, as roupas estendidas nos varais, os barcos ancorados - tudo parecia acorda
ara espantar os pensamentos do que para limpar o corpo. Seu reflexo tremia na superfície, fragment
ndo agora? Se soub
le espelho d'água. O marinheiro forte, respeitado pela tripulação, pelas garotas do cais, pelos ami
mais tênue, mais sincera -
u sem querer me dominar. A primeira ve
am mais demorados que o normal, ou talvez fosse apenas a culpa tentando se disfarçar de vigilância. Era
a do píer, com os pés tocando a água, ele encarava o horizonte. Seus p
depois fingiu que nada havia acontecido. Sabia quando o pai lhe deu uma surra por ter cortado o cabelo "feit
nhar sobre conchas afiadas: c
a o cordão de madeira que trazia no pescoço, presente da mãe ante
a sociedade escrevera sobre esse amor: de que ele deveria ser escondido, p
revolto. E a mesma pergunta, su
mundo para um am
surrarem segredos antigos. O bar estava quase vazio, salvo por dois pescadores jogando d
uma garrafa de cachaça pela metade entre eles e dois copos que já não contavam as doses. Mas não er
perguntou Joaquim, olha
r. Encarava a mão, giran
disseram que era errado. Eu só..
de cabeça. Ficou em silêncio por um ins
trocava bilhetes escondidos. Uma vez, ele me beijou atrás da oficina. Eu achei que
ão com pena, mas com aquele tipo
andou pro navio na semana seguinte. Disse que preci
erguntou com suavidade, m
um meio sorr
me permiti sentir nada pareci
. Não era desconfortável. Era cheio d
alou, quase c
orriu, depois fingiu que nunca aconteceu. E minha avó me bateu quando desc
banco, a garrafa, a vila - tudo sumia diante das lembranças que
disse Joaquim, q
com a franqueza de quem já se
isso. Um gesto simples. Mas ali, naquele toque silencioso, estava tudo: o passado, o desejo, o med
aço de vida simples e trabalho duro. Aquele toque, por mais leve que fosse, parecia
chama lutava cont
gada. - Não é o que vão dizer. É o que eu fui ensinado a pensa
ato. Apenas virou-se para el
istir de um jeito que os outros diziam ser errado. Até hoje, às vezes, aind
tava cheio de lembranças: um pai com o punho cerrado, um padre com ol
rou fundo e
ver escondido. Que o amor que sente não pode ser chamado de amor. Só que..
er. Sua garganta apertava, como se mil vozes dentro dele brigassem para
mpo, não tentou afastar a lembrança de Manuel. Em vez disso, deixou q
André ainda estavam ali. A mão aind
desculpa ao próprio passado, Joaqu
Ali, entre os estalos das ondas e o farfalhar das folhas, havia um entendimento a
o, Joaquim voltou para a pequena casa onde dormia com parte da tripulação. Os outros marinheiro
o cansaço dissolver os pensamentos - mas eles não f
sentia vergonha. O vento batia no seu corpo com suavidade, como se o mar respirasse junto com ele. Lá
viva. Joaquim a levou ao ouvido, e dela não veio o som do mar - mas risadas. Risadas de escá
us companheiros de navio, o pai com o rosto de pedra, o padre que sussurrava latim e ódio
arecia lentamente, levado pelo vento. E ele gritava o nome - mas o som não saía. Acor
arecia comum. Mas Joaquim
fundo, e, quando ele passou, os risos cessaram abruptamente. Um dos homens, um
ce demais... é semp
as sentiu. Como uma navalha
do rio, uma mulher que vendia milho na esquina lanç
forasteiro? Anda junto demais.
cou mais rígido. Os dois trocaram u
disse André, mais tarde, em voz b
perguntou, com a boca sec
mais do qu
interno, mas como uma sombra se formando em torno deles. Sabia como essa
dessa vez não queria
mão entrelaçada na noite anterior, e
ou julgue... havia algo naquele
uro, Joaquim caminhou até o trapiche onde os barcos dormiam. André já o esperava, sentado co
- disse André, apagand
pondeu Joaquim, s
, como um cobertor leve sobre feridas expostas. Só o som da á
de repente. - Como se existissem dois de você
orriu d
ro me trai. Mas, às vezes... eu
u rosto com cuidado. André o olhava agora, com uma
u assim - sussurrou Joa
penas ofereceu espaço. Entre os dois, uma t
? - perguntou An
nuca, com lentidão. O toque não era urgente. Era r
quebrar algo precioso. O beijo foi breve, mas che
quim apoiou a cabeça no ombro de André. A camisa dele tinha chei
André, com os olhos no céu -, vem pr
m muitos anos, sentiu o corpo inteiro se per
m que resistir podia ser tão simples quanto deitar a cabeç
scondidas - era uma for
uma calma nova no peito. Ainda sentia o toque da mão de André em sua nuca como se tivesse deixado uma m
estava fria, cortante, como o dia que amanhecia. Enquanto se enxugava com um pano gasto, ouviu passos s
m... Dormiu fo
astada, casual dema
mar. Preci
não soube se era escárnio ou simples
retos. Não acusadores. Mas longos demais, silenciosos demais. Um menino riu sem razão quando o viu se apr
o de sempre, mas quando Joaquim se sentou no canto, o rapaz apenas olhou rápido, s
imou, limpando a mesa próxima com movimentos metódic
e pescador, perto do manguezal. Nin
a de surpresa e gratidão. Não pr
quando se afastou. Nada comprometedor - apenas um desenho
les, havia mais amor do q
medidos. Mas por dentro, Joaquim carregava a chama da noite anterior como quem pr
dado, e nas pausas carregadas de intenção, ele entendeu: amar André ser
dia em tons de ferrugem e lilás, e o cheiro de mar misturado a
diferente demais. Pegou o caminho do manguezal, seguindo os contornos do desenho que André deixara. As árvores al
cas e musgo. Um casebre de madeira torta, janelas fechadas com trapos, como olhos dormi
descalços. O rosto tinha traços de cansaço, m
z você não viesse
u Joaquim, entrando devagar. - Ma
necas, e no canto uma rede armada. Mas havia algo ali que nenhuma casa a
frente, em silêncio. O tempo parecia parado. Não havia relógio. Não havia
de afeto. Passou os dedos pelos nós dos dedos dele, como se
ndo a testa na de Joaquim - aqui você pode
o, com seus ruídos e pesos, ficou
mas por necessidade de ternura. A noite chegou devagar. Lá fora, os gri
ainda batesse mais forte que aquele abrigo. Mas, por ora, aquilo bastava. A chama