Minha primeira vida terminou como num pesadelo. Morri sozinha, consumida por uma doença, meu corpo traído pela enfermidade e minha alma pela ganância do meu próprio filho. Pedro, meu Pedro, para quem dediquei cada segundo, cada centavo, me deixou definhar depois de esvaziar minhas economias com a namorada que, eu pensava, o manipulava. A dor da traição. A vida inteira de sacrifícios, diluída pelo desprezo. Mas então, eu pisquei, e o cheiro de antisséptico foi substituído pelo de café fresco. Eu estava de volta. No meu sofá, minhas mãos fortes, seis meses antes do diagnóstico fatal. E foi então que ouvi a voz dele, doce ao telefone com Camila, mas um sussurro cruel em minha mente, revelando que Camila era apenas uma desculpa para arrancar mais dinheiro para sua verdadeira amante, Juliana. Meu filho, o monstro que eu criei, manipulava a todos, usando o nome de uma garota inocente para financiar seus caprichos e mentiras. Eu o havia amado cegamente, e ele me deixou para morrer. A raiva e a vergonha me consumiram. Minha morte solitária não era o fim, mas um aviso. Eu tinha uma segunda chance, não para salvá-lo, mas para me salvar. E para fazer justiça a outra vítima de suas mentiras: Camila. O jogo tinha mudado. E desta vez, Pedro não seria o vencedor.'}]