Grávida, presa nos destroços do meu carro, a minha única preocupação era o bebé. Liguei ao meu marido, Tiago, a voz a tremer, a vida pendurada por um fio. Mas a sua resposta foi um choque gélido. Enquanto eu me debatia por socorro, presa entre ferragens, ele desligou. Disse que tinha de cuidar da irmã, Lara, que estava a "sofrer" de um tornozelo torcido. No hospital, perdi o nosso bebé. E ele? Ele só apareceu na manhã seguinte, com a mãe e a irmã, cheios de acusações. A minha sogra, Helena, acusou-me de ser descuidada e de "causar problemas". Para piorar, ele esvaziou a nossa conta conjunta – 50 mil euros – para comprar um carro de luxo para a Lara, exibindo o roubo no Instagram. Como podia o pai do meu filho, o homem que jurei amar, ser tão frio? Tão cruel? A dor da perda era insuportável, mas a traição dele... essa partiu-me em mil pedaços. Será que a minha vida valia menos que uma torção de tornozelo forjada? Sentia-me descartada, a minha dor ignorada pela crueldade deles. Mas a dor transformou-se em raiva, e essa raiva deu-me uma clareza assustadora. Então, encontrei-o. A prova irrefutável. Um tablet antigo, com gravações que revelavam a verdade chocante: o abandono não foi um acaso, foi um plano premeditado para me descartar. Eu tinha todas as armas para destruir o império de mentiras e crueldade que eles construíram. A guerra ia começar, e eu ia vencer.