Na noite em que o meu filho Lucas veio ao mundo, o meu marido, Pedro, não estava lá. Afinal, ele tinha uma emergência muito mais premente: acompanhar a sua ex-namorada, Sofia, ao hospital porque o gato dela estava doente. Quando finalmente consegui ligar-lhe, a sua voz cheia de impaciência cortou as minhas palavras de dor. "Pedro, o nosso filho nasceu," disse eu, a minha voz a tremer, enquanto ele apressadamente me desligava, preocupado com o "Príncipe" e ignorando o seu próprio bebé recém-nascido. Durante três dias, não houve uma chamada, uma mensagem, nada. Éramos invisíveis para ele. Mas a sua mãe não demorou a aparecer, não com preocupação, mas com acusações e ameaças: "Mariana, não sejas ingrata! Se te divorciares, não vais levar nada, nem mesmo o teu filho!" O meu coração gelou. Afinal, eles não se importavam com o meu filho, apenas com um herdeiro para a sua família. Não conseguia entender como a família do meu marido podia ser tão cruel. Como é que uma ex-namorada e um gato se tornaram mais importantes do que a vida e o bem-estar do seu próprio filho? Nesse momento, decidi. Eu não estava a ser mesquinha, eu estava a proteger o meu filho. Eu pediria o divórcio, e com ou sem eles, o Lucas seria meu. Custasse o que custasse.