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A Alma que ele Bebeu

A Alma que ele Bebeu

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Ele a curou com rezas... e a consumiu com segredos. Ana Clara se entregou ao amor de um xamã enigmático. Mas por trás dos rituais e do olhar encantador, havia um predador. Agora, entre o sagrado e o sombrio, ela precisa escolher: fugir... ou afundar de vez.

Capítulo 1 O Encontro

Ana Clara nunca foi uma mulher comum. Terapeuta holística, médium sensitiva e com um passado de dores que preferia esquecer, ela decidiu, depois de uma crise existencial, se enfiar num retiro espiritual no interior do Paraná. Prometia cura, reconexão, renascimento. O que ela não esperava era que, no meio de tanto incenso e cântico, encontraria Kael.

Ele apareceu como uma pintura: alto, moreno, olhos de um azul cortante, com um colar de ossos no pescoço e uma presença que parava o tempo. Quando ele a olhou pela primeira vez, Ana sentiu algo vibrar em seu peito. Algo entre medo e desejo.

- Você carrega uma sombra antiga, Ana Clara - ele disse, logo após a roda de abertura. Ela gelou.

- Como sabe meu nome?

- Eu ouvi... no vento. Ele me contou - respondeu, sorrindo de canto.

Aquilo devia soar ridículo, mas não soou. Ela sentiu que ele falava sério. Que ele sabia. Que ele a conhecia. Kael era o facilitador do retiro. Líder do ritual. Xamã. Místico. Um homem que dançava com as forças da natureza e, aparentemente, também com as emoções alheias.

Na primeira noite de ritual, sob efeito da Ayahuasca, Ana teve uma visão. Via Kael em outra vida. Ele estava em uma caverna, coberto de sangue, com olhos brilhantes como brasa. Sussurrava algo em uma língua antiga. Quando acordou, ele estava ao seu lado, segurando sua mão.

- Você viu, não viu? - ele perguntou.

- Eu... eu não sei o que vi. - Ana desviou o olhar.

- Seu espírito está abrindo os olhos. E ele lembra de mim.

Ana tentou ignorar aquilo. Tentou racionalizar. Mas como ignorar um homem que aparecia em seus sonhos, cujas palavras grudavam como um encantamento? Nos dias seguintes, Kael se aproximou. Comia ao lado dela. A acompanhava em caminhadas. A tocava com delicadeza - na alma, no corpo, na mente.

- Você tem medo de mim? - ele perguntou, certa noite, após uma meditação guiada.

- Tenho. Muito. Mas acho que mais medo tenho de mim mesma perto de você.

- Medo é o primeiro portal. Coragem é atravessar - ele respondeu, deslizando os dedos na mão dela.

No último dia do retiro, quando todos se despediam, ele a puxou num canto.

- Fique. O que você busca ainda está aqui.

- O que eu busco?

- A verdade. E a verdade mora no meu mundo, Ana Clara.

Ela ficou.

E esse foi o começo do fim... ou talvez, o começo da sua real iniciação.

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