Entre Preconceito e o Amor: O Veredicto Final

Gael Lewis….

— Gregório Lewis, como juíza o meu veredicto a tantas barbaridades cometidas pelo senhor. Não vou apenas divorciá-los, mas vou sentenciá-lo a quinze anos por tráfico de menor, cinco anos por estelionato, cinco anos por falsificar uma assinatura, um ano por agressão, e a quatorze anos por abuso de menor.. Com os crimes cometidos, pelo senhor Gregório Lewis, sua pena será de quarenta anos em regime fechado, sem direito a fiança!

Essa foi a sentença dada pela juíza, ao receber todas as provas que conseguimos reunir! A princípio eu fiquei pasmo quando descobri tudo, custou-me acreditar que o meu pai foi capaz de tanto.

Ainda por sinal, descobri que eu nasci fruto de um abuso, feito pelo meu próprio pai! Meu coração se despedaçou quando ouvi o testemunho da minha mãe, do porquê deste contrato que eu encontrei.

Realmente estávamos todos dentro da audiência, a juíza havia permitido, porque somos testemunhas de algum ato cruel cometido por ele, mas ouvir a minha mãe contar com detalhes como foi abusada por ele, quando entrou para trabalhar, enquanto tentava juntar dinheiro para iniciar a faculdade, foi uma das piores partes daquela audiência.

O desespero da Luana foi nítido na audiência inteira, mas a surpresa do meu pai, foi observado nas primeiras provas quando a dona Olga começou a colocar sobre a mesa, perante a juíza… Ele estava tão convicto de que iriam ganhar, que não se preocuparam em reunir mais nada, apenas o que foi dito na primeira audiência.

Então ao ver tudo o que reunimos o deixou repleto de ódio, sem contar que ele não sabia o que fazer quando era confrontado pela juíza, seu advogado pedia constantemente uma terceira audiência, porque as provas não eram concretas, pelo menos para ele

Mas as palavras da minha mãe, dos pais da Luana, a minha e até às dela, deixaram a juíza com toda a certeza do que estávamos falando, quando as provas foram entregues em suas mãos… Meu pai ficou indignado! Ao perceber que eu estava com os dois contratos em mãos.

Ele me acusava de ladrão aos gritos! Ao afirmar que o mesmo estava em seu cofre, confirmando que os contratos eram realmente válidos e dele, no mesmo momento seu advogado quase que implorava para que ele ficasse quieto, pois estava apenas se prejudicando ainda mais.

Várias vezes a juíza pedia que o advogado dele o conte-se, pois meu pai estava dizendo várias barbaridades, direcionadas a mim e até a Luana… Ouvir da sua boca diante de todos, que ele preferia me ver morto, ao ser seu filho, partiu o meu coração, eu não soube nem revidar, a mágoa é imensa.

Em sequência ele teve o veredicto da juíza e pegou quarenta anos em regime fechado… Para quem queria infernizar nossas vidas com apenas uma audiência, acabou pagando pelos seus atos sem querer.

Em seguida do seu veredicto, ele surtou e começou a me xingar, de todos os nomes possíveis, isso não me afetou até porque, ouvir da sua boca que me queria 'morto', foi o suficiente para me quebrar por dentro.

Não só a mim ele ofendeu, mas sim a todos presentes naquele momento, a Luana por sua cor, os pais dela por terem mandado ela para se casar com ele, a minha mãe pelo abuso que “ele mesmo cometeu contra ela” e por ter me gerado! E até a juíza por ser mulher e negra.

Ele acusou todos nós por fazer da sua vida um inferno, mas não parou para pensar que ele mesmo fez isso com sigo mesmo.

A juíza já estava pedindo que ele se conte-se, mas após suas ofensas, contra uma das maiores autoridades dentro daquela audiência, ele saiu algemado direto para a prisão.

Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer, o clima ainda estava pesado e a juíza não tinha encerrado, estou com tanta dor no peito, uma mágoa imensa, a partir de hoje não consigo mais assimilar o Gregório como meu pai!

Em sequência aos ânimos mais calmos e com o Gregório retirado da sala, a juíza voltou com a palavra dizendo que o Heitor também pegaria vinte anos de prisão, nos pegando totalmente de surpresa!

Ele já sabia, pois permaneceu calmo, enquanto a juíza explicou que ele tinha cometido os crimes de tráfico de menor, pegando quinze anos e falsificação de assinatura, mais cinco anos!

Luana não se conteve e começou a chorar desesperada, me abraçando em seguida, eu sentia seu corpo todo tremer, enquanto a juíza continuava a explicar, que o Heitor pegaria vinte anos, e após dez anos em regime fechado ele poderia ter o direito a fiança.

Luana tinha me soltado e abraçado o seu pai, em desespero ela pedia perdão por isso, ao dizer que não queria que ele fosse preso, em sequência o Heitor derramava algumas lágrimas, dizendo que ele iria pagar por tudo o que fez com ela, nada mais justo.

E que logo estaria de volta, que o perdão dela era a única coisa que o importava!! Nossa advogada até tentou que a juíza voltasse atrás, ou que desse alguma fiança sem precisar dos dez anos.

Mas não teve acordo, a Juíza afirmou que o Heitor cometeu os crimes, tanto como o Gregório e que teria que sofrer as consequências da mesma forma, ao encerrar o veredicto. O Heitor precisava ser levado, e a Luana não queria soltá-lo, enquanto os policiais se aproximavam.

Eu e a sua mãe, nos levantamos e a ajudamos, com um abraço forte perante à todos, enquanto o Heitor começou a caminhar em direção a saída para seguir até a prisão, ele foi de bom grado, então não foi preciso ser algemado, mas gritava para a sua esposa o perdoar, enquanto ela nem sequer o olhava.

Estava abraçada com a Luana até ele ser retirado da sala… Por fim eles fizeram um contrato por dinheiro e acabaram pagando por isso! Antes de sairmos da sala, a juíza disse a Luana que o Gregório assinaria os papéis do divórcio, antes de ser levado para a prisão.

E que ela precisava esperar na sala ao lado, até os papéis serem entregues a ela para confirmar a sua assinatura, porque hoje ela sairia livre de tudo! Luana me olhou em lágrimas, ao me abraçar forte, enquanto seu corpo perdeu a força, e ela começou a se abaixar no chão.

Ela me agradecia tanto que eu fiquei até emocionado, seu choro era de tristeza e alívio, e o seu agradecimento era tão verdadeiro, que eu a abracei e ficamos ali abaixados, observei que a juíza cumprimentou todos presentes, ao se retirar dando um breve sorriso de satisfação.

Eu apenas conseguia dizer à minha menina, que tudo tinha acabado que ela estava livre agora.