A umidade do ar ainda grudava na minha pele depois do banho quando a voz indiferente de Heitor me gelou o sangue: "E daí? Relaxa, Sofia. Não vai acontecer nada." Mal sabia eu que aquelas palavras eram o presságio de um inferno. Horas depois, a tela do celular dele revelou a verdade brutal: "Consegui. Ela é ingênua, caiu direitinho. Fiz o que a Isabela pediu." Eu era apenas uma peça em um jogo cruel, um peão descartável para reatar um relacionamento alheio. A humilhação me atingiu como um soco no estômago. Eu me sentia suja, usada, mas a pior parte era a ansiedade corroendo por dentro, o medo de estar grávida e presa a um monstro. Ele me humilhou publicamente, me expôs à misoginia tóxica de seus amigos, e quando tentei revidar com uma mentira do bem, a situação escalou para uma farsa ainda mais diabólica. Como eu pude ser tão cega? Como pude permitir isso? Mas a inocente Sofia havia morrido naquela noite. Agora, era hora de jogar o jogo com as minhas próprias regras. Eu não só iria embora, como faria com que cada um deles soubesse o preço de brincar comigo.
