- Amiga, você viu isso aqui? Eu vou morar nesse lugar! - disse Alice, sua melhor amiga, enquanto ajeitava o top justo que mal segurava os seios fartos. - E aquele instrutor ali na frente... parece que saiu de um catálogo de fetiches.
Katarina sorriu, tímida.
- Vem, vamos fazer logo essa matrícula. Vai ser bom pra nós duas. - disse Katarina, tentando manter o foco.
- Bom pra mim vai ser ganhar um personal desses suados, brutos e... bravos - Alice murmurou no ouvido dela com uma risada maliciosa.
Elas foram atendidas por uma funcionária simpática, que colheu os dados, apresentou a estrutura e avisou:
- A avaliação física de vocês será feita pelo coordenador da unidade. Ele está chegando, podem aguardar sentadas ali.
As duas se sentaram em um dos bancos de madeira escura ao lado da área de musculação. Katarina observava o ambiente, discretamente encantada com a intensidade que emanava de tudo ali.
- Olha aquele ali! - Alice cutucou sua amiga, apontando com o queixo discretamente.
Katarina virou o rosto.
Foi quando o viu.
Ele caminhava entre os equipamentos como se fosse o dono de tudo. Alto, moreno, os cabelos escuros um pouco bagunçados, o maxilar forte, e o corpo... esculpido em detalhes. Usava uma camiseta preta simples e uma calça de treino justa. Mas o que mais a atingiu foi o olhar. Escuro. Implacável. Intenso.
Ela engoliu em seco.
- Esse é o Noah... - a recepcionista comentou, percebendo a reação das duas. - CEO da rede. Ele também é lutador profissional. Aparece pouco, mas quando aparece...
- Eu quero ele como meu instrutor - Alice disparou, sem filtros.
- Vai sonhando - murmurou Katarina, sem tirar os olhos dele.
Alice notou o tom, olhou de lado e sorriu de forma marota.
- Não me diga que gostou do chefão?
- Eu não disse nada - Katarina respondeu, desviando o olhar, ruborizada.
- Não precisou.
Katarina ficou em silêncio, observando-o. Noah não havia olhado para nenhuma das duas. Parecia alheio a tudo, com a postura arrogante de quem já sabe que é desejado.
Mas quando ele passou por elas, sem dizer uma palavra, o olhar dele encontrou o dela - por um instante.
Rápido. Intenso. Quente.
E depois... seguiu andando, como se nada tivesse acontecido.
- Você viu isso? Ele te olhou! - Alice sussurrou, empolgada.
- Deve ter olhado pra você - Katarina desconversou, sentindo o coração bater forte.
- Não, amiga... ele mirou direto nos seus olhos.
- Não começa...
Katarina não sabia explicar. Mas naquele instante, algo dentro dela... despertou.
Não era amor. Nem desejo apenas.
Era uma sensação de perigo. De pertencer a algo que ela ainda não compreendia.
E que podia destruir tudo.