Grávida de oito meses, com a minha mãe doente, ficamos presas num parque de estacionamento subterrâneo que inundava. Liguei desesperada ao meu marido Leo. Ele atendeu irritado, com música alta. «Estou com a Sofia. Ela tem medo de trovões», disse. Desligou, abandonando-nos. Eu lutei sozinha, exausta, para salvar a minha mãe e o meu bebé. Quando acordei no hospital, o vazio na minha barriga era a prova da sua escolha. O meu filho. Perdemos o bebé. Ele veio ao hospital, e com ele a Sofia, com o seu "choro" forçado. Ele e o pai dele tentaram justificar a sua ausência, culpando-me. «Drama», «exageros», enquanto o meu coração se partia. Escolheu a comodidade da irmã em vez da vida da própria família. Mas a dor deu lugar a uma fria determinação. Olhei para ele, para o vazio que ele criou, e a minha decisão foi inabalável. «Quero o divórcio, Leo.» Ele não fazia ideia do inferno que eu tinha guardado para ele. E eu tinha as provas que iriam desmascarar cada uma das suas mentiras.