img O Som do Sal e do Desejo  /  Capítulo 5 Onde o silêncio pesa mais que o grito | 100.00%
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Capítulo 5 Onde o silêncio pesa mais que o grito

Palavras: 2710    |    Lançado em: 10/06/2025

rgas do bananal atrás da vila, e aos poucos tomou o céu inteiro. As telhas das casas v

tes, o som da chuva servia de abrigo. Mas nã

ia os cabelos soltos e o semblante sério. Não havia cesta dessa vez - só

que ouviu o padre conversar com o prefeito. Falaram de "limpar a v

engoli

em a ver

ao lado deles e respirou fundo, como quem b

representam. Eles não suportam o que não conseguem controlar. E

do de fora, a c

indo alto. Um deles, ao ver a luz acesa na casa, fez um gesto com a mão - parecia um a

isse Joaquim, voltando

proximou, com os o

o um primo que trabalha nos trilhos do trem, pode levá

im, porém, se aproximou devag

ora. A cidade pode ser maior,

lábios, contida. M

om silêncio e astúcia. E se

eu canto, mas unidos por um mesmo fio invisível. Era como se,

er, André cochic

da te

emorou a

bém tenho aonde voltar os

ça dos corpos, o amor resistia - não como faí

presságios. A chuva já havia cessado, mas o chão ainda e

: corria descalço pela vila, e todos os rostos que conhecia estavam virados para ele. Sem

mprovisada, as mãos

lerada e se levantou devagar. Beatriz, que dormia enrolada

la, com a voz ainda

avam o peito. Os olhos estavam vidrados, co

bater aqui. Vão arrastar a gente. Vão cuspir em nó

cuidadoso. Sentou-se ao lado dele

escuta. Tá aqui

ce que tá encolhendo - a voz vinha f

frente dele, pegando

Não tá sozinho. Repet

escapar. Era como se tudo que segurava desde o

sse ver sumir - disse, entre soluços. - A vergonha... o medo.

fundo, as mãos

e sente. O erro não tá em você, t

num abraço quente, protetor, com

o precisar mais esconder nada. Mas depois percebi... que o problema n

a. Os olhos ainda molhados, mas agora focados

u seu rosto com

m a gente. Mas não vai

ou um riso b

porta de novo, a g

madeira úmida, em silêncio. Mas agora um silêncio diferente - não

recostou-se neles dois, formando um abrigo de corpo

ava leve ao vento. Nenhuma folha c

um conforto frágil, quase sagrado, quando uma

antou devagar

Seu vestido simples e o rosário pendurado no pescoço denunciavam a religiosidade fervorosa que muitos da vila conheciam. Mas o olhar del

- A voz dela era baixa, quase um sussurro,

om Joaquim, enquanto Beatriz se

im. Nunca julga a

trás de si, e tirou o rosário do pesco

ra próxima. - Na minha época, também aprendi que amar era pecado. Mas a vid

ré e Joaquim com u

uanto eu tiver forças, estarei ao

mão da tia, seus

bserva. Mas a gente precis

lena as

m resistir com amor, não

inesperada. Um lembrete de que, mesmo nos cantos m

ndo suavemente atrás de si. Seu olhar passou para André, que ainda parecia a

ido. Não é só o peso da vila, é algo mais profundo. Você precisa desca

paz de esconder o medo que

osso ir embora - mur

mão dele, e Dona

s da vila também saibam. Há rumores, André, de grupos que não querem apen

o cenho, apert

s extre

carregam violência na alma. Eles andam em bandos, e não hesitarão em usar a força. Não é só med

olhos, tentando a

podemo

pirou fundo, re

r a preparar uma saída segura, um lugar temporário até que essa tempestade passe. Sei qu

uim, buscando sua reaçã

tudo. O perigo cresce

sto, os olhos carregando uma

a nos proteg

uela noite, um sorriso leve, que parecia

tudo com cuidado. Voc

essa de um cuidado coletivo, uma rede invisível que, mes

de Dona Helena. A chuva lá fora havia dado uma trégua, mas o peso

pequeno armário, retirando um saco co

aquim uma pequena sacola com remédios caseiros, roupas

oximou, tocand

da por t

a sorriu c

que imaginam. E às vezes, a

ola, observando cad

l o p

s trilhos do trem. Ele pode levar vocês para uma cidade próxima, onde poder

dade borbulhando dentro dele,

ém nos ver

rápido. - Podemos usar roupas comuns da vila, e

uma velha capa d

lguém notar vocês molhados e cansa

m os detalhes. Cada gesto carregava um peso e

mais firme. Sentia, naquele círcu

ra tentar descansar, Joaq

ozinho. Não impor

ro incerto, o calor daquele abraç

vestindo a capa de chuva que Dona Helena trouxera. O ar estava frio, cor

lhos atentos a cada som - o farfalhar das folhas, o ranger distante

tentava manter o coração firme, cada batida l

egurando a mão dele por um instante, a

afastavam pelas trilhas que serpenteavam entre

peito apertado pela incerteza do que deixavam para

les, como um farol silenc

êncio carregava a força de quem sabe que,

reciam quase leves, mas a cada metr

te de um cachorro latindo, talvez alerta para os movimento

iras. As casas dormiam sob o manto da escuridão,

aroma que sempre o trouxe conforto, mas que naquela manhã parecia carregar

hares se acumulavam durante o dia, e os cochichos dançavam no ar como es

ertou a mã

sussurrou, co

nstante e olhou para trás, para a vila que

disse ele, baixo, como se tem

poucos momentos de alegria, dos sorrisos furtivos

mava, com a promessa amar

r do medo, carregando nos corpos e na al

rvores, uma brisa mais fresca trouxe o cheiro do c

da madrugada, suas ruas largas e silencios

o passado ficar para trás, mesmo que a dú

- disse ele, tentando encon

mão dele e, em s

m quisermos, ao m

do que o ar novo enchesse seus pulmões, sentin

rto, do julgamento que podia estar em qualquer

e as promessas do amanhã, havia uma ternura que os envol

aram a construir uma nova história, guiad

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