entes sobre as paredes gastas pelo tempo. O ar estava impregnado do aroma doce e amargo do café recém passado, misturado com a brisa
rangentes com a naturalidade de quem conhece cada detalhe daquela construção. Nas mãos, car
histórias que ninguém mais se lembrava. Dedilhou as primeiras cordas com cuidado, produzindo uma melodia su
, além dos músculos firmes e da cicatriz discreta que cruzava a sobrancelha esquerda. Era um mistério envolto em silêncio, u
a o lado e viu Joaquim caminhando pelo cais, com a farda ainda um pouco amassada e o cabelo desgrenhado pelo ve
a voz baixa, mas cheia de
ao lado dele no banco, o corpo ainda tens
dois era preenchido apenas pelo som das o
nte quebrando o silêncio, a voz rouca como
ado demais - respondeu André, soltando um suspiro profundo. - O m
mas os olhos dele não conseguiam evitar a atração pelo lado de A
, quase um sussurro, como se temesse que a respos
ré sorriu, um sorris
se deixar ser
para encarar Joaquim, seus olhos reflet
outros vão pensar. Mas fugir não é resposta - disse ele, a voz
ia ser dito em palavras. Apenas o mar continuava seu ritmo constante
quim, um pouco hesitante, como quem lança uma pedra num
naquele sorriso havia uma promessa - pro
ó o sal do mar, mas também o peso do preconcei
sussurros que viravam ondas pequenas, mas incômodas, que ameaçavam se tornar tempestades. Um dos se
Parece que o moço do bar não é só amigo seu, né? Melho
Não era só o medo de ser descoberto, mas
e engolia as últimas luzes do dia. Quando Joaquim chegou, foi puxado
ou Joaquim contra os cabelos do ou
corpos, nasceu uma resistência silenciosa, a promessa de enfrentar
orrentes perigosas sob sua superfície calma. Joaquim e André se viam com olhares que d
anções melancólicas que pareciam contar a história que os dois ainda não tinham coragem de dizer em voz alta.
s, e os olhares se tornavam lâminas invisíveis que perfuravam a pele. Joaquim se
a do navio, Rodrigo se aproximou de novo
do fixamente para ele -. Aqui as coisas sã
do que o aviso era mais do que
êmula das velas. Quando Joaquim entrou, o ambiente pareceu se fechar em t
s ganhem - disse André, se
pondeu Joaquim, os olhos marejad
aram os de Joaquim num beijo suave, q
e vai nos prote
eles encontraram um refúgio um no outro, um porto s
ravam ao cheiro forte do sal e da madeira molhada. No pequeno quarto nos fundos do bar, A
se um ritual de acalmar a ansiedade que se acumulava dentro dele. A lembrança de
a que pairava entre eles. André sabia que estava se entregando a algo maior do que ele mesmo, mas tamb
a engolir as estrelas. Ele sentia o corpo pesado, como se cada passo fosse uma luta
, firmes e delicados ao mesmo tempo. A sensação daquela pele contra a sua era um lembrete
luz suave da vela. Sem dizer nada, Joaquim se aproximou e deixou que os ded
pronto para isso - confessou Joa
dele para que seus olhos se encontrassem -, m
pacto silencioso entre dois corações à deriva. O beijo foi suave no come
or do abraço,
er. Cada medo, cada
ue as palavras penetrassem, uma ânc
nder a me permiti
e só restaram eles, a respiração compartilhada
a parte do oceano que sempre chamava por ele. As mãos se encontraram de novo, dessa vez com mais firmeza, como se um pacto silen
se quisesse registrar o instante - dois homens, dois
alou num sussurro que quase se confundia
ra... nem tudo. Só o
ndré. Era como se, pela primeira vez em muito tempo, ele pudesse parar de lutar contra si mesmo. A armadura que ves
- disse ele, quase como
o. O silêncio entre os dois era cheio - de respiração, de sensação, de um c
dormia, mas nã
tros se perguntavam por que André andava mais calado que o costume. As pequenas antenas sociais da vila estavam
o aos rumores. Era um homem de fala seca e convicções firmes, mas também de um olhar atento. Já notara as trocas de olhares. Não dizia nada, aind
sem pressa. Joaquim dormia com a cabeça no ombro de André, e este acariciava seus cabelos em sil
pouco", pensou André. "Mas talvez esconder também
nto, os olhos dele
ntra as pedras, paciente, constante - como o
respirasse devagar antes de acordar. Dentro do quarto, o ar tinha o cheiro morno da vela que se apagou
é repousava sobre sua cintura, e o calor daquele toque o ancorava. Ele observou o rosto adormecido do rapaz - os cílios longos, a boca entreaberta, o
é, como quem escreve em silêncio uma carta que jamais seria lida. Era um gesto
sorriso no canto da boca, como se já soubesse quem estava ali
á escuro...
Joaquim. - Mas aqui d
canto dos primeiros pássaros anunciando o amanhecer. Era um momento simples, mas eterno. Um daqueles ins
sto no pescoço de J
bora... me promete q
, no fundo, que o tempo com André era como a maré: precioso, inevit
apertando os dedos de
omens descansaram. Do lado de fora, o sol começava a tingir o céu de dourado, e com ele, nascia
mo uma promessa sussurrada entre dois corpos que