Cinco anos atrás, na véspera do concurso dos meus sonhos, minha vida desmoronou. Minha meia-irmã, Patrícia, e meu namorado, Rafael, armaram uma cilada: me acusaram de plágio. Fui desqualificada e deserdada pelo meu pai, enquanto Rafael, o "salvador", me convenceu a morar com ele, grávida e sozinha. Aceitei, e vivi cinco anos de miséria, esperando por ele, que dizia estar "estudando no exterior". Quando Rafael voltou, a verdade cruel se revelou: ele e Patrícia eram amantes, e tudo não passava de um plano para me destruir, roubar minha herança e a bolsa de estudos. "Você sempre foi tão ingênua, Luana. Achou mesmo que o Rafael te amava? Ele só queria o dinheiro do nosso pai." Confrontei-os, e a dor da traição me levou a correr sem rumo pelas ruas, cega pelas lágrimas. O som de pneus cantando no asfalto molhado foi a última coisa que ouvi, antes da dor aguda e da escuridão. Morri com o coração cheio de ódio e arrependimento, por ter sido tão cega e confiado nas pessoas erradas. Então, abri os olhos. A luz do sol entrava pela janela do meu antigo quarto, e eu estava sentada em minha escrivaninha, o projeto de design quase finalizado à minha frente. A voz de Patrícia, falsamente doce, me fez estremecer: "Você parece cansada. Fiz um suco energético pra te dar uma força." Era o mesmo suco. O mesmo veneno. Desta vez, seria diferente. Peguei o copo da mão dela e despejei o líquido na pia, sentindo a raiva subir como lava. "Você chama isso de ajuda? Tentar me drogar para roubar meu futuro?" O sorriso dela desapareceu, substituído por choque e incredulidade. "Eu não sei do que você está falando." "Sabe sim. Você e o Rafael. Eu sei de tudo. O plano de vocês para me destruir, para roubar a bolsa, para ficar com a herança do papai." O jogo de mentiras havia acabado. Agora, a caçada começava.