O meu filho, Lucas, morreu no seu sexto aniversário. Ele morreu de uma reação alérgica a amendoins. O seu pai, o meu marido Miguel, deu-lhe o bolo que o matou. Naquele dia, recebi uma chamada de Miguel, a sua voz cheia de pânico, a descrever os lábios azuis do nosso filho, que não conseguia respirar. Corri para casa, mas quando cheguei ao hospital, era tarde demais. O meu mundo desabou quando o médico disse as palavras que nenhuma mãe quer ouvir. Miguel sentou-se em silêncio ao lado do corpo sem vida do Lucas. "Foi a minha mãe", murmurou ele, "Ela trouxe o bolo. Ela não sabia." A mãe dele, Clara, a mulher que sempre desdenhou as alergias do Lucas, chamando-lhes "frescura". O meu marido, a defendê-la, mesmo em frente ao caixão do nosso filho. Será que ele não via? Será que ele não percebia que, por trás daquele sorriso falso, havia algo mais sinistro? Como podia a sua lealdade à mãe ser mais forte que a dor pela perda do nosso filho? E a polícia? Disseram-me que as mãos deles estavam atadas, que era apenas um "acidente trágico". Mas um sussurro de uma amiga, "Ela disse que ia ver se a 'frescura' era real", congelou-me o sangue. Não foi um acidente. Foi intencional. E eu ia descobrir até onde ia a sua maldade, mesmo que isso significasse desenterrar segredos do passado da sua família. A Clara ia pagar.