No nosso aniversário de casamento, recebi uma mensagem do meu marido, Pedro: "Estou no hospital." O meu mundo desabou. Corri para lá, temendo o pior, mas ele não era o paciente. Finalmente, encontrei-o no quarto 302, a segurar a mão de Lúcia, a ex-namorada que ele jurou nunca mais ver. Ele estava a afagar o cabelo dela, a defendê-la de mim, e disse que eu devia ter "empatia" por ela. Senti-me uma estranha no meu próprio casamento, enquanto Lúcia sorria vitoriosa, uma ferida antiga reaberta com veneno fresco. A minha sogra tentou justificar as ações dele, dizendo que ele tinha "um coração de ouro" e que "homens são estúpidos às vezes". Mas como podia eu aceitar desculpas, quando ele repetidamente a escolhia a ela, a mulher que publicava fotos dele no hospital chamando-o de "anjo da guarda", como se fosse dele? Não havia desculpa para a mentira e a traição. O meu coração, já partido pela dor, endureceu em aço. Agarrei na minha mala, com a mão sobre a barriga, onde guardava um segredo que ele não merecia saber. Eu disse-lhe: "Divórcio. É tarde demais para consertar isto." Agora, a única luta que me importava era por uma nova vida, longe das suas mentiras e do fantasma do seu passado.