Era o início de um novo capítulo em Coimbra. O amor florescia entre Lia e Diogo, uma paixão intensa, alimentada por promessas de um futuro juntos nas vinhas do Douro. Ele era meu protetor, meu mundo. Até àquela noite fatídica na Queima das Fitas. Num beco escuro, fui brutalmente atacada. Gritei desesperadamente pelo Diogo, com toda a minha alma. Ele passou por mim, a cabeça baixa, ignorando a minha agonia. Ele abandonou-me. Anos depois, o protetor virou carrasco. Ele raptou-me, aprisionou-me na sua quinta. Fui acorrentada, sujeita a tortura diária, física e mental. Partiu-me a perna. Levou-me à beira do abismo, forçando-me a desejar a morte como única fuga. O seu sorriso gentil e beijos venenosos. Como o homem que amava se tornou este monstro? O que o transformou contra mim? A dor esmagava-me, mas a confusão e a raiva ardiam. O que havia de tão podre na nossa história, que me valeu este inferno? Mesmo acorrentada e quebrada, a esperança de liberdade surgiu inesperadamente, oferecida pela sua própria mãe. Duas escolhas: ser para sempre sua prisioneira ou desaparecer, renascida. A decisão era clara, a liberdade chamava.