dardejando entre mim e o assento vazio onde Ava deveria estar. Todos eles sabiam. Todos faziam parte da piada, e eu era o alvo.

Pensei nos momentos que me fizeram apaixonar por ele. Na noite da minha primeira Transformação, meus ossos quebrando e se reformando em agonia, ele me segurou, sua poderosa presença de Alfa um bálsamo calmante em minha alma fraturada, sussurrando que me manteria segura.

Quando a adaga de um lobo Renegado, banhada em prata, me deixou sangrando, o metal amaldiçoado queimando em minhas veias e impedindo minha loba de se curar, ele desafiou os Anciões da alcateia, cortando a própria palma da mão e forçando o sangue vital de seu coração a passar pelos meus lábios para me salvar.

Ele não estava me salvando. Ele estava me domando.

Fechei os olhos, as palavras do meu voto em nossa cerimônia ecoando em minha mente, uma promessa feita diante da própria Deusa da Lua. "Se você mentir para mim, Luan Sampaio", eu sussurrei, minha mão na dele. "Uma mentira verdadeira, uma mentira que quebre o coração deste laço, pedirei à Deusa da Lua que corte nossa conexão. Desaparecerei da sua vida como se nunca tivesse existido."

Meus olhos se abriram bruscamente. A decisão estava tomada.

Peguei o celular descartável e disquei um número que havia memorizado. A voz do outro lado estava eletronicamente distorcida. "Fênix."

"Aqui é Rouxinol", eu disse, minha voz firme. "Estou ativando o plano. Preciso que você apague Maya Sampaio. A futura Luna da Alcateia do Lobo de Ouro."

Uma hora depois, Luan chegou em casa. Ele cheirava a pinho, inverno e ao leve traço persistente de outra mulher.

"Escaramuça na fronteira com alguns Renegados", disse ele, sua voz um murmúrio baixo e cansado. Ele não me olhou nos olhos. Abriu uma caixa de veludo, idêntica à que estava na minha cômoda. Dentro estava a Lágrima da Deusa da Lua. "Pedi aos Anciões para reencantá-la para o nosso aniversário. Para proteção."

Uma mentira. Uma mentira perfeita e linda.

Eu sorri, um sorriso frágil. Mais tarde naquela noite, enquanto ele dormia, peguei uma caixa vazia idêntica. Dentro, coloquei dois documentos: um pedido de divórcio assinado para os tribunais humanos e um pedido formal de Rejeição, escrito na tinta antiga da nossa espécie.

O papel era apenas um símbolo para ele.

Eu sabia que a verdadeira ruptura exigia que eu dissesse as palavras antigas em seu rosto, um ritual final e agonizante para o qual eu não tinha certeza se teria forças. Mas isso... isso seria o primeiro golpe.

Na manhã seguinte, entreguei a ele. "Feliz aniversário, meu amor", eu disse docemente. "Não abra por duas semanas. Quero que seja uma surpresa."

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