Fui demitida. Assim, do nada, sem motivo, depois de ser a designer principal, depois de ter uma coleção de sucesso. Lucas, meu chefe, meu benfeitor, meu amante secreto, havia me dispensado. Ele estava limpando o terreno para Mariana, seu primeiro amor, que acabara de retornar ao Brasil. Peguei os papéis da demissão, assinei em silêncio, sem drama, sem lágrimas. Eu era a amante obediente, aceitando ser descartada como uma peça de roupa velha. Mas a humilhação não parou por aí. Quando fui limpar minha mesa, vi Lucas na entrada do prédio, abrindo a porta do carro para Mariana, a "lua branca" dele. Ele a olhava com uma ternura que eu nunca recebi. Dias depois, o anúncio: "Lucas e Mariana planejam oficializar a união em breve." Enquanto meu mundo desmoronava, eu descobri que estava grávida. Fiquei doente, tonta, com náuseas, mas ele só acreditou que eu tinha um resfriado. Ele estava cego pela "perfeição" dela. Gisela, a melhor amiga de Mariana, me humilhou publicamente, jogou café em mim e me deu um tapa. Lucas me defendeu? Não, ele defendeu Gisela, dizendo que ela "não tinha má intenção". Ele me disse: "Mariana é muito importante para mim. Não quero que nada a aborreça." E quando Mariana, como uma cobra, fingiu um desmaio na minha frente, Lucas me acusou, me humilhou, na frente de todos. Meu coração de tola apaixonada se quebrou. Eu tinha sido um canário na gaiola dourada dele, obediente e discreta. Mas naquele dia, Sofia, a otária, morreu. E em seu lugar nasceu uma mulher disposta a lutar. Eu prometi dar a eles um presente de casamento inesquecível. E o jogo, finalmente, ia virar.