Quando abri os olhos no hospital, após perder o nosso bebé de nove meses, a enfermeira trouxe a notícia mais cruel: o meu marido, Leo, tinha ido embora. "Senhora Alves, o seu marido esteve aqui. Ele disse que tinha um assunto urgente para resolver." Liguei-lhe, o coração em pedaços pela perda do nosso filho. A resposta dele? "A Sofia... ela tentou suicidar-se. Está no Hospital da Luz, no mesmo andar que tu." Sofia, a ex-namorada dele pela qual jurei ser apenas passado. No momento mais devastador da minha vida, o meu marido abandonou-me para consolar a sua ex. E o pior: quando a sua mãe me ligou, chamou-me de "egoísta", por não compreender o "dever" do filho. Eles agiram como se a morte do nosso filho não importasse. Como se o meu sofrimento fosse um mero "capricho". O vazio no meu ventre era um espelho do vazio que ele deixou no meu coração. Mas por que razão, justo agora, com a vida da ex-namorada dele "em jogo", é que ele se sentiu compelido a abandonarme? E por que raio a Sofia me processou por assédio, alegando que a minha dor era "campanha de difamação"? Eu via tudo com uma clareza dolorosa. Eles escolheram a narrativa deles, a mentira deles. Eu escolho o divórcio. Eu vou lutar por mim.