A dor, o frio se espalhando e o grito final do meu filho que nunca veria a luz do dia foram meus últimos momentos. Abri os olhos e a luz do sol invadiu o quarto, o cheiro de sândalo familiar. Eu estava morta, tinha certeza, lembrando-me claramente de Clara, minha irmã adotiva, sorrindo enquanto o veneno fazia efeito. "Como posso deixar uma bastarda me dominar? A culpa é dela e daquele bastardo por estarem no meu caminho!" Aquelas palavras ecovam, repletas de ódio. Minha barriga estava lisa, mas senti uma vida ali, uma vida que, na existência anterior, não consegui proteger, um bebê que tinha acabado de ser confirmado pelo médico. Olhei o calendário: era o mesmo dia, o início do meu fim. Uma onda de choque, tristeza avassaladora pelo meu filho perdido, mas também uma chama fria de determinação cresceu. Eu voltei. Não sei como, nem por quê, mas ganhei uma segunda chance. desta vez, tudo será diferente. Lucas, o Quarto Príncipe e meu marido, entrou, com o mesmo sorriso fingido da minha vida passada. "Sofia, meu amor! O médico me contou a boa notícia! Teremos um filho! Eu sou o homem mais feliz do mundo!" Ele tentou me abraçar, mas eu recuei, e seu sorriso vacilou. Na vida anterior, eu teria me jogado em seus braços, cega para sua hipocrisia. Mas agora, via sua ambição, a alegria pela vantagem política. Então, sorri. Eu tinha um plano.