Minha garagem, antes um refúgio, virou palco de humilhação quando um Porsche 718 vermelho, extravagante e arrogante, tomou meu lugar. Ao lado dele, Lucas, o estagiário da minha esposa, sorria, acariciando a lataria como um amante, sob o olhar aprovador e "maternal" de Helena. Minha esposa, a renomada arquiteta Helena, zombou de mim abertamente, chamando-me de "patético" por ousar questionar um presente tão "generoso" a um garoto prodígio. Aquele carro era uma afronta, um monumento à sua prepotência e à ruína silenciosa do nosso casamento, do qual ela parecia se orgulhar. Enquanto a traição e o desrespeito de Helena se tornavam evidentes, não só para mim, mas para o mundo, uma frieza calculista tomou conta de mim. Aquele sorriso de Lucas, a risada desdenhosa de Helena, a promessa quebrada de uma parceria que se desfez em pó – a humilhação me transformou. Eu, Caio, o marido supostamente complacente da arquiteta genial, o homem com um emprego "modesto", estava prestes a mostrar que as aparências enganam. Enquanto eles se deleitavam na minha suposta derrota, eu, o verdadeiro cérebro por trás de um império imobiliário oculto, movia minhas peças. O Porsche de Lucas era barato, o relógio era uma piada. Eu faria o jogo deles parecer uma brincadeira de criança. A paciência havia acabado; os avisos sutis haviam terminado. Helena havia escolhido seu lado, e agora, era a minha vez de jogar - não para avisar, mas para obliterar. O próximo movimento seria uma demonstração avassaladora de poder, uma lição inesquecível sobre as consequências de subestimar quem você pensa conhecer. Eu não era o peão, eu era o rei, e o xeque-mate começaria agora.
