Eu contava os dias para a chegada do meu bebé, a nossa vida perfeita parecia finalmente começar. Então tudo desabou. Um nevoeiro, um acidente, e o silêncio no quarto do hospital que confirmava o que o meu coração já sabia: o meu bebé partiu. Liguei ao Leo, meu marido, implorando ajuda. A sua voz foi cortante: "Estou ocupado. O que queres?" Mal sabia eu que ele estava a dezenas de quilómetros, socorrendo a meia-irmã Sofia por um pulso partido, enquanto eu estava sozinha, à beira da morte. Quando o confrontei sobre a sua ausência, ele usou o dever como escudo, mentindo sobre uma emergência na A1. A sua família, liderada pelo sogro Ricardo, pressionou-me a aceitar a "escolha heroica" do meu marido, ignorando a minha dor. Mas o mundo desfez-se e refez-se quando a minha mãe revelou a verdade: o Leo não estava de serviço! Ele estava de folga! A sua "escolha" não foi profissional, mas uma traição pessoal e deliberada. Como ele pôde?! Naquela fria clareza, exigi o divórcio. E, numa última explosão no quarto do hospital, ele proferiu as palavras que me libertaram: "Claro que a escolho a ela! Tu... tu és só a minha mulher!" Eu não lutaria mais por um casamento falido. Eu lutaria pela minha liberdade e por uma nova vida.