No dia do casamento da minha melhor amiga, Eva, o meu marido Lucas deveria estar ao meu lado. Contudo, ele desapareceu. A única coisa que recebi foi uma mensagem: uma foto dele a segurar a mão da minha irmã mais nova, Lara, numa cama de hospital. A legenda? "Estou com ela no hospital. Não me procures." Ver a mão deles entrelaçada, aquela imagem íntima, foi como ver o meu mundo desmoronar-se. A raiva da Eva quando viu a foto não foi nada comparada à acusação da minha própria mãe: "Tu estavas ocupada com o casamento da tua amiga, a tua irmã podia ter morrido, e tu nem te importaste!" Ela defendeu Lucas, chamando-o de "bom cunhado", e disse que eu devia envergonhar-me por sequer pensar em divórcio. "Ele é meu marido, mãe", eu supliquei, mas ela desligou na minha cara. Pouco depois, outra mensagem de Lara: uma selfie deles, com Lucas a dar-lhe sopa, e uma legenda vitoriosa: "Obrigada por me emprestares o teu marido, mana. Ele cuida tão bem de mim." Fui confrontá-lo ao hospital, mas a sua indiferença cortou-me mais fundo que qualquer faca. Ele minimizou a minha dor, justificando a sua ausência como um "ato de compaixão", e cuspiu: "Tu és forte, Catarina. Consegues aguentar-te sozinha. A Lara não." A minha força tornou-se a minha punição. Como pude ser tão cega? Tantas desculpas, tanta cumplicidade por baixo do meu nariz. Eles pensaram que eu ia ceder. Pensaram que me podiam manipular de volta para a minha "caixa" de esposa leal. Mas eles cometeram um erro fatal. Eu não sou frágil como eles pensam. Contratei um advogado. E agora, vou lutar. Não só pelo meu divórcio, mas pela minha própria dignidade e verdade contra a sua mentira e traição.