No salão principal, em meio ao cheiro denso de lírios, meu pai, o maior jogador do Brasil, jazia em seu caixão de mogno, uma estátua de cera do que foi. Bem no meio do nosso luto, uma porta se abriu com um estrondo, e uma mulher em um vestido vermelho, excentricamente grávida, irrompeu na mansão. Ela parou ao lado do caixão e, para o horror de todos, anunciou aos berros para o mundo: "Eu sou Sofia, e estou carregando o filho dele!" A humilhação pública era inominável; minha mãe desabou em descrença, enquanto eu sentia um terror gelado: meu pai era estéril, eu sabia porque era adotada! Com uma lâmina e um grito teatral, Sofia forçou o ultimato: "Reconheçam-me ou a verdade sobre a 'esterilidade' de seu pai será revelada no enterro, destruindo-o para sempre!" No cemitério, em um ato inominável de profanação, ela se jogou no túmulo aberto, rasgando as vestes de meu pai para expor uma cicatriz, gritando: "Essa é a prova de que sua mãe o atacou por ciúmes, é por isso que ele a odiava!" A mentira era tão cruel, tão grotesca, que o estuque se formava em minha garganta. No auge do meu desespero, cansada de ser humilhada, enfiei à boca e declarei à multidão e às câmeras: "Essa cicatriz é de uma vasectomia de quando ele tinha 19 anos, meu pai nunca pôde ter filhos, eu sou adotada!" A farsa de Sofia desmoronou, mas o Dr. Ricardo, rival de meu pai, transformou a revelação em um escândalo financeiro chamando meu pai de fraudulento, querendo usurpar nossa fortuna. Quando a situação parecia um novo desastre, o "Padrinho", o respeitado e temido chefe da máfia e padrinho de meu pai, surgiu. Com uma calma assustadora, ele revelou fotos e áudios que provavam que o Dr. Ricardo havia orquestrado tudo, usando um sósia de meu pai para enganar Sofia e roubar seus pertences, tudo para destruir a família. Ali, em meio ao caos, a verdade se tornou minha única arma, encerrando a guerra em nome do meu pai e nos tornando os sobreviventes de uma batalha pela honra.