No dia mais importante da minha vida, quando trocava olhares com convidados felizes e a música preenchia a igreja, o altar permaneceu assustadoramente vazio. O meu noivo, Pedro, desapareceu. Depois de dezenas de chamadas ignoradas, a mãe dele ligou, a voz uma mistura de pânico e raiva: "Ele não pode casar! A Sofia tentou suicidar-se! Estamos no hospital com ela agora mesmo!" Sofia, a ex-namorada que ele jurou ter esquecido, era a razão para a minha humilhação pública. A sua família exigia que eu sentisse orgulho por ele ter "salvo uma vida", mesmo que isso significasse destruir a minha. Não me preocupei, disse ele. Mas como não me preocupar quando o homem que prometeu amar-me correu para os braços de outra mulher, que, descobri mais tarde no supermercado, estava perfeitamente saudável, sem uma única ligadura nos pulsos? Ele nem sequer teve a coragem de me largar; foi ela, a manipuladora Sofia, quem supostamente "cortou os pulsos" para ter a atenção dele. E quando finalmente cortou o Pedro da minha vida, ele não aceitou. Começou a perseguir-me, a deixar flores na minha porta, a aparecer perto do meu trabalho, transformando a minha nova rotina num pesadelo. Ele queria o perdão que não merecia, a minha presença na vida dele pelo drama, não pelo amor. Mas ele não sabia que debaixo da noiva abandonada, uma nova mulher estava a nascer. Chega de fugir. Chega de sofrer em silêncio. Era hora de parar de ser a vítima e de lutar pela minha paz.