O cheiro de desinfetante ainda me persegue. Estava grávida de oito meses e meio, correndo para o hospital porque a minha sogra teve um ataque cardíaco. Mas, no caminho, um acidente de carro tirou a vida do meu bebé. Liguei para o meu marido, Leo, com a voz embargada, esperando consolo. Em vez disso, ele me culparia sem pensar duas vezes: "Perdemos o nosso filho por tua causa!" A família dele concordou, me bloqueou, me expulsou do hospital. Eles levaram o meu dinheiro, negaram um funeral digno ao meu bebé. Tudo para financiar a cirurgia particular da sua mãe. Quando voltei para nossa casa, encontrei o apartamento vazio. Móveis, roupas, tudo levado. Até o berço do nosso filho. E quando a irmã de Leo, Sofia, veio me assediar, ela me jogou na cara: "O Leo já seguiu em frente. Ele está com a Cláudia." A "amiga" que ele sempre disse ser "só uma amiga." A verdade me atingiu como um raio: não era só a mãe dele. Havia uma amante, e eles me tiraram tudo. A dor se transformou em algo frio, duro: pura raiva. Eu não suportaria mais isso. Com a ajuda da minha prima advogada, Joana, eu jurei buscar justiça. Para o meu filho. Para mim. Eles pensaram que me tinham destruído, mas apenas me deram um motivo para lutar com tudo o que eu tinha.