Sete anos. Sete anos de namoro, de planos, de sonhos construídos, tudo culminava naquela noite perfeita, no bistrô charmoso que Patrícia tanto amava. Eu a esperava, com o coração transbordando, pronto para o "sim" que selaria nosso noivado, rodeado por amigos que vieram celebrar nosso amor. Então, a foto. Em um piscar de olhos, a imagem dela sorrindo ao lado de outro, em um apartamento vazio, caixas de mudança espalhadas, um mundo desabou sobre mim. "Ajudando o amigo Tiago na casa nova! Que comece a nova fase! 💪" A legenda zombava da minha dor enquanto eu, sozinho, era humilhado diante de todos. Meu estômago gelou, a bile subiu à garganta. Ela não estava atrasada; ela não viria. Ela me trocou por caixas. A humilhação era um soco, a confusão um nó na garganta. Como ela pôde? Como pude ser tão cego? A dor da traição. O choque da indiferença dela quando, ao chegar em casa, eu a confrontei. "Eu esqueci completamente! A gente pode fazer outra festa, não tem problema!" Era só uma festa para ela, mas para mim, era o fim de tudo. "Saiam da minha casa. Agora." Com um anel de noivado jogado no bueiro e a alma em frangalhos, fechei aquela porta para sempre. Acertei as malas, comprei a passagem para a Europa. Decidi que era hora de virar a página e construir minha nova fase, longe de tudo que me destruiu. Longe dela.