img O Som do Sal e do Desejo  /  Capítulo 3 O Peso do Nome e do Silêncio | 60.00%
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Histórico

Capítulo 3 O Peso do Nome e do Silêncio

Palavras: 3112    |    Lançado em: 04/06/2025

, as roupas estendidas nos varais, os barcos ancorados - tudo parecia acorda

ara espantar os pensamentos do que para limpar o corpo. Seu reflexo tremia na superfície, fragment

ndo agora? Se soub

le espelho d'água. O marinheiro forte, respeitado pela tripulação, pelas garotas do cais, pelos ami

mais tênue, mais sincera -

u sem querer me dominar. A primeira ve

am mais demorados que o normal, ou talvez fosse apenas a culpa tentando se disfarçar de vigilância. Era

a do píer, com os pés tocando a água, ele encarava o horizonte. Seus p

depois fingiu que nada havia acontecido. Sabia quando o pai lhe deu uma surra por ter cortado o cabelo "feit

nhar sobre conchas afiadas: c

a o cordão de madeira que trazia no pescoço, presente da mãe ante

a sociedade escrevera sobre esse amor: de que ele deveria ser escondido, p

revolto. E a mesma pergunta, su

mundo para um am

surrarem segredos antigos. O bar estava quase vazio, salvo por dois pescadores jogando d

uma garrafa de cachaça pela metade entre eles e dois copos que já não contavam as doses. Mas não er

perguntou Joaquim, olha

r. Encarava a mão, giran

disseram que era errado. Eu só..

de cabeça. Ficou em silêncio por um ins

trocava bilhetes escondidos. Uma vez, ele me beijou atrás da oficina. Eu achei que

ão com pena, mas com aquele tipo

andou pro navio na semana seguinte. Disse que preci

erguntou com suavidade, m

um meio sorr

me permiti sentir nada pareci

. Não era desconfortável. Era cheio d

alou, quase c

orriu, depois fingiu que nunca aconteceu. E minha avó me bateu quando desc

banco, a garrafa, a vila - tudo sumia diante das lembranças que

disse Joaquim, q

com a franqueza de quem já se

isso. Um gesto simples. Mas ali, naquele toque silencioso, estava tudo: o passado, o desejo, o med

aço de vida simples e trabalho duro. Aquele toque, por mais leve que fosse, parecia

chama lutava cont

gada. - Não é o que vão dizer. É o que eu fui ensinado a pensa

ato. Apenas virou-se para el

istir de um jeito que os outros diziam ser errado. Até hoje, às vezes, aind

tava cheio de lembranças: um pai com o punho cerrado, um padre com ol

rou fundo e

ver escondido. Que o amor que sente não pode ser chamado de amor. Só que..

er. Sua garganta apertava, como se mil vozes dentro dele brigassem para

mpo, não tentou afastar a lembrança de Manuel. Em vez disso, deixou q

André ainda estavam ali. A mão aind

desculpa ao próprio passado, Joaqu

Ali, entre os estalos das ondas e o farfalhar das folhas, havia um entendimento a

o, Joaquim voltou para a pequena casa onde dormia com parte da tripulação. Os outros marinheiro

o cansaço dissolver os pensamentos - mas eles não f

sentia vergonha. O vento batia no seu corpo com suavidade, como se o mar respirasse junto com ele. Lá

viva. Joaquim a levou ao ouvido, e dela não veio o som do mar - mas risadas. Risadas de escá

us companheiros de navio, o pai com o rosto de pedra, o padre que sussurrava latim e ódio

arecia lentamente, levado pelo vento. E ele gritava o nome - mas o som não saía. Acor

arecia comum. Mas Joaquim

fundo, e, quando ele passou, os risos cessaram abruptamente. Um dos homens, um

ce demais... é semp

as sentiu. Como uma navalha

do rio, uma mulher que vendia milho na esquina lanç

forasteiro? Anda junto demais.

cou mais rígido. Os dois trocaram u

disse André, mais tarde, em voz b

perguntou, com a boca sec

mais do qu

interno, mas como uma sombra se formando em torno deles. Sabia como essa

dessa vez não queria

mão entrelaçada na noite anterior, e

ou julgue... havia algo naquele

uro, Joaquim caminhou até o trapiche onde os barcos dormiam. André já o esperava, sentado co

- disse André, apagand

pondeu Joaquim, s

, como um cobertor leve sobre feridas expostas. Só o som da á

de repente. - Como se existissem dois de você

orriu d

ro me trai. Mas, às vezes... eu

u rosto com cuidado. André o olhava agora, com uma

u assim - sussurrou Joa

penas ofereceu espaço. Entre os dois, uma t

? - perguntou An

nuca, com lentidão. O toque não era urgente. Era r

quebrar algo precioso. O beijo foi breve, mas che

quim apoiou a cabeça no ombro de André. A camisa dele tinha chei

André, com os olhos no céu -, vem pr

m muitos anos, sentiu o corpo inteiro se per

m que resistir podia ser tão simples quanto deitar a cabeç

scondidas - era uma for

uma calma nova no peito. Ainda sentia o toque da mão de André em sua nuca como se tivesse deixado uma m

estava fria, cortante, como o dia que amanhecia. Enquanto se enxugava com um pano gasto, ouviu passos s

m... Dormiu fo

astada, casual dema

mar. Preci

não soube se era escárnio ou simples

retos. Não acusadores. Mas longos demais, silenciosos demais. Um menino riu sem razão quando o viu se apr

o de sempre, mas quando Joaquim se sentou no canto, o rapaz apenas olhou rápido, s

imou, limpando a mesa próxima com movimentos metódic

e pescador, perto do manguezal. Nin

a de surpresa e gratidão. Não pr

quando se afastou. Nada comprometedor - apenas um desenho

les, havia mais amor do q

medidos. Mas por dentro, Joaquim carregava a chama da noite anterior como quem pr

dado, e nas pausas carregadas de intenção, ele entendeu: amar André ser

dia em tons de ferrugem e lilás, e o cheiro de mar misturado a

diferente demais. Pegou o caminho do manguezal, seguindo os contornos do desenho que André deixara. As árvores al

cas e musgo. Um casebre de madeira torta, janelas fechadas com trapos, como olhos dormi

descalços. O rosto tinha traços de cansaço, m

z você não viesse

u Joaquim, entrando devagar. - Ma

necas, e no canto uma rede armada. Mas havia algo ali que nenhuma casa a

frente, em silêncio. O tempo parecia parado. Não havia relógio. Não havia

de afeto. Passou os dedos pelos nós dos dedos dele, como se

ndo a testa na de Joaquim - aqui você pode

o, com seus ruídos e pesos, ficou

mas por necessidade de ternura. A noite chegou devagar. Lá fora, os gri

ainda batesse mais forte que aquele abrigo. Mas, por ora, aquilo bastava. A chama

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